Aula 29/2010 – CELEBRAÇÃO DA LITURGIA DA IGREJA
29- CELEBRAÇÃO DA LITURGIA DA IGREJA
(Itens 1136 a 1186 do Catecismo da Igreja Católica)
Os celebrantes da Liturgia celeste -: o Apocalipse de São João (caps. 4 a 7 e 22) revela-nos em primeiro lugar “um trono no Céu, onde está sentado o Senhor Deus” e em seguida Jesus, o Cordeiro, “à sua direita”. Finalmente, “o rio de água da vida”, que sai do trono de Deus e do Cordeiro, um dos mais belos símbolos do Espírito Santo. Participam também do louvor a Deus as “potências celestes, a criação inteira, os servidores da antiga e da nova aliança, o Povo de Deus (em especial os mártires), a santa Mãe de Deus e, finalmente, uma multidão imensa, de toda nação, raça e língua”.
É desta liturgia eterna que o Espírito e a Igreja nos fazem participar quando celebramos o mistério da salvação nos Sacramentos.
Os celebrantes da Liturgia sacramental -: compreende toda a comunidade, o Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra. Por isso, todas as vezes que celebramos a Liturgia comunitariamente, essa celebração deve ser preferida à celebraçãoindividual ou quase privada. Logo, a assembléia que celebra é a comunidade dos batizados. Mas os membros não têm todos a mesma função. Certos membros da comunidade são chamados por Deus para um serviço especial e, consagrados pelo Sacramento da Ordem, tornam-se aptos a agir na pessoa de Cristo para o serviço de todos os membros da Igreja.
Existem também outros ministérios particulares, não consagrados pela Ordem, cuja função é determinada pelos bispos, de acordo com as necessidades pastorais. São os diáconos e ministros da Eucaristia. Finalmente, também os ajudantes, os comentaristas, os leitores e os membros do coral desempenham um verdadeiro ministério litúrgico. Assim, na celebração da Liturgia, a comunidade inteira participa, cada um segundo a sua função, mas na comunhão do Espírito Santo, que age em todos.
Como celebrar? -: a celebração sacramental compreende sinais e símbolos. Esses sinais e símbolos têm raízes na criação e na cultura humana, adquire precisão nos eventos da antiga aliança e se revela plenamente na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
Sinais do mundo e dos homens: o ser humano, sendo ao mesmo tempo corporal e espiritual, percebe as realidades espirituais através de sinais e símbolos materiais. Assim, Deus fala ao homem por meio da criação visível. A luz e a noite, o vento e o fogo, a água e a terra, a árvore e os frutos simbolizam ao mesmo tempo a grandeza de Deus e a sua proximidade. Acontece o mesmo com os sinais e os símbolos da vida social: lavar e ungir, partir o pão e partilhar o cálice podem exprimir a gratidão do homem diante do seu Criador.
Sinais da aliança: expressam as obras realizadas por Deus em favor do seu povo. Entre os sinais da Antiga Aliança, estão a circuncisão, a unção e consagração dos reis e sacerdotes, a imposição das mãos, os sacrifícios e, sobretudo, a páscoa. A Igreja vê nestes sinais uma prefiguração dos Sacramentos da Nova Aliança.
Sinais assumidos por Cristo: em sua pregação, Jesus serviu-se, muitas vezes, dos sinais do mundo para dar a conhecer os mistérios do Reino de Deus. Realizou suas curas e ressaltou a sua pregação com sinais materiais e palavras e gestos simbólicos. Jesus deu um sentido novo aos sinais da Antiga Aliança, especialmente ao Êxodo e à Páscoa, por ser Ele mesmo o sentido de todos esses sinais.
Sinais sacramentais: desde Pentecostes, é através dos sinais sacramentais que o Espírito Santo realiza a santificação. Os sacramentos da Igreja purificam e integram todos esses sinais e símbolos e prefiguram e antecipam a glória dos céus.
Palavras e atos:o encontro da comunidade com Deus, na celebração sacramental, acontece como um diálogo, através de palavras e atos. A liturgia da Palavra é parte integrante das celebrações e necessária para alimentar a fé e a sua resposta pela comunidade. Inseparáveis como sinais e ensinamento, a Palavra e os atos litúrgicos são também inseparáveis enquanto realizam aquilo que significam.
Canto e música:desempenham sua função de sinais de modo tanto mais significativo por estarem intimamente ligados à ação litúrgica, segundo três critérios principais: a beleza da oração, a participação da assembléia inteira e a solenidade da celebração.
As santas imagens:representam principalmente o Cristo, desde que não podem representar Deus invisível. Todas as imagens sacras da santa Mãe de Deus e dos santos significam o Cristo, que nelas é glorificado. Através das santas imagens, a nossa fé pode ver que o homem criado à imagem de Deus e à sua semelhança, pode alcançar o céu.
Quando celebrar? -: no tempo litúrgico, em certos dias fixos do ano, a Igreja celebra a obra salvífica de Jesus Cristo. Em cada semana, no dia do Senhor, ela recorda a ressurreição de Cristo e a celebra uma vez por ano, juntamente com a Paixão, na máxima solenidade da Páscoa.
Devido à tradição apostólica que tem origem no dia da ressurreição de Cristo, a Igreja o celebra a cada oitavo dia, chamado “o dia do Senhor” ou domingo. É o dia em que o povo de Deus se reúne para ouvir a Palavra e participar da Eucaristia e para dar graças a Deus pela ressurreição de Jesus.
A partir da Páscoa, o tempo novo da Ressurreição preenche todo o ano litúrgico. Por isso, a Páscoa não é somente mais uma festa, mas é “a festa das festas”, assim como a Eucaristia é “o Sacramento dos Sacramentos”. O ano litúrgico relembra também o desdobramento dos diversos aspectos da Páscoa. Entre esses aspectos está a memória especial da santa Mãe de Deus e a memória dos santos e mártires que estão glorificados junto a Cristo. Também faz parte desses aspectos a Liturgia das Horas, celebrada comunitariamente na Igreja.
Onde celebrar? -: o culto “em espírito e verdade” não está restrito a lugares específicos, pois a terra inteira é santa e foi entregue aos homens. A Igreja, o Corpo de Cristo ressuscitado, é o templo espiritual do culto. Para organizar melhor esse culto, os cristãos constroem edifícios, que significam que a Igreja está viva e atuante. Por isso, a casa de oração onde a Eucaristia é celebrada deve ser adequada para as celebrações religiosas.
Finalmente, o cristão deve saber que para entrar numa casa de Deus é preciso atravessar uma espécie de fronteira entre o mundo pecador e o mundo novo para o qual todos são chamados. O edifício visível simboliza a casa paterna para a qual o povo de Deus está a caminho e na qual o Pai “enxugará toda lágrima dos olhos”. Por isso, a Igreja também é a casa de todos os filhos de Deus, amplamente aberta e acolhedora.