Aula 28/04/2014 – A VIRGEM MARIA


A VIRGEM MARIA

28/Abril/2014

O dogma da Maternidade Divina -: Maria (Miriam, em hebraico) é denominada nos Evangelhos “a Mãe de Deus” (Jo 2, 1; 19, 25; Mt 13, 55) e é aclamada, desde antes do nascimento do seu Filho como “a mãe do meu Senhor” (Lc 1, 43). Realmente, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu filho segundo a carne não é outro senão o Filho Eterno de Deus Pai, Jesus Cristo. A Igreja professa que Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus, e o raciocínio é lógico: Jesus Cristo é o Filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Maria é a sua Mãe. Logo, Maria é a Mãe de Deus.

Deus nos enviou seu Filho, mas para formar-lhe um corpo, precisou da livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu para mãe de seu Filho uma jovem judia de Nazaré da Galiléia, uma “virgem desposada com José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria (Lc 1, 26 – 27)”. Quis Deus Pai que a encarnação fosse realizada com a aceitação daquela que era predestinada a ser a Mãe de seu Filho, para que, “assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida (LG 56, 61)”. Talvez a melhor definição do que Maria significa para os cristãos seja aquela de São Luis de Montfort: “Deus reuniu todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as suas graças e denominou-as Maria”.

A Imaculada Conceição -: para ser a mãe do Salvador, Maria “foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função (LG 56)”. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça”. Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria foi redimida desde o seu nascimento, preservada da mancha do pecado original, originando o dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854. Os Padres da Tradição oriental chamam Maria “a toda santa” (Pan Hagia) e a celebram como imune de toda mancha de pecado. Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.

O dogma da Virgindade Perpétua -: desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. “O que foi gerado nela vem do Espírito Santo (Mt 1, 20)” diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva. Aí se vê o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: ”Eis que a virgem conceberá dará à luz um filho (Is 7, 14)”. O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a professar a virgindade real e perpétua de Maria. Com efeito, o nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas consagrou a integridade virginal de sua Mãe (LG 57)”.

Muitas vezes os não católicos dizem que os Evangelhos referem-se a irmãos e irmãs de Jesus (Mc 3, 31 – 35). A Igreja sempre ensinou que Tiago e José e as “irmãs” de Jesus são filhos da Maria de Cleófas, discípula de Cristo (Mt 27, 56) que significativamente é designada “a outra Maria” (Mt 28, 1). Trata-se, portanto, de parentes próximos de Jesus, conforme as maneiras judia de designar como “irmãos” todos os membros de uma mesma família.

O dogma da Assunção ao céu -: “Finalmente, a Imaculada Virgem, ao fim de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”. (Papa Pio XII, 1950). A Assunção da Virgem Maria é uma participação na Ressurreição de Jesus, seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros que nele crêem. Assunta aos céus, Maria, por sua intercessão sempre presente, continua a oferecer-nos os dons da salvação eterna com que Jesus nos presenteou. Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja como “advogada, auxiliadora, protetora, medianeira” (LG 62).

Maria, mãe da Igreja -: Maria avançou em sua peregrinação na fé, manteve fielmente sua união com seu filho Jesus até à cruz, onde esteve presente, e sofreu intensamente junto com Ele. Com verdadeiro ânimo maternal, associou-se ao seu sacrifício, aceitando com amor a imolação do Cordeiro por ela gerado. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz, foi dada como Mãe ao discípulo, com estas palavras: “Mulher, eis aí teu filho (Jo 19, 26 – 27)”.

A Santíssima Virgem é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Desde os tempos mais remotos, a bem aventurada Virgem é venerada sob o título de Mãe de Deus, sob cuja proteção os fiéis se refugiam e a ela suplicam em todas as suas aflições e necessidades. Este culto à Virgem Maria, embora especial, é um culto de veneração, e difere essencialmente do culto de adoração que se presta a Jesus Cristo, a Deus Pai e ao Espírito Santo, pois somente a Santíssima Trindade deve ser adorada.

Terminando, não devemos nos esquecer nunca das orações marianas, tal como a oração da Ave Maria, que deve ser realizada da mesma forma como um filho pede algo à sua mãe. E que mãe nega alguma coisa ao seu filho? Ela é a nossa Mãe…


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