Aula 24/05/2014 – A VIRGINDADE DE MARIA


A VIRGINDADE DE MARIA

24/Maio/2014

Uma questão de fé -: para muita gente, é muito difícil aceitar que Maria concebeu a Jesus sendo virgem. Isto é impossível, dizem eles. Mas um raciocínio simples resulta em que, se não se crê que Deus Pai possa fazer isso, Deus não é onipotente, Deus tem limitações. E quando se acredita que Deus possa ter limitações, Deus não é Deus, portanto, Deus não existe. Esse é o pretexto dos ateus e dos não cristãos.
Crer na virgindade de Maria é uma questão de fé. Eis o que afirmam os Evangelhos:
Em Mt 1, 1-17: “… Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo…”. Não se diz que José gerou Jesus. Em Lc 3, 23-27, pode-se ler que “Ao iniciar seu ministério, Jesus tinha mais ou menos trinta anos e era, conforme se supunha, filho de José…”. O texto sagrado não afirma que Jesus era filho de José, mas conforme o povo supunha, Ele era tido como filho de José. Era natural que assim fosse. Continuando, em Mt 1, 18-20, Mateus diz o seguinte: “A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes de coabitarem, concebeu por obra do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo…”. Ora, se José fosse o pai de Jesus, por que iria repudiar Maria? Não faz sentido. Depois, José foi esclarecido pelo anjo do Senhor e assumiu humildemente seu papel.

Maria virgem antes, durante e depois do parto -: Em Lc 1, 34, Maria diz ao anjo Gabriel: “Como se fará isso, se eu não conheço homem algum?”. Como se vê, até aquele momento, Maria era virgem e não parece que tinha planos de mudar essa condição. Quanto a situação de Maria durante o parto, eis o que se afirma em Jo 1, 12-13: “Mas a todos que o receberam, deu o poder de se tornarem filhos de Deus, aos que creem em seu nome, Ele, que não foi gerado nem do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. E em Lc 2, 7, encontramos: “E ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o em uma manjedoura…”. Essas atitudes de Maria insinuam que ela não sofreu as dores e nem ficou sujeita à prostração que costumam acompanhar todo parto. A Tradição, aliás, repetiu que Maria deu à luz sem dor, tencionando professar a maternidade virginal de Maria. Aliás, se lermos atentamente o Evangelho como um todo, vamos encontrar em Jo 20, 19 o seguinte texto: “À tarde desse mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: a paz esteja convosco”. Podemos perguntar qual seria a conexão entre esse fato e a virgindade de Maria durante o parto. Ora, assim como Jesus transpôs as portas (ou paredes) de onde os apóstolos se achavam reunidos, assim também Jesus, pela ação do Espírito Santo, transpôs o seio da virgem Maria e nasceu no meio dos homens. Mais uma vez, a fé nos ajuda a compreender.
Quanto ao estado virginal de Maria após o nascimento de Jesus e durante toda a sua vida, a Sagrada Tradição sempre se referiu à mãe de Jesus como a Virgem Maria. Os Evangelhos não dizem se Maria permaneceu virgem ou não, mas a tradição de considerar Maria sempre virgem não nasceu por acaso, nem apareceu depois de séculos, mas esteve sempre presente, desde os primeiros tempos da formação da Igreja. E é nisso que cremos. Mais uma vez, entretanto, algumas passagens dos Evangelhos nos sugerem que Maria jamais teve outros filhos durante a sua vida. Uma das mais importantes está em Jo 19, 26-27: “Jesus, então, vendo sua mãe e, perto desta, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: mulher, eis o teu filho. Depois disse ao discípulo: filho, eis tua mãe. E, a partir dessa hora, o discípulo a recolheu em sua casa”. Como se pode ver, este gesto de Jesus seria incompreensível se Maria tivesse outros filhos em casa, já que, segundo a lei de Moisés, ela teria que ficar aos cuidados do filho mais velho.

Objeções protestantes à virgindade de Maria -: os protestantes, embora aceitando a virgindade de Maria no nascimento de Jesus, pregam que, após isso, Maria se comportou como outra mulher qualquer, e teve outros filhos. Baseiam-se em algumas frases isoladas da Bíblia para afirmar isso. Por exemplo:
“Antes de coabitarem, ela concebeu por obra do Espírito Santo” (Mt 1, 18): essa expressão dá a entender que a concepção virginal de Cristo se deu antes que Maria estivesse vivendo na casa de José. Isso não significa que tenham coabitado depois. Lembram-se da vontade de José de repudiar Maria em segredo?
“Mas não a conheceu até o dia em que…”. Dá a entender que após o nascimento de Jesus, Maria e José passaram a viver como qualquer casal. É um grande engano. Vejam estas expressões da Bíblia: “E Micol, filha de Saul, não teve filhos até o dia de sua morte” (2Sm 6, 23). Ninguém deduziria daí que Micol teve filhos depois de morta. Outra: “O corvo que Noé soltou não voltou à arca até que as águas secassem” (Gen 8, 7). Isso não quer dizer que, depois da terra seca, o corvo voltou à arca. Mais uma: “E ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28, 20). Isso quer dizer que, após o fim do mundo, Jesus não estará mais conosco? Claro que não.
Em resumo, existem muitas outras objeções à virgindade de Maria após Jesus nascer que, como as acima, podem ser explicadas facilmente. Uma das maiores, senão a mais importante é aquela onde o Evangelho menciona “os irmãos de Jesus” (Mc 6, 3).
Essa passagem confunde até mesmo os católicos menos aprofundados na fé. Isso já foi explicado na palestra anterior.


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