Aula 26/2012 – QUEM É JESUS (II) – (Mc 15, 16 – 41)


26 – QUEM É JESUS (II) – (Mc 15, 16 – 41)

29/Outubro/2012

Jesus é Rei -: como sabemos, Jesus foi condenado à morte como sendo alguém que pretendia o poder, desafiando tanto as autoridades judaicas quanto as romanas. Os soldados romanos encontraram uma forma de, sabendo disso, divertirem-se com Jesus: “Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e lha puseram na cabeça. Depois, começaram a cumprimentá-lo: `Salve, rei dos judeus´. E batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e, dobrando os joelhos, prestavam-lhe homenagem” (Mc 15, 17 – 19). Ao fazer isso, eles estavam, sem saber, caçoando dos poderes humanos que Jesus sempre rejeitara. Jesus, de fato, não é rei segundo os critérios humanos. Ele se tornou rei no momento em que, caçoado e torturado, foi levado para fora, a fim de ser crucificado (Mc 15, 20). Foi aí que Jesus saiu definitivamente desse jogo de poder, sem farsas: condenado pelos poderosos, Ele estabeleceu seu reinado. O Filho do Homem veio para servir, não para ser servido.

Jesus, portanto, é o Juiz no momento em que esteve no banco dos réus e é o Rei quando foi condenado pelo poder real. Assim, nosso Juiz e nosso Rei colocou em xeque todos os tribunais que julgam injustamente e todos os poderes políticos que são opressores.

Jesus é crucificado -: Marcos descreve rapidamente os fatos que se seguiram. Considerado impuro, blasfemo, subversivo, bandido, Jesus ficou sozinho, carregando a cruz. Um africano, Simão de Cirene (Cirene ficava na África), foi obrigado a ajudar Jesus a carregar a cruz. Sem roupas, pois as suas foram repartidas entre os soldados (Mc 15, 24), crucificado entre dois bandidos (Mc 15, 27), Jesus era o próprio rebotalho humano, segundo os critérios dos poderosos maus. No entanto, Ele permaneceu consciente do ato de sua entrega à vontade de Deus, recusando a bebida entorpecente, que era oferecida aos condenados para amenizar um pouco o sofrimento. Com a inscrição colocada na cruz, explicando o motivo da condenação (Mc 15, 26), inaugurou-se o tempo da realeza que não oprime, mas que dá a própria vida. Confessamos que Jesus é Rei no momento em que Ele assumiu em corpo e alma a condição dos marginalizados, desprezados e injustiçados do mundo.

Jesus é o Messias -: nestes momentos, tudo parecia ser um estrondoso fracasso e a zombaria das autoridades parecia ser a única coisa que fazia sentido: “A outros ele salvou …A si mesmo não pode salvar! O Messias, o rei de Israel … Desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos!” (Mc 15, 31 – 32). E a resposta para sabermos por que Jesus é o verdadeiro Messias, o Cristo, está na própria zombaria. Jesus foi aquele que, para salvar os outros, entregou a própria vida. Para ver e acreditar, os fariseus esperavam um sinal grandioso, sem perceber que o grande sinal é a própria entrega de Jesus. Se não acreditarmos nesse sinal (o sinal da cruz), todos os outros sinais não terão nenhum significado.

Jesus traído, preso, negado, condenado, torturado, zombado, insultado, crucificado, nu, sozinho, maldito segundo a Lei é o Messias, a presença salvadora de Deus que traz vida para todos os homens.

Jesus é o Filho de Deus -: Jesus, nesse momento crucial, revelou sua natureza humana e sentiu a ausência do Pai: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15, 34). E, ouvindo ainda a zombaria dos soldados e dos fariseus, morreu (Mc 15, 37). No exato momento da morte de Jesus, três sinais começaram a mostrar a reviravolta:

1- “A cortina do santuário se rasgou de alto a baixo, em duas partes” (Mc 15, 38). Isso significou a total ruptura entre o projeto de Jesus e os projetos deste mundo, orientados pelos poderosos e bem sucedidos;

2- “O oficial do exército que estava bem na frente da cruz, viu como Jesus havia expirado e disse: `De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus´” (Mc 15, 39). Outra ruptura: um pagão, que adorava os poderosos do mundo, foi o primeiro a reconhecer a divindade de Jesus;

3- “Aí estavam também algumas mulheres, olhando de longe …Elas haviam acompanhado e servido a Jesus, desde quando Ele estava na Galiléia. Muitas outras mulheres estavam aí, pois tinham ido com Jesus a Jerusalém” (Mc 15, 40 – 41). Vemos agora que Jesus não estava tão sozinho. Embora temerosas, as mulheres demonstraram a esperança de que o aparente fracasso ainda se tornaria uma grande vitória.

Diante de tudo isso, é inútil ficarmos racionalizando a nossa fé. Se não experimentarmos de algum modo a profunda miséria do sofrimento de Jesus e não nos solidarizarmos com ela, como é que vamos acreditar que um crucificado é o Juiz Universal, o Rei, o Messias e o Filho de Deus?


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