Aula 24/08/20 – Jesus Cristo Feito Homem
ESCOLA VIVENCIAL DO GED DE PIRACICABA – 2020
JESUS CRISTO FEITO HOMEM
24/08/2020
Uma vez que, no mistério da Encarnação, a natureza humana de Jesus foi assumida, a Igreja confessa que n`Ele existe a plena realidade da natureza humana, com sua vontade e inteligência. Mas, ao mesmo tempo, a Igreja lembra que essa natureza humana de Cristo pertence à pessoa divina do Filho de Deus que a assumiu. Dessa forma, tanto na sua alma como no seu corpo, Jesus exprime humanamente os modos divinos da maneira de agir da SSma. Trindade.
“(O Filho de Deus) trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado” (Gaudium et Spes, 22, par. 2).
A alma humana que Jesus assumiu é dotada de verdadeiro conhecimento humano. Por isso, esse conhecimento não é ilimitado, onisciente. Por isso, Jesus pôde “crescer em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2, 52) e também informar-se, como qualquer pessoa, dos conhecimentos do seu tempo. São Máximo dizia que “A natureza humana do Filho de Deus, não por si mesma, mas pela sua união ao Pai, conhecia e manifestava nela tudo o que cabe a Deus” (Questiones et Dúbia, 66, 596). É por isso que Jesus tinha conhecimento íntimo da vontade do Pai. Isso lhe permitia, então, penetrar nos pensamentos mais secretos do coração dos homens.
Portanto, pela sua união à sabedoria divina, o conhecimento humano de Cristo tinha, em plenitude, a consciência da Boa Nova que viera revelar. Mas o que Ele não revela, diz que não é sua missão (Cf. At, 1-7).
A Igreja ensina que Cristo possui duas vontades, a humana e a divina, não opostas mas cooperantes. A vontade humana de Jesus segue a vontade divina, sem estar em resistência nem em oposição a ela, mas antes sendo subordinada a esta vontade todo poderosa.
Visto que o Verbo se fez carne assumindo uma verdadeira humanidade, o corpo de Cristo era limitado, como nós o somos. Por isso, o corpo de Cristo pode ser representado (Gl 3, 1). No VII Concílio Ecumênico, a Igreja reconheceu como legítimo que ele seja representado em imagens sagradas. Ao mesmo tempo, a Igreja sempre reconheceu que, no corpo de Jesus, “Deus, que por natureza é invisível, se torna visível aos nossos olhos” (Prefácio de Natal).
Jesus conheceu-nos e amou-nos a todos durante sua vida, e entregou-se por cada um de nós. Diz S. Paulo que “O Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim” (Gl 2, 20). Por esta razão, o Sagrado Coração de Jesus, trespassado por nossos pecados e para nossa salvação, é considerado o principal sinal daquele amor com o qual o Divino Redentor ama ininterruptamente o Pai Eterno e a todos os homens.