Aula 26/2011 – FONTES, CAMINHO E GUIAS DA ORAÇÃO
26 – FONTES, CAMINHO E GUIAS DA ORAÇÃO
(Itens 2650 a 2696 do Catecismo da Igreja Católica – Aula 59)
Nas fontes da oração -: o Espírito Santo é a “água viva” prometida por Cristo e que, no coração de quem reza, “jorra para a vida eterna” (Jo 4, 14). É o Espírito que nos ensina a acolhê-lo na própria fonte: Jesus Cristo. Pois bem, existem na vida cristã diversas fontes nas quais Cristo espera para nos saciar com o Espírito Santo. Essas fontes da água viva são: a Palavra de Deus, a Liturgia da Igreja e as Virtudes Teologais.
A Palavra de Deus: a Igreja aconselha a todos os cristãos que, pela freqüente leitura da Bíblia e particularmente dos Evangelhos, aprendam os ensinamentos de Jesus Cristo. Lembremos, porém, que a leitura das Escrituras deve ser acompanhada pela oração, a fim de que se estabeleça a comunicação entre Deus e nós. Sempre que dispomos a ler e estudar a Bíblia, devemos pedir, antes, a vinda do Espírito Santo.
A Liturgia da Igreja: a missão de Cristo e do Espírito Santo que, na Liturgia da Igreja, anuncia e comunica o mistério da nossa salvação, atinge plenamente o coração de quem reza. Os teólogos da Igreja comparam o coração a um altar. Quem ora com o coração interioriza e assimila melhor o sacrifício eucarístico na missa, durante e depois da sua celebração.
As Virtudes Teologais: entramos na oração como entramos na Liturgia: pela porta estreita da Fé. Através da fé, procuramos e desejamos “sentir” a Jesus, e é sua Palavra que queremos ouvir e guardar. O Espírito Santo que nos ensina a celebrar a Liturgia, na expectativa da volta de Cristo, nos educa a rezarmos nessa Esperança. Por sua vez, a oração da Igreja e a nossa oração pessoal alimentam em nós a Esperança. Os Salmos, especialmente, nos ensinam a dirigir nossa esperança a Deus: “Esperei ansiosamente pelo Senhor, Ele se inclinou para mim e ouviu o meu grito” (Sl 40, 2). Finalmente, podemos aprender com São Paulo que “a Esperança não decepciona porque a Caridade (o amor de Deus) foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5). O amor de Deus é a fonte principal da oração; quem dele bebe atinge a perfeição da oração.
Aprendemos a rezar melhor em certos momentos, ouvindo a Palavra do Senhor e participando da Eucaristia, mas é nos acontecimentos de cada dia que o Espírito Santo vem sobre nós a fim de nos estimular para a oração. Todas as formas de oração são aquele fermento que o Senhor Jesus comparou ao Reino de Deus.
No caminho da oração -: não existe outro caminho da oração cristã senão Jesus Cristo. Seja a oração comunitária ou pessoal, em voz alta ou no silêncio, ela só chega a Deus se orarmos em nome de Jesus. A celebração da Liturgia nos ensina a orar ao Senhor Jesus. Ainda que a Liturgia seja dirigida sobretudo a Deus Pai, ela inclui formas de oração dirigidas a Cristo. Orar a Jesus é invocar a sua Presença, é chamar por Ele. A invocação do santo Nome de Jesus é o caminho mais simples da oração.
Ninguém pode dizer “Jesus Cristo é o Senhor” a não ser pelo Espírito Santo, diz São Paulo (1Cor 12, 3). Cada vez que oramos a Jesus, é o Espírito Santo que nos chama para a oração. Se o Espírito nos ensina a orar a Jesus, devemos também orar ao Paráclito, agradecendo pela sua intercessão. E a oração mais completa ao Santo Espírito é aquela a que nos acostumamos a rezar no Cursilho: “Vinde, Espírito Santo…”.
Na oração, o Espírito Santo nos une a Jesus em sua humanidade. E essa sagrada humanidade devemos a Maria. A partir dessa cooperação de Maria com a ação do Espírito Santo, a Igreja desenvolveu a oração à santa Mãe de Deus, a Ave Maria, que resume todo o imenso amor que a ela devemos (os itens 2676 e 2677 do Catecismo desdobram e explicam em detalhes a oração da Ave Maria. Aconselha-se a sua leitura).
Guias para a oração -: uma imensa “nuvem” de testemunhas (os santos da Igreja) nos ensinaram a rezar, seja pelo exemplo de suas vidas, seja pela transmissão dos seus escritos ou ainda pela sua intercessão junto a Deus. Os santos são modelos e guias que devemos seguir para encaminhar a nossa oração. A família cristã é o primeiro lugar para a educação na oração. Ela é a igreja doméstica onde aprendemos a rezar e a perseverar na oração. Os ministros ordenados (os sacerdotes) também são responsáveis pela formação para a oração de todos os cristãos católicos. A catequese de crianças, jovens e adultos faz com que a Palavra de Deus seja meditada na oração. Os grupos de oração e mesmo as escolas de oração são hoje um dos sinais da renovação da oração na Igreja, alimentando-se nas fontes autênticas da oração cristã.
Lugares favoráveis à oração -: A escolha de um lugar favorável é importante para uma oração serena e centrada. A igreja, o templo de Deus, é o lugar próprio para a oração litúrgica da comunidade e para a adoração ao Santíssimo Sacramento. Para a oração pessoal, aconselha-se um recanto sossegado, para o necessário recolhimento e fixação espiritual. Muitos cristãos mantém em casa um pequeno oratório, que é ideal para se rezar.