Aula 28/01/19 – São Paulo Apóstolo, Patrono do Cursilhos
ESCOLA VIVENCIAL DO GED DE PIRACICABA -2019
SÃO PAULO APÓSTOLO, PATRONO DO CURSILHOS
28/Janeiro/2019
Uma breve biografia anterior à conversão -: Saulo de Tarso, de acordo com seu nome hebraico, nasceu na cidade de Tarso da Cilícia, no sudeste do que hoje é a Turquia, no ano 5 da era cristã. Tarso era um próspero centro mercantil e intelectual do mundo dominado pelo Império Romano. Saulo recebeu também o nome romano: Paulo, visto que seus pais, abastados judeus da região, compraram a cidadania romana, conforme era costume daquele tempo. Desse modo, Paulo era judeu de origem, mas também cidadão romano. Passou os primeiros anos de vida com a comunidade judaica e frequentou assiduamente a escola da sinagoga. Como era costume entre os judeus, a Paulo foi ensinado um ofício: tornou-se tecelão e fabricante de tendas.
Ainda adolescente, foi enviado a Jerusalém, onde deveria estudar mais profundamente a religião judaica. Estudou na escola do Templo de Salomão durante cinco anos como discípulo de Gamaliel, um famoso rabino. Além das Escrituras, Paulo estudou profundamente a chamada Lei Oral, um conjunto de tradições que regulava todas as atividades da vida cotidiana. Desse modo, Paulo se preparava para ser um rabino da mais ortodoxa das seitas judaicas, os fariseus.
Terminados os estudos, Paulo voltou para Tarso, trabalhando com seu pai na fabricação de tendas. Nessa época, ocorreram os grandes eventos do cristianismo. Desde mais ou menos o ano 26, Jesus anunciava o Evangelho, e os judeus acreditavam que o chamado “Rabi da Galiléia” era uma ameaça para a religião judaica. Dessa forma, como Jesus contrariava constantemente os fariseus, o ódio por ele foi crescendo cada dia mais. No ano 29, Paulo volta a Jerusalém, e fica sabendo que os seguidores de Jesus já eram mais de 5.000 na cidade e na região toda. Como fanático fariseu, acreditou ser seu dever ajudar a acabar com os cristãos, e recebeu a incumbência de persegui-los e, se necessário, matá-los a pedradas, segundo o costume judeu para punir aqueles considerados “hereges”.
Dessa forma, participou do apedrejamento e morte de Estêvão, o primeiro mártir cristão.
A dramática e milagrosa conversão -: a caminho de Damasco, capital da Síria, para destruir uma comunidade cristã que ali florescia, Paulo teve uma visão incandescente que o cegou e ouviu uma voz que lhe perguntava por que perseguia ao Senhor Jesus. Confuso, desorientado e cego, durante três dias entregou-se, sozinho, às orações. A mando de Jesus, o ancião Ananias, da comunidade cristã, vai a seu encontro e ensina a Paulo, moralmente destruído em suas convicções, as bases do cristianismo. Dizem os Atos dos Apóstolos que o Senhor Jesus falou a Ananias o seguinte: “Vai, porque este homem é para Mim o instrumento escolhido, que levará meu Nome diante das nações, dos reis e dos filhos de Israel. Eu lhe mostrarei tudo o que terá de padecer pelo meu nome” (At 9, 15-16). Convertido pelo milagre, Paulo aceita ser evangelizado e batizado por Ananias. Ao receber o batismo, milagrosamente recupera a visão, o que fortaleceu mais ainda sua conversão.
Para reconstruir sua vida e seus pensamentos, Paulo retira-se para o deserto da Arábia, onde, após preparar-se, inicia a pregação do Evangelho, não se sabe se por iniciativa própria ou a mando de Jesus. Volta a Tarso, onde pregou durante três anos (e provocou espanto dos seus parentes e amigos judeus) e, pelo ano 44, segue para Antioquia, a terceira maior cidade do Império Romano, atrás de Roma e Alexandria. Nessa cidade, inicia a pregação não somente a judeus, mas também aos gentios (assim era chamado os não judeus, geralmente gregos e também romanos). Entre 49 e 53, Paulo realiza a sua segunda viagem missionária, indo à Macedônia, à Acaia, pregando em Filipos, Atenas e Corinto. Entre 50 e 52 permanece em Corinto durante um ano e meio e funda uma comunidade cristã formada por pessoas da camada mais modesta da população. Em 58 vai a Jerusalém e é acusado de pregar contra a Lei hebraica, além de ter introduzido um gentio no Templo. Preso, solicita ser enviado a Roma para ser julgado pelo Imperador, conforme seu direito de cidadão romano. Um naufrágio interrompe a viagem, e Paulo salva a todos. Chegando depois a Roma, solicita permissão para ficar em prisão domiciliar, o que lhe foi concedido.
Até o ano 62, Paulo escreve suas epístolas, das quais treze chegaram até nós, tratando da doutrina, da ética cristã e da organização da Igreja. Em 64, após o incêndio de Roma, cuja culpa Nero fez recair sobre os cristãos, Paulo foi novamente preso e levado para os arredores de Roma, onde foi decapitado.
Patrono dos Cursilhos -: Em 1962, em Tarragona, na Espanha, realizou-se uma Ultreya Nacional, durante a qual D. Juan Hervás, o bispo criador dos cursilhos disse: “Ouvi dizer que, se São Paulo voltasse, ele se faria cursilhista… mas eu diria que se São Paulo voltasse a pregar o Evangelho, aqueles que o seguiriam com maior entusiasmo seriam os cursilhistas. É por isso que eu gostaria que a autoridade competente concedesse o padroado de São Paulo sobre o nosso Movimento…”. Um dos cardeais espanhóis mais defensores dos Cursilhos, D. Arriba y Castro levantou-se e confessou que já havia iniciado em Roma, junto ao Papa Paulo VI, de quem era grande amigo, os trâmites para que isso se concretizasse. Cinco meses mais tarde, em 14 de dezembro de 1963, Paulo VI assinaria um decreto de 27 linhas nomeando o Apóstolo Paulo como Patrono do Movimento de Cursilhos de Cristandade. Uma grande honra para nós.