Aula 27/10/2014 – A BÍBLIA ANTE A CIÊNCIA E A MORAL
A BÍBLIA ANTE A CIÊNCIA E A MORAL
27/Outubro/2014
A visão atual do mundo e a visão bíblica -: a nossa visão atual do mundo, dos seres vivos e da humanidade é muito diferente daquela que encontramos na Bíblia. Esta nossa visão atual é construída sobre conhecimentos certos, adquiridos em sua maior parte pela pesquisa científica, ou então sobre hipóteses coerentes com o pensamento científico, embora ainda sem as provas concretas que a ciência exige. Na Bíblia, encontramos uma visão muito mais simples do mundo, de acordo com o que se sabia (ou se imaginava). A terra era considerada uma grande planície, cercada de montanhas onde moravam o sol e a lua. Sobre essas montanhas estaria apoiado o céu, imaginado como uma imensa cúpula de cristal, onde estariam fixas as estrelas. Abaixo do mar, estaria a região dos mortos, e acima do céu habitava Deus.
Deus e a Criação na visão da Bíblia e dos descrentes -: a origem do mundo e da humanidade era imaginada como um acontecimento recente; a uma ordem de Deus, a criação teria surgido pronta, perfeita e definitiva. Os fenômenos naturais (ventos, raios, chuvas) eram atribuídos a uma intervenção direta de Deus. As doenças, na sua grande maioria, eram colocadas na conta do demônio ou de forças misteriosas.
Basta, então, isso para nos fazer compreender por que muitas pessoas tem dificuldade em ajustar as afirmações da Bíblia com os dados científicos de hoje em dia. Houve tempo em que se tomaram atitudes extremas. Alguns, partindo dos conhecimentos modernos, viam a Bíblia cheia de erros e tentavam explicar tudo, até os milagres, por modos naturais. Por outro lado, havia aqueles que tentavam, de modo forçado, ajustar a Bíblia com os fatos científicos. Essas atitudes não serviam nem à verdade da Bíblia, nem à verdade da Ciência.
Princípios para evitar mal-entendidos -:
1. A Bíblia não quer ensinar ciência – ela quer nos apresentar Deus, suas obras e seus planos para a nossa salvação;
2. A Bíblia fala ao modo do povo – a linguagem bíblica não contém a exatidão científica, nem se preocupa com isso;
3. A Bíblia mostra ideias ainda não comprovadas, mas também não desmentidas – por exemplo, a Bíblia afirma que tudo foi criado por Deus. A ciência talvez não concorde, mas não consegue desmentir.
Como se vê, de uma forma geral, não existem confrontos entre a Bíblia e Ciência. O que existe é uma forma diferente de encarar as mesmas verdades. Por exemplo, a Bíblia afirma que Deus criou o homem do pó da terra. A ciência diz que o homem é um produto da evolução de seres primitivos. E quem criou esses seres primitivos? Quem criou a vida? A ciência afirma que a vida é um produto de cargas elétricas agindo sobre matéria orgânica existente nos mares. Seria então a vida produto do acaso? Mas o acaso não tem ordem. Como explicar a ordem perfeita do Universo, sem a presença de uma “força” (para nós, Deus) que a regesse? Como dizia Santo Agostinho, “o relógio supõe um relojoeiro”. E, apesar de todas as tentativas, a ciência não consegue criar a vida, apenas conseguiu repeti-la.
A Bíblia e a Moral -: quem lê o Antigo Testamento pode ficar chocado com certos costumes, mais ou menos tolerados, ou com certos episódios, mais ou menos escabrosos, ou até mesmo imorais ali narrados. Como é possível isso num livro escrito sob inspiração de Deus?
É preciso lembrar, entretanto, que a Bíblia fala muito sobre o ser humano. Fala, pois, do que ele tem de bom e de mau. A Bíblia conta fatos escabrosos sobre a vida de homens importantes para o Plano de Deus, como o rei Davi e de outros patriarcas e profetas. Com isso, a Bíblia quer mostrar até que ponto pode chegar a fraqueza humana e até que ponto pode chegar a conversão de vida.
Justamente essa presença do pecado nos mostra como Deus foi pacientemente educando a humanidade para que pudesse afinal aceitar e viver o Evangelho de Cristo. Deus nunca impôs exigências maiores do que as que o homem pudesse cumprir. Não estava Deus interessado em apenas fazer o ser humano cumprir um código moral; queria levar as pessoas a um crescimento interior. Por isso, Deus soube o momento exato para nos mandar o seu Cristo, que diante das exigências da Lei antiga, sempre dizia “Ouvistes o que foi dito aos antigos… Eu, porém, vos digo…”.
Neste ponto, pode-se concluir que:
“A Bíblia não erra, nem pode errar em nenhuma das afirmações que Deus quis de fato fazer, e no sentido em que o fez”.