Aula 21/2011 – O NONO MANDAMENTO


21 – O NONO MANDAMENTO

(Itens 2514 a 2527 do Catecismo da Igreja Católica – Aula 54)

“Não desejarás a mulher do próximo, nem sua serva, nem coisa alguma que pertença a teu próximo” (Ex 20, 17).

“Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5, 28).

A concupiscência -: há várias espécies de concupiscência (ou cobiça, forte desejo): a concupiscência da carne, a concupiscências das coisas alheias, etc. A tradição católica proíbe, através do nono Mandamento, a cobiça carnal (ou sexual). O ser humano, por sua natureza, é sujeito a certa luta entre o espírito e a carne, luta essa que faz parte da experiência do combate espiritual contra os desejos da carne.

A purificação do coração -: a expressão “puros de coração”, da sexta bem-aventurança, designa aqueles que entregaram o coração e a inteligência às exigências da santidade, principalmente em três campos: a caridade, a castidade sexual e o amor à verdade e à fé.

Aos puros de coração está prometido ver Deus face a face. A pureza de coração é a condição que nos permite ver a vida segundo a visão de Deus, receber o outro como um próximo e, principalmente, permite-nos considerar o corpo humano, o nosso e o do próximo, como um templo do Espírito Santo, uma manifestação da beleza divina.

A luta pela pureza -: o cristão recebe, pelo Batismo, a purificação de todos os pecados. Mas o batizado deve continuar a lutar contra a concupiscência da carne e as cobiças desordenadas. Com a graça de Deus, podemos alcançar a pureza de coração:

– pela virtude e pelo dom da castidade, pois a castidade permite amar com um coração reto;

– pela pureza de intenção, que consiste em ter em vista a real finalidade do ser humano;

– pela pureza do olhar, pela disciplina dos sentimentos e da imaginação, pela recusa de todos os sentimentos impuros que tendem a nos desviar do caminho dos mandamentos divinos;

– pela oração.

A pureza exige um sentimento chamado pudor, que é parte integrante da temperança. O pudor consiste na recusa em revelar coisas que não devem estar expostas, pois pertencem à intimidade de cada pessoa. O pudor pede que haja moderação na relação amorosa, pede que sejam cumpridas as promessas de doação e compromisso do homem e da mulher entre si. O pudor é ainda modéstia e simplicidade no modo de agir e de se vestir. Mantém uma certa reserva quando existe o perigo de uma situação de pecado. Finalmente, o pudor é ser discreto.

Existe um pudor dos sentimentos como existe o pudor do corpo. O pudor dos sentimentos, por exemplo, protesta contra a exploração do corpo humano (como em certo tipo de publicidade comercial) ou contra o apelo sensacionalista de certos meios de comunicação social a irem longe demais na revelação de segredos pessoais e de confidências íntimas. O pudor inspira um modo de vida que permite resistir às exigências da moda exagerada e à pressão das idéias contrárias ao que pede a forma de agir de um cristão autêntico. Ensinar o pudor às crianças e adolescentes é despertá-los para o respeito à pessoa humana.

A pureza cristã exige uma purificação do clima social. Requer dos meios de comunicação social uma informação verdadeira, porém cuidadosa e respeitosa. O que se costuma chamar de permissividade dos costumesse apóia numa concepção errada da liberdade humana, que tem que ser orientada pela lei moral de Deus. Os responsáveis pela educação devem dar à juventude um ensino respeitoso da verdade e da dignidade moral e espiritual do ser humano.

A restauração da vida e da cultura do ser humano -: o Evangelho de Jesus Cristo restaura constantemente a vida e a cultura do homem decaído, combate e remove os erros e os males decorrentes da sempre ameaçadora sedução do pecado. É a solução definitiva e infalível contra todas as situações que ameaçam a pureza cristã.


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