Aula 28/2009 – AS CERTEZAS DA COMUNIDADE


28 – CARTAS AOS HEBREUS: AS CERTEZAS DA COMUNIDADE (10, 19-31)

As certezas que virão (10, 19-31) -: esta passagem representa um pequeno resumo das passagens anteriores que o autor destacou, ressaltando sempre a comparação feita entre o sacerdócio de Jesus e o sacerdócio corrompido dos judeus. No inicio, existe a garantia de que os seguidores de Cristo poderão entrar não só nos santuários terrenos (lembrar que o povo judeu não podia entrar no santuário do Templo) como no mais importante, o Santuário Celeste, prometido por Jesus a todos aqueles que o seguirem. Destaca que o Sangue de Cristo foi que tornou isso possível.

O texto insiste, pois, em mostrar que a obra realizada por Jesus oferece à comunidade certezas que não seriam possíveis em nenhuma outra circunstancia, e é preciso não deixar passar a oportunidade. Nas palestra de Vida Cristã que havia no Cursilho de antigamente, uma frase era muito explorada: “Tenho medo do Cristo que passa, porque se eu não agarrar-me a Ele agora, é possível que não passe nunca mais”. Essa frase, muito possivelmente, foi inspirada nesta passagem de Hebreus. E serve tanto para a comunidade de Hebreu quanto para a nossa de hoje.

Um pequeno resumo-: O que a carta aos Hebreus mostrou até aqui foi o lugar todo especial que Jesus ocupa ao lado de Deus Pai, como Sumo Sacerdote. Comparou Jesus a Melquisedec, mostrou que o seu Sacerdócio foi muito maior do que qualquer outro, e ressaltou fortemente a nova aliança que Jesus fez com todos os povos, e que durará para sempre. Diz ainda que Jesus foi para o céu, onde está à direita de Deus, e convida a comunidade a fazer o mesmo caminho.

O que é a fé para a carta aos Hebreus? (11, 1-40; caps. 12-13) -: Neste trecho, o autor apresenta a sua compreensão do que é a fé: “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, um modo de conhecer realidades que não se vêem”. Portanto, fé é viver na certeza daquilo que se espera, é apostar tudo, é saltar no escuro sem medo, com plena confiança. È ainda a abertura do coração e da mente para um mundo novo, aceitando aquilo que pode parecer impossível. E aqui, a carta faz uma extensa rememoração da história do povo de Israel, mostrando principalmente os homens e as mulheres de fé que viveram na confiança e na certeza do amor de Deus.

Continuando… -: Os capítulos 12 e 13 contêm belas exortações e conselhos para a comunidade seguir o caminho de Jesus: é preciso ter fé em Jesus e mostrar isso com a vida; os sofrimentos virão e é preciso estar-mos preparados para eles; é necessário sempre ouvir a Palavra de Deus; e assim prossegue, com conselhos sobre a vida cotidiana até que termina esta parte com a esperança na vida futura, alicerçada na solidariedade entre todos os membros da comunidade.

Palavra de exortação final (13, 17-25) -: Os últimos versículos da carta têm um aspecto curioso: formam duas conclusões ao invés de uma! Em 13, 17-21, após exortar a comunidade a ser obediente aos seus lideres, viver com alegria e na oração, o versículo 21 termina a carta dizendo: O Deus da paz… vos torne aptos, com todo o bem, a cumprir a sua vontade, realizando ele em nós o que lhe é agradável, por Jesus Cristo, ao qual seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Era de se esperar que após o “Amém” a carta estivesse finalizada. No entanto, ela continua ainda por 4 versículos mais (13, 22-25): “Rogo-vos, irmãos, que deis boa acolhida a estas palavras de exortação, pois com brevidade as escrevi. Sabeis que o nosso irmão Timóteo partiu. Com ele, logo que vier, irei ver-vos. Saudai todos os vossos superiores e todos os santos. Saúdam-vos os da Itália. A graça seja convosco. Amém”.

Para que esta segunda conclusão? Tudo indica que nos encontramos diante de um bilhete que acompanhou o teto d carta, recomendando a sua leitura pela comunidade. Ou seja, o autor estava em alguma cidade da Itália, talvez em Roma, e enviou a sua carta, acompanhando-a com esse pequeno bilhete de apresentação, que foi conservado e anexado à carta propriamente dita.

O final do estudo das cartas paulinas-: Termina aqui a carta aos Hebreus e também o nosso pequeno estudo, muito sumarizado, das cartas de Paulo Apóstolo. Mas a nossa tarefa não se encerrou, pelo contrário, continuará pela nossa vida afora, com a confiança e a fé demonstradas por Paulo, até que cheguemos um dia, como diz a carta aos Hebreus, ao Santuário Celeste.


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