O espírito apostólico de alguns sacerdotes e leigos da Missão Católica Espanhola, então em franca atividade, fez com que, na Semana Santa de 1962, acontecesse o primeiro Cursilho de Cristandade do Brasil, realizado em Valinhos (São Paulo).

O clima pastoral de toda a Igreja era de renovação e de grandes esperanças. Em Roma o Concílio Vaticano II caminhava para a sua segunda sessão, enquanto, aqui no Brasil, começava a ser implementado, com entusiasmo, o Plano de Pastoral de Emergência, sugerido pelo Papa João XXIII ao Episcopado brasileiro (quatro anos depois o PPE seria substituído pelo Plano de Pastoral de Conjunto = PPC). (QUEIROGA, Gervásio F., CNBB – Comunhão e Responsabilidade, Ed. Paulinas, S. Paulo, 1977, p. 321.)

Iniciativas pastorais as mais variadas e alguns movimentos de renovação eram acolhidos por quase todas as Dioceses e Paróquias do Brasil. Nesse contexto, o Movimento de Cursilhos encontrou terreno preparado para uma notável expansão, ainda que profundamente marcado por suas origens e suas características.(Id. ib., p. 330ss.)

É verdade – e reconhecemos – que, aqui no Brasil, os cursilhos não procuraram, nos seus inícios, sintonizar-se mais estreitamente com o Plano Pastoral, então emergente, nem buscaram um claro e eficiente entrosamento na pastoral diocesana. A despeito do apoio precioso de tantos bispos em todo o Brasil, e do entusiasmo de milhares de leigos, durante mais de uma década faltou um diálogo em profundidade que pudesse marcar a identidade do Movimento e suas funções no contexto pastoral nacional. Disso até hoje o MCC se ressente.

Contudo, não se pode ignorar – e nem deixar de registrar e louvar a Deus por isso -, o imenso bem operado através dos Cursilhos, tanto em milhares de pessoas que reencontraram o caminho do coração do Pai, como em benefício de tantas Igrejas particulares. Muito fervor foi reacendido, muitos apóstolos suscitados, muita ação pastoral, sobretudo intra-eclesial, foi motivada.

Além disso, pode-se afirmar, sem medo de engano, que o MCC, no Brasil, sempre se distinguiu por seu espírito renovador incentivado, entre outros, pela extraordinária e dinâmica figura de sacerdote e apóstolo, Pe. Paulo Cañelles, tragicamente falecido aos 45 anos de idade. Surgiram no seio do Movimento lideranças respeitáveis e respeitadas no mundo dos Cursilhos que levaram a inúmeros Encontros Mundiais, Continentais e Nacionais reflexões, sugestões e experiências que influenciaram substancialmente o seu desenvolvimento e progresso em todos aqueles níveis. Ali o MCC do Brasil deixou marcas profundas de sua atuação, embora nem sempre tenha sido tranqüila, ontem como hoje, a aceitação de suas propostas em algumas instâncias internacionais do Movimento.

Num outro momento significativo de sua história, o MCC do Brasil, ao desenvolver sua maturidade pastoral e uma mais comprometida sintonia eclesial com a Pastoral de Conjunto, questionado pelo acontecimento e Documento de Puebla, em sua Assembléia Nacional de 1979, assumiu “integral e incondicionalmente o espírito e as diretrizes do Documento de Puebla na sua totalidade.”. (Cf. Declaração da VII Assembléia Nacional do MCC do Brasil, nov. 79, Encarte Rev. ALAVANCA, 137/138, n. 3, p. 26.).

Essa decisão fez com que se tentasse uma revisão ainda mais profunda em termos de Pré-cursilho e de Cursilho, mas, sobretudo, de Pós-cursilho. Por mais de dez anos, e orientado pelo trabalho de Pós-cursilho apresentado no V Encontro Interamericano de Santo Domingo (1980), o MCC do Brasil esteve empenhado na implementação de um Pós-cursilho em comunhão ativa e efetiva com as Diretrizes Pastorais da Igreja no Brasil e com as orientações de Puebla.

Foi com esse espírito que se tratou de adaptar à caminhada da Igreja no Brasil, não só os Esquemas das palestras ou “rollos” do Cursilho, mas o espírito e a prática pastoral de todo o MCC. Assembléia e Encontros Nacionais, Assembléias Regionais e Diocesanas, enfim, todas as instâncias do Movimento foram constantemente mobilizadas para que essa adaptação e mobilização passassem da letra à prática. Esse empenho sempre constituiu a grande tarefa dos responsáveis do Movimento em todos os seus níveis, e explica porque o material relativo ao MCC, produzido pelo GEN, se renova periodicamente.

Para concluir esse histórico, acrescentamos que de fevereiro de 2002 a fevereiro de 2006, por eleição dos países-membros do GLCC (Grupo Latino-americano dos Cursilhos de Cristandade) como país-sede do OMCC (Organismo Mundial dos Cursilhos de Cristandade). Foi um período de longo e profícuo trabalho que obteve, entre outras, duas grandes vitórias: a de levar a cabo a aprovação por parte da Santa Sé, através do Pontifico Conselho para os Leigos, do Estatuto do próprio OMCC, através de um Decreto reconhecendo o MCC como Movimento Eclesial, e, ao final de 2005, a realização do VI Encontro Mundial do MCC, evento previsto no mesmo Estatuto, durante o qual um grande número de países onde existem Cursilhos e que têm um Secretariado Nacional, reúne-se para refletir, discutir e decidir a caminhada do MCC em nível mundial.

Fonte: MCC Rondonópolis – MT
http://www.cursilhoroo.com.br/Historico.asp


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