Aula 22/2010 – A IGREJA (PARTE 1)


22- A IGREJA (PARTE 1)

(Itens 781 a 822 do Catecismo da Igreja Católica)

A Igreja, povo de Deus -: o povo de Deus, a Igreja, tem características que o distinguem de todos os grupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história da humanidade. Deus não pertence como propriedade a nenhum povo, mas adquiriu para Si um povo, “uma raça eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa” (1Pd 2, 9).

Uma pessoa torna-se membro deste povo não pelo nascimento, mas pela água e pelo Espírito Santo, ou seja, pela fé em Cristo e pelo Batismo.

O Chefe -: a Cabeça do povo de Deus é Jesus Cristo, o Messias; logo, este povo de Deus é um povo messiânico;

A Condição -: a condição deste povo é a dignidade e a liberdade de filhos de Deus;

A Lei -: a sua lei é o mandamento novo de amar uns aos outros como o Cristo nos amou;

A Missão -: a sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo. É ser unidade, esperança e salvação;

A Meta -: a meta do povo de Deus é atingir o Reino de Deus, iniciado na terra por Jesus Cristo, que é Deus mesmo. Este Reino deve ser expandido, deve crescer mais e mais, até que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo.

Um povo sacerdotal, profético e régio -: Jesus Cristo é aquele que o Pai ungiu com o Espírito Santo e que tornou “Sacerdote, Profeta e Rei”. O povo de Deus inteiro participa destas três funções de Cristo e, por conseqüência, assume as responsabilidades de missão e de serviço que daí decorrem. Ao receber o Batismo, recebe-se a vocação sacerdotal , pois somos regenerados pelo Espírito Santo. O povo de Deus participa também da função profética de Cristo. Isso se verifica pelo sentido sobrenatural da fé de todo este povo, hierarquia e leigos. Finalmente, o povo de Deus participa da função régia de Cristo, que se fez, como Rei e Senhor do Universo que era, servidor de todos.

A Igreja, Corpo de Cristo -: desde o início, Jesus associou os seus discípulos à sua vida, revelou-lhes o Reino de Deus e permitiu-lhes participar da sua missão. Jesus deixa bem claro essa associação ao dizer-lhes “Permanecei em Mim como Eu em vós …Eu sou a videira e vós sois os ramos” (Jo 15, 4 – 5). E ainda mais, anuncia uma união misteriosa e real entre seu próprio corpo e o nosso: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele” (Jo 6, 56). É interessante destacar aqui três aspectos da Igreja como Corpo de Cristo: a unidade de todos os membros entre si pela comum união em Cristo, o próprio Cristo como Cabeça do Corpo e a Igreja como esposa de Cristo.

A unidade: os crentes que se tornam membros do povo de Deus estão intimamente unidos a Cristo. Isto é particularmente verdade pelo Batismo, no qual somos unidos à morte e à Ressurreição de Cristo e pela Eucaristia, na qual somos elevados à comunhão com Ele e com todos os membros.

A Cabeça: Cristo é a Cabeça da Igreja e tem sobre ela a primazia. Pela Igreja, seu Corpo, Cristo estende o seu Reino sobre todas as coisas.

A esposa de Cristo: Jesus Cristo prefigurado como esposo da Igreja foi um tema preparado pelos Profetas e anunciado por João Batista. Cristo mesmo designou-se como “o Esposo” (Mc 2, 19). A Igreja é a esposa imaculada do Cordeiro imaculado, a qual “Cristo amou e se entregou por ela, a fim de santificá-la” (Ef 5, 26).

A Igreja, templo do Espírito Santo -: ao Espírito Santo se deve atribuir a união de todas as partes do Corpo de Cristo, tanto entre si quanto com o próprio Cristo, a Cabeça. O Espírito Santo é o princípio ao qual se deve dar todo o mérito de todas as ações da Igreja, onde Ele opera de maneiras distintas: pela Palavra de Deus, que tem o poder de educar o cristão, pelos Sacramentos, que proporcionam crescimento e cura aos membros do Corpo, pela Graça e pelas virtudes, que fazem agir segundo o bem e, enfim, pelos carismas, através dos quais o Espírito Santo torna os fiéis aptos e prontos a assumirem os vários trabalhos necessários para o bem da humanidade.

A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica -: a Igreja é Una pela sua fonte, o Senhor Jesus, que quis um só povo em um só Corpo. Mas, desde o princípio, surgiram algumas feridas nesta unidade, por vezes não sem culpa de homens de ambos os lados. Mas os que, hoje em dia, nascem em comunidades fora da Igreja Católica, não podem ser culpados pelos cismas e, desde que imbuídos de sincera fé em Cristo, são abraçados pela Igreja e merecidamente reconhecidos por ela como irmãos no Senhor.

A Igreja é Santa, pois o seu fundador e esposo a formou e por ela se entregou, a fim de santificá-la. Cristo uniu a Igreja a Si mesmo, logo essa união a santifica.

A Igreja é Católica pois é universal, e também porque nela Cristo está presente. Ela é católica porque Jesus a envia em missão por todos os homens.

Finalmente, a Igreja é Apostólica por ser fundada por Cristo sobre os apóstolos em um tríplice sentido:

a) A Igreja foi e continua sendo construída sobre os apóstolos do tempo de Cristo e, depois disto, de apóstolos todos os tempos enviados em missão pelo próprio Senhor Jesus;

b) A Igreja conserva e transmite os ensinamentos e os Evangelhos ouvidos da boca dos primeiros apóstolos;

c) A Igreja continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral, como sucessores de Pedro.


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