Aula 24/09/18 – A Obediência da Fé


A OBEDIÊNCIA DA FÉ

24/Setembro/2018

A resposta do homem a Deus -: por sua Revelação aos homens, Deus Pai, levado por seu amor, fala a nós, seres humanos, como a filhos muito queridos, para nos orientar e conduzir pelos retos caminhos da vida. Em resumo, Deus nos convida a sermos seus amigos. A resposta a este convite chama-se fé.

Pela fé, o ser humano submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus. A Sagrada Escritura chama esta resposta do homem a Deus “obediência da fé” (Rom 1, 5; 16, 26).

A obediência da fé -: “obedecer” (do latim “ob-audire”) significa submeter-se livremente à Palavra ouvida, visto que a sua verdade é garantida por Deus. Deste tipo de obediência, Abraão é o modelo que a Bíblia nos apresenta e a Virgem Maria sua mais perfeita realização.

Abraão, o pai de todos os crentes -: a carta de São Paulo aos Hebreus, em seu grande elogio à fé dos antepassados, insiste de maneira particular na fé de Abraão. “Foi pela fé que Abraão, respondendo ao chamado, obedeceu e partiu para uma terra que devia receber como herança, e partiu sem saber para onde ia” (Hb 11, 8). Pela fé, Abraão viveu como estrangeiro e como peregrino na terra prometida. Pela fé, Sara, sua esposa, recebeu a graça de conceber o filho prometido. Finalmente, foi pela sua fé que Abraão ofereceu seu filho único em sacrifício. Abraão realizou assim a definição de fé , dada pela carta aos Hebreus: “A fé é a posse antecipada do que se espera, uma forma de demonstrar as realidades que não se vêem” (Hb 11, 11). Graças à sua fé, Abraão tornou-se “o pai de todos os que haveriam de crer” (Rm 4, 11).

O Antigo Testamento é rico em testemunhos desta fé. No entanto, Deus reservava para nós algo muito melhor: “a graça de crer em seu Filho Jesus, o autor e realizador da fé, que leva à perfeição” (Hb 11, 40; 12, 2).

Maria: “Bem-aventurada a que acreditou” -: a Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Pela fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que “nada é impossível a Deus” (Lc 1, 37). Maria deu, pois, o seu assentimento: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lc 1, 38). E foi desta maneira que Isabel a saudou: “Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1, 45). É por meio desta fé que todas as gerações proclamarão Maria como bem-aventurada.

Durante toda a sua vida, e até o último sofrimento, quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, a sua fé não vacilou. Maria não cessou de crer no cumprimento da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja vê e venera em Maria a realização mais pura da fé.

“Sei em quem coloquei minha fé” (2 Tim 1, 12) -: a fé é primeiramente uma adesão pessoal do homem a Deus. É ao mesmo tempo e de forma inseparável, o assentimento livre a toda verdade que Deus revelou. Por isso, a fé cristã é diferente da fé em uma pessoa humana. Para o cristão, crer em Deus é inseparavelmente crer naquele que Ele enviou “seu Filho bem-amado” (Mc 1, 11). O próprio Jesus disse aos seus discípulos: “Crede em Deus, crede também em Mim” (Jo 14, 1). Podemos crer em Jesus Cristo porque Ele mesmo é Deus, o Verbo feito homem. Por ter Jesus “visto o Pai” (Jo 6, 46), Ele é o único que conhece a Deus e pode revelá-lo.

Porém, não se pode crer em Jesus Cristo sem participar do seu Espírito. É o Espírito Santo quem revela aos homens quem é Jesus. Pois já São Paulo nos adverte que “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ a não ser pelo Espírito Santo” (1Cor 12, 3). O Espírito Santo sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus: “O que está em Deus, ninguém conhece, a não ser o Espírito de Deus” (1Cor 2, 10-11).

Só Deus conhece a Deus por inteiro. Nós cremos no Espírito Santo porque Ele é Deus. A Igreja não cessa de confessar a sua fé em um só Deus Pai, Filho e Espírito Santo.


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