Aula 25/2011 – A ORAÇÃO NO TEMPO DA IGREJA
25 – A ORAÇÃO NO TEMPO DA IGREJA
(Itens 2623 a 2679 do Catecismo da Igreja Católica – Aula 58)
Pentecostes -: nesse dia, o Espírito Santo prometido por Jesus foi derramado sobre os discípulos, que o esperavam orando. O Espírito, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, vai também formá-la na oração. Na comunidade primitiva, os fiéis “se mostravam assíduos aos ensinamentos dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2, 42). Como se pode ver, esta sequência de procedimentos revela os fundamentos da oração: fundada na fé apostólica, autenticada na caridade fraternae alimentada pela Eucaristia.
Essas orações, aprendidas nas Escrituras e atualizadas a partir de Jesus Cristo, se desenvolveram nas grandes tradições da liturgia da Igreja. As formas de oração, tal como nos são reveladas pelas Escrituras, são as seguintes:
A oração de bendição e adoração -: a bendição exprime o fundamento da oração; é o encontro de Deus e do homem. É ainda a resposta do homem ao dom de Deus, pois, como Deus nos abençoa, igualmente o homem pode bendizer a Deus, que é a fonte de toda bênção. Duas formas fundamentais exprimem esse movimento da bendição: ela sobe ao Pai, levada pelo Espírito Santo (nós bendizemos a Deus) e então, ainda pelo Espírito, ela desce do Pai para nós (é Ele que nos abençoa).
A adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura, diante de seu Criador. A adoração exalta a grandeza do Senhor que nos fez e do Salvador que nos libertou do mal. A adoração do Deus três vezes santo nos enche de humildade e dá garantia a nossas súplicas.
A oração de súplica -: esta oração tem muitas facetas no Novo Testamento: pedir, reclamar, invocar, gritar e até mesmo “lutar na oração” (Rm 15, 30). Mas sua forma mais habitual é o pedido. Como pecadores que somos, sabemos que nos afastamos do Pai. O pedido já é uma forma de voltar para Ele. O pedido de perdão é o primeiro movimento da oração de súplica, como mostrado pelo publicano (Lc 18, 13): “tem piedade de mim, que sou pecador”. É a condição necessária para uma oração de súplica. Quando nos mostramos humildes, compreendemos que toda necessidade material ou espiritual pode vir a ser objeto do nosso pedido. Cristo é glorificado pelos pedidos que elevamos ao Pai em seu Nome.
A oração de intercessão -: Jesus é o único intercessor junto ao Pai em favor dos homens, sobretudo dos mais pecadores. Ele é capaz de salvar aqueles que por meio dele se aproximam de Deus. O próprio Espírito Santo “intercede por nós…pois é segundo Deus que ele intercede pelos santos (Rm 8, 26 – 27). Interceder , neste tipo de oração, é pedir em favor de um outro, sendo uma expressão da comunhão cristã. Na oração de intercessão, aquele que reza “não procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos outros” (Fl 2, 4) e ora mesmo por aqueles que lhe fazem mal (At 7, 60; Lc 23, 28). Oramos ainda por todos os homens, pelas autoridades, pelos que nos perseguem e pela salvação daqueles que recusam ou não conhecem o Evangelho.
A oração de ação de graças -: como na oração de súplica, todo acontecimento pode se tornar oferenda de ação de graças. As cartas de São Paulo começam e terminam por uma ação de graças, e o Senhor Jesus sempre está presente. “Por tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus” (1Ts 5, 18). Demos graças a Deus por nossa vida e pelo Salvador que Ele nos enviou.
A oração de louvor -: o louvor é a forma de oração que reconhece que Deus é Deus! Canta-O pelo que Ele mesmo é, pelo que faz, dá-lhe glória. Por essa oração, o Espírito Santo se associa ao nosso espírito para atestar que somos filhos de Deus, assim beneficiados pelo Filho único em quem somos adotados e através de quem glorificamos o Pai. O louvor reúne todas as outras formas de oração e as leva Àquele que é sua fonte e termo final: “o único Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem nós somos feitos” (1Cor 8, 6).
A Eucaristia contém e exprime todas as formas de oração. É a oferenda pura de todo o Corpo de Cristo para a glória de seu Nome; ela é, segundo a Sagrada Tradição, o maior sacrifício de louvor que se pode prestar.