Aula 23/01/17 – A História Da Bíblia


A HISTÓRIA DA BÍBLIA

23/Janeiro/2017

O maior livro da Humanidade -: A Bíblia é o livro mais lido, mais estudado, mais traduzido e mais difundido em todo o mundo. Ela foi escrita há muito tempo atrás, em línguas estrangeiras muito diferentes da nossa. Mas será que por isso mesmo podemos confiar que tudo aquilo que foi escrito originalmente chegou até nós sem alterações importantes que pudessem mudar o seu sentido? Será que tudo o que se lê hoje em dia nos variados livros da Bíblia não foi modificado através dos tempos? Para termos uma ideia sobre tudo isso, é necessário conhecer um pouco de História.

A escrita da Antiguidade -: a escrita surgiu no Oriente Próximo (a região que hoje compreende a Turquia, a Síria, o Líbano, Israel, Jordânia, Iraque, Iran, Arábia Saudita e parte do norte da África) no século IV antes de Cristo, ou seja, há 2.400 anos. No início, a escrita se resumia somente um figuras chamadas ideogramas, ou seja, para escrever a palavra “passarinho”, desenhava-se a figura de um pássaro e assim por diante. Mas os ideogramas não serviam para representar ideias e coisas abstratas, como por exemplo, “sentimento”. Assim, a escrita começou a representar os sons que pronunciamos uma letra para cada som, chegando-se então à forma atual. Na metade do segundo milênio (por volta de 500 a. C.), já existia na Fenícia (região atual da Síria e do Líbano) uma escrita organizada e foi este alfabeto fenício que serviu para que todos os livros do Antigo Testamento fossem escritos. Os antigos escreviam em tábuas de barro cozido ou de madeira; já os livros do Antigo Testamento foram escritos em papiro, couro ou pergaminho.

A composição dos livros do A.T. deve estar entre 1.000 anos antes de Cristo (o Pentateuco, ou seja, os primeiros 5 livros da Bíblia) e 50 anos antes de Cristo (o livro da Sabedoria, o último a ser escrito, em Alexandria, no Egito).

Os problemas das traduções -: após a volta do exílio da Babilônia, os hebreus abandonaram a escrita fenícia e passaram a usar a escrita “quadrada”, herdada dos babilônios. Então, por volta de 200 a.c, falava-se aramaico e escrevia-se na escrita quadrada, que deu origem à escrita hebraica atual, eu se escrevo da direita para a esquerda, como a maioria das escritas orientais. Também, por esta época, escreviam-se somente as consoantes, omitindo-se as vogais. Então, para se escrever “PEDRO” escrevia-se “PDR”. Além disso, as palavras não tinham separações, escrevendo-se todas juntas. Por tudo isso, pode-se compreender que houve muitos problemas na tradução dos textos antigos, desde que o hebraico deixou de ser uma língua viva. O idioma atual de Israel é o “yidish” ou iídiche.

As versões do Antigo Testamento -: desde aquela época, começaram a surgir diversas versões do A.T. em árabe, copta, etíope, eslavo e latim, mas todas elas traduzidas a partir da versão grega, chamada “a Bíblia dos 70”. Ela tem esse nome porque uma lenda diz que o rei do Egito, Ptolomeu Filadelfo, pediu ao Sumo Sacerdote de Jerusalém uma tradução, em grego, diretamente da Bíblia hebraica. O trabalho foi dado a 72 escribas (6 de cada uma das 12 tribos de Israel), daí o nome desta Bíblia.

A origem da nossa Bíblia -: no século IV (ano de 382 d.C.), o Papa Dâmaso pediu a Jerônimo, doutor da Igreja, que revisse a versão latina da Bíblia, já acrescida dos livros do Novo Testamento, desde o século II. Jerônimo conhecia grego e hebraico, e começou o trabalho com o livro dos Salmos, baseando-se na versão dos 70. Mas o Papa morreu e Jerônimo foi para a Palestina, e em 390 a.C. continuou o trabalho, mas abandonou a versão grega dos 70, fundamentando-se na hebraica. Em abril de 1546, o Concílio de Trento declarou autêntica a versão de São Jerônimo, que passou a ser conhecida como a “Vulgata”. A partir daí, as redações foram se modernizando, mas sem alterar o conteúdo da Vulgata.

Os livros do Novo Testamento foram escritos entre os anos 50 e 100 da era cristã, mas os originais, escritos em papiros, se perderam. Entre os séculos I e IV, as redações dos livros do N.T. se tornaram bastantes diferentes entre si. Pelo ano de 313, a Igreja implantou uma completa revisão e os copistas se tornaram mais cuidadosos.

Existem alguns papiros descobertos entre os séculos 18 e 20, que tem um grande valor no conhecimento dos textos reais do N.T. Entre eles, estão os papiros de Chester Beatty, do século II, que contém partes dos Evangelhos, dos Atos, das Cartas de Paulo e do Apocalipse. Os papiros de Bodmer, do século III, contêm o Evangelho de São João completo, uma das Epístolas de Pedro e a Epístola de Judas.

Outros manuscritos da Antiguidade ajudam a chegarmos à certeza de que, apesar das grandes diferenças de línguas e dos muitos séculos decorridos, a Palavra de Deus pode ter sofrido modificações de forma, mas nunca de conteúdo. E é isso que interessa.


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