Aula 27/08/18 – O Cânon das Escrituras


O CÂNON DAS ESCRITURAS

27/Agosto/2018

Os livros escolhidos -: foi a Tradição apostólica que fez a Igreja escolher quais os livros que deveriam fazer parte da Bíblia Sagrada. Esta lista completa desses livros é denominada “Cânon” das Escrituras. O Cânon comporta 46 livros do Antigo Testamento e 27 livros do Novo Testamento, perfazendo um total de 73 escritos.

É importante assinalar que a reforma protestante excluiu alguns livros da Bíblia Católica, todos do Antigo Testamento, sob a alegação de que não havia provas desses livros serem autênticos. A descoberta dos manuscritos de Qumram, em 1947, provou a legitimidade de alguns livros que os protestantes excluíram. Além disso, o protestantismo só apareceu no início do século 16, ou seja, mais de 1.500 anos após a Tradição Apostólica enumerar os 73 livros sagrados do Cânon. Quem tem mais autoridade?

No entanto, é necessário assinalar também que o protestantismo conservou todos os valores dos livros que compõem a sua Bíblia, não os modificando nem alterando em nada.

O Antigo Testamento -: o Antigo Testamento é uma parte imprescindível do Cânon da Sagrada Escritura. Seus livros são divinamente inspirados e conservam um valor permanente, pois é preciso recordar que a antiga Aliança, embora superada pela nova e eterna Aliança feita por Jesus Cristo, nunca foi revogada e continua válida. Isso se explica porque o Antigo Testamento foi escrito para preparar a vinda do Messias, de Jesus Cristo. Embora os livros do A.T. contenham algumas coisas imperfeitas e transitórias, eles dão testemunho de toda a Vontade de Deus em salvar a humanidade. Neles podem-se encontrar muitos ensinamentos acerca de Deus e uma bela sabedoria concernente à vida do ser humano e como ela deve ser vivida. Ainda se pode desfrutar de magníficas preces contidas em seus escritos.

Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A Igreja Católica rejeita vigorosamente a ideia de anular o A.T., conforme mandava uma heresia antiga chamada Marcionismo, sob o pretexto de que o Novo Testamento o teria feito inútil.

O Novo Testamento -: “A Palavra de Deus, que é à força de Deus para a salvação de todo crente, é apresentada e manifesta seu vigor de modo eminente nos escritos do Novo Testamento” (Dei Verbum, 14-118). Estes livros refletem a verdade definitiva da Revelação divina. Seu alvo central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, seus atos, seus ensinamentos, sua paixão e glorificação, bem como o início da Igreja sob a ação do Espírito Santo.

Os Evangelhos são o coração de todas as Escrituras, uma vez que constituem o principal testemunho sobre a vida e a doutrina de Jesus Cristo, o Verbo encarnado e Salvador da humanidade.

Na formação dos Evangelhos, é possível distinguir três etapas:

1- A vida e os ensinamentos de Jesus: a Igreja defende firmemente que os quatro Evangelhos transmitem fielmente aquilo que Jesus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a eterna salvação deles, até o dia em que foi elevado;

2- A tradição oral: o que o Senhor dissera e fizera os apóstolos, após a Ascensão, transmitiram aos ouvintes, com aquela compreensão mais plena de que gozavam instruídos que foram pelos gloriosos acontecimentos de Cristo, e esclarecidos pelo Espírito Santo;

3- Os Evangelhos escritos: os autores sagrados escreveram os quatro Evangelhos escolhendo certas coisas das muitas transmitidas oralmente ou já escritas. Fizeram, portanto, uma síntese do que realmente acharam importante, sempre direcionados para a vida e a obra de Jesus, omitindo detalhes desnecessários à fé dos cristãos.

A unidade entre o Antigo e o Novo Testamento-: a Igreja, já nos tempos dos apóstolos, e depois na sua Tradição, compreendeu que Deus realizou, no Antigo Testamento, pré-figurações daquilo que aconteceu na plenitude dos tempos, ou seja, nos tempos do Novo Testamento. Por isto, os cristãos devem estudar o Antigo Testamento à luz de Jesus Cristo morto e ressuscitado, já que, desde o início, os escritos do Antigo Testamento se encaminham para a figura de Jesus.

A unidade dos dois Testamentos decorre da unidade do Plano de Deus e da sua Revelação. O Antigo Testamento prepara o Novo, da mesma forma que o Novo Testamento cumpre as profecias do Antigo. Os dois se completam reciprocamente; os dois são verdadeira Palavra de Deus.


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