Aula 24/04/16 – Vida De Santo Antonio De Pàdoa
VIDA DE SANTO ANTONIO DE PÀDOA
25/Abri1/16
Aspectos básicos de vida -: o grande santo de Pádua (ou de Lisboa, sua cidade natal), embora com uma curta existência terrena, torno-se um dos santos mais populares do mundo, sendo venerado tanto no ocidente quanto no oriente. Protetor dos pobres, auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas, o amigo das causas do coração. Assim é Santo Antonio de Pádua, frei franciscano português, que trocou o conforto de uma bastada família burguesa pela vida religiosa. Ele é um dos doutores da Igreja, e é conhecido também por muitos outros títulos: “Martelo dos hereges”, “Doutor Evangélico”, “Arca do Testamento”, e, principalmente, “Santo de todo o mundo”. É esses alguns dos títulos com que os Soberanos Pontífices e o povo em geral honraram aquele cuja vida foi, no dizer de um dos seus biógrafos, “um milagre contínuo”.
O santo português -: Santo Antonio é conhecido como o santo dos milagres, tal a quantidade de fatos extraordinários obtidos através de sua oração, que acompanhava suas pregações. Sua língua está milagrosamente conservada na igreja de Pádua, há quase 785 anos. Sua devoção no Brasil é devida aos colonizadores portugueses.
Natural de Lisboa nasceu em 15 de agosto de 1195, filho único dos nobres, Martinho de Bulhões e Teresa Taveira. Foi batizado como Fernando de Bulhões. De boa índole, inclinado à piedade e às coisas santas, sua formação intelectual e espiritual foi confiada aos cônegos da Catedral de Lisboa. Segundo alguns dos seus biógrafos, Fernando, na adolescência, foi acometido de fortes tentações contra a pureza. Um dia, estando na catedral, Fernando traçou uma cruz com os dedos numa coluna de mármore. A cruz ficou impressa na coluna como se esta fosse de cera. Nessa ocasião, o jovem de 19 anos entrou para o mosteiro de São Vicente de Fora, nos arredores de Lisboa. Ali ele permaneceu dois anos, ao fim dos quais se transferiu para o mosteiro Santa Cruz de Coimbra, sendo ordenado sacerdote em 1220.
Transferência para a Ordem Franciscana -: no verão de 1220, chegaram a Lisboa os restos mortais de cinco frades franciscanos, martirizados em sua missão no Marrocos. Fernando sentiu imenso desejo de imitá-los, doando também seu sangue por Jesus. Mudou-se então para o convento franciscano, onde se tomou um filho de São Francisco de Assis. Trocou seu nome para Antonio, e nesse mesmo ano, foi enviado à África, desejando intensamente ser um mártir. Porém, a Divina Providência não concordava com os planos de Antonio. Logo que chegou, foi atacado por uma grave enfermidade, que o manteve aramado por longo tempo. Seus superiores resolveram mandá-lo a Portugal.
Guiado pela mão da Providência -: o navio em que Antonio voltava á Portugal, levado por forte tempestade, foi parar nas costas da Itália, onde o frei encontrou abrigo em Messina, na Sicília. Lá, soube que Francisco de Assis havia convocado uniu encontro dos franciscanos para maio de 1221, em Assis. Antonio pode, enfim, conhecer pessoalmente o pai e fundador dos franciscanos. Após o encontro, Antonio sentiu necessidade de retirar- se para um local afastado e foi para o Eremitério de Monte Paulo, junto com alguns irmãos franciscanos, vivendo como eremita, por mais ou menos um ano. Entretanto, a mão de Deus estava sobre ele, e chegou o tempo em que aquela luz deveria brilhar para o bem do mundo inteiro.
enviado à cidade de Forli, Antonio estava em uma reunião de recebimento de ordens sacras por alguns noviços franciscanos e dominicanos, quando foi convidado a falar algumas palavras para dar glória a Deus e animar os jovens. Falando pela primeira vez em público, deu-se a maravilha: falou palavras com tal fervor, que o Guardião contou o fato ao Provincial, que por sua vez, o transmitiu a São Francisco. O Santo enviou Antonio a estudar teologia, para dedicar-se à pregação.
Segundo seus biógrafos, Frei Antonio tinha aspecto polido, gestos elegantes e sua voz era forte e clara, sua memória bastante aguçada. Entretanto, o traço característico, o milagre incontestável de sua vida, é à força de sua pregação e o poder dela sobre os corações e as mentes. Diz-se que, embora pregasse num só idioma, era compreendido por pessoas de todas as regiões. Daí seu sucesso extraordinário, tanto na Itália quanto na França, onde, com sua pregação, ajudou a exterminar a heresia dos albigenses.
Os milagres -: as multidões acorriam e os comerciantes fechavam suas lojas para ouvir os sermões de Frei Antonio. As igrejas eram muito pequenas para as multidões que iam ouvir sua pregação, o que obrigou Antonio a pregar nas praças públicas, onde se reuniram até 30 mil pessoas em algumas ocasiões. Quando terminava, era preciso que alguns homens robustos o erguessem e o carregassem, para evitar o assédio das pessoas que queriam tocá-lo e beijar-lhe as mãos. O número de sacerdotes que o acompanhava era pequeno para ouvir as confissões daqueles que, tocados por suas palavras, queriam mudar de vida. Seus sermões eram seguidos de milagres que não se viam desde o tempo dos Apóstolos. Praticamente, não havia coxo, cego ou paralítico que não se curava após receber sua bênção. Numa ocasião, converteu 22 ladrões de uma quadrilha que estava planejando roubar as pessoas que ouviam Antonio. Um dos milagres mais conhecidos de Santo Antonio foi a pregação aos peixes. Em Rimini, no norte da Itália, dominada por hereges, o povo permaneceu indiferente à pregação de Antonio. Este, então, abandonou o povo e foi pregar à beira mar. Milhares de peixes puseram a cabeça para fora da água para “ouvir” o santo. A população, sabendo do fato por alguns que o haviam presenciado, vaiou os hereges. Ninguém foi mais duro com os hereges que Santo Antonio, que foi chamado de “Martelo dos Hereges”. Diz-se que converteu milhares deles.
Um dos fatos mais incríveis passou-se entre Antonio e um herege, quando desafiou o santo a oferecer à sua mula (que havia três dias não comia) a Hóstia consagrada, enquanto ele ofereceria aveia. A mula, confrontada, ajoelhou-se diante de Antonio com a Hóstia nas mãos. Outra ocasião, Antonio hospedou-se numa casa de uma família amiga. À noite, o dono da casa viu uma luz muito forte que saía do quarto de Antonio e foi espiar o que poderia ser. Encontrou o santo com o menino Jesus no colo, conversando amigavelmente. Ainda outra vez, acometido por imenso sufoco na garganta, pediu a Nossa Senhora que o socorresse, pois julgava ser o demônio que desejava calá-lo. Maria apareceu e livrou-o daquele mal.
“O santo morreu” -: em 1229, foi morar com os seus irmãos franciscanos perto de Pádua, pois estava muito doente, com hidropsia (edema gástrico). Esgotado, foi levado a Camposampiero, perto de Pádua, onde lhe fizeram uma acomodação em cima de uma árvore, a seu pedido. Mesmo assim, o povo o procurava e ele pregava do alto da árvore. Piorando seu estado, foi levado a Pádua. No meio do caminho, piorou tanto que pararam em um povoado onde havia um convento franciscano. Recebeu os Sacramentos e conseguiu ainda cantar um hino à Virgem. Murmurou então: “Estou vendo o Senhor” e pouco depois, morreu, aos 36 anos. Era o dia 13 de junho de 1231. Imediatamente, as crianças de Pádua saíram gritando espontaneamente pelas ruas: “O Santo morreu”. Os sinos das igrejas de Lisboa repicaram sozinhos. Antonio foi canonizado em 1232.