Aula 31/2011 – PAI NOSSO: OS SETE PEDIDOS – PARTE 1


31- PAI NOSSO: OS SETE PEDIDOS – PARTE 1

(Itens 2803 a 2827 do Catecismo da Igreja Católica – Aula 64)

Continuando a meditar -: depois de nos termos colocado na presença de Deus Pai para adorá-lo e bendizê-lo, o Espírito Santo faz brotar nos corações dos fiéis sete pedidos: os três primeiros nos levam para a Glória do Pai; os quatro últimos, como caminhos para Ele, representam a nossa impotência sem a sua Graça. Como diz o Salmo 42, 8, “um abismo grita a outro abismo”.
Os três primeiros pedidos nos levam ao Pai, pedindo que seja santificado o seu Nome, que venha até nós o seu Reino e que seja feita a sua Vontade. E assim deve ser, pois se amamos a Deus, é próprio desse amor pensar Nele em primeiro lugar. Assim se sentia Jesus ao ensinar a sua oração. Esses três pedidos já foram realizados pelo Filho de Deus através do seu Sacrifício, mas por meio de nós, eles continuam a se elevar até o céu, na melhor forma de louvor, de esperança e de humildade que podemos prestar ao Pai.
A segunda série de pedidos é a apresentação dos nossos pedidos ao Pai: “dai-nos”, “perdoai-nos”, “não nos deixeis”, “livrai-nos”. O quarto e o quinto pedidos referem-se à nossa vida, tanto para alimentá-la quanto para curá-la do pecado; o sexto e o sétimo referem-se ao combate pela nossa alma, o combate da própria oração.

“Santificado seja o vosso Nome” -: a palavra santificar deve ser entendida, neste contexto, como “reconhecer como santo”. Desde este primeiro pedido, somos colocados frente ao mistério da Santidade de Deus e de sua Divindade, das quais não podemos sequer ter uma idéia, mas podemos reconhecer como verdadeiras, pois Deus manifestou-as revelando e dando o seu Nome, a fim de restaurar o homem “segundo a imagem de seu Criador” (Cl 3, 10). Pois é em Jesus Cristo que o Nome de Deus Santo é revelado, por sua Palavra e seu Sacrifício. Ao final, Deus Pai dá a seu Filho o nome que está acima de todo o Nome: Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai.
Quando pedimos “santificado seja o vosso Nome”, estamos pedindo que esse Nome seja santificado em nós que estamos nele, mas também nos outros que ainda não O conhecem, pois devemos rezar por todos, mesmo pelos nossos inimigos. Jesus pede em sua oração sacerdotal: “Pai santo, guarda em teu Nome aqueles que me deste” (Jo 17, 11).

“Venha a nós o vosso Reino” -: o Reino de Deus existe desde sempre. Aproximou-se de nós em Jesus Cristo, anunciou-se nos Evangelhos e veio para nós através da morte e Ressurreição de Cristo. Na Eucaristia, o Reino permanece entre nós. Conforme São Cipriano, o Reino de Deus pode até significar o Cristo em pessoa, por isso pedimos na missa: “Vinde, Senhor Jesus”.
Na oração do Pai Nosso, este pedido inclui também a vinda final do Reino de Deus por meio do retorno de Jesus Cristo. Mas, enquanto esperamos a sua vinda, é nossa obrigação de cristãos conscientes contribuir para o crescimento do Reino de Deus no meio de nós e de toda a sociedade.

“Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu” -: é vontade de Deus que “todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” como diz S. Paulo (1Tim 2, 3 – 4). Em Jesus, e por sua vontade humana, a Vontade do Pai foi realizada completamente, de uma vez por todas. Jesus uma vez disse a quem O ouvia: “Faço sempre o que agrada ao Pai” (Jo 8, 29). Em sua agonia, Ele provou aquilo que disse: “Não seja feita a minha, mas a tua Vontade” (Lc 22, 42). Nós, simples seres humanos, somos incapazes de fazer sempre a Vontade de Deus, mas unidos a Jesus e com a força do Espírito Santo, podemos entregar a nossa vontade e escolher aquilo que Jesus sempre escolheu: fazer a Vontade do Pai.
Jesus pede aqui, a cada fiel que reza, que o faça universalmente, por toda a terra, pois não diz “seja feita a vossa Vontade” somente nele, mas em toda a terra, a fim de que na terra sejam banidos o erro e a maldade, que nela reine a verdade, o vício seja destruído, a virtude floresça novamente e que a terra não mais seja diferente do céu.
“Se alguém faz a Vontade de Deus, a este Deus escuta” (Jo 9, 31). Essa é a força da oração da Igreja em nome do Senhor, sobretudo na Eucaristia. É comunhão de intercessão com a Santíssima Mãe de Deus e de todos os santos que agradaram ao Senhor por não terem desejado senão a sua Vontade.


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