Aula 21/2010 – CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA
21 – CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA
(Itens 748 a 776 do Catecismo da Igreja Católica)
Constituição dogmática sobre a Igreja -: “Sendo Cristo a Luz dos Povos, este Sacrossanto Sínodo, congregado no Espírito Santo, deseja ardentemente anunciar o Evangelho a toda criatura e iluminar todos os homens com a claridade de Cristo que resplandece na face da Igreja”. É com estas palavras que começa a Constituição dogmática sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II. Com isto, a Igreja mostra que o artigo de fé sobre a Igreja depende inteiramente dos artigos concernentes a Jesus Cristo. A Igreja não tem outra luz senão Cristo; ela é comparável à Lua, que apenas reflete a luz do Sol.
O artigo sobre a Igreja também depende inteiramente do artigo sobre o Espírito Santo. “O Espírito Santo é a fonte e o doador de toda a santidade e foi Ele quem dotou a Igreja de santidade”. Crer que a Igreja é santa e católica e que ela é também una e apostólica é inseparável da fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
As denominações da Igreja -: a palavra “igreja” (“ekklèsia”, do grego “ek-kalein”, “chamar para fora”) significa mais propriamente “convocação”. Designa as assembléias do povo, geralmente de caráter religioso e é o termo frequentemente usado no Velho Testamento grego para as reuniões do povo eleito diante de Deus. Ao denominar-se “igreja”, a primeira comunidade dos que criam em Cristo se reconhece herdeira dessa assembléia.
Na nossa linguagem cristã, a palavra “igreja” designa a assembléia litúrgica, mas também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes. A Igreja é o povo de Deus que se reúne no mundo inteiro. A Igreja somos nós.
Os símbolos da Igreja -: no Novo Testamento, Cristo é a cabeça dos que crêem, sendo estes o seu Corpo. Em torno desta figura, agruparam-se imagens tiradas ou da vida pastoril ou da vida dos campos, ou do trabalho da construção ou da família e do casamento. Por isso, a Igreja é o redil, do qual Jesus anunciou ser o Pastor. A Igreja é a lavoura (ou o campo de Deus) ou ainda a vinha, todas imagens tiradas da vida dos campos do tempo e da terra de Jesus. Com freqüência, a Igreja é também chamada de construção ou templo de Deus; o próprio Jesus comparou-se à pedra rejeitada pelos construtores e que tornou-se a pedra angular. Nessa construção habita a família de Deus. A Igreja é também chamada de Jerusalém Celeste e nossa Mãe. É ainda descrita como a esposa imaculada de Cristo.
A origem da Igreja -: a todos os que crêem em Cristo, Deus Pai quis chamá-los para formarem a sua família, a Igreja. Com efeito, desde a origem do mundo, a Igreja foi pensada por Deus, que a preparou inicialmente pela antiga aliança com Israel. Ela foi após isso fundada por Cristo e sustentada pelo Espírito Santo. E no fim dos tempos, será gloriosamente consumada.
A preparação longínqua da Igreja começa com Abraão, a quem Deus promete que será o pai de um grande povo, Israel, o povo eleito de Deus. Por sua eleição, Israel deverá ser, no futuro, o sinal de união de todos os povos. Mas já os Profetas acusavam Israel de ter rompido a aliança com Deus e ter-se comportado “como uma prostituta”. Anunciam uma nova e eterna Aliança, que Cristo constituiu.
A Igreja, constituída por Cristo -: coube a Jesus realizar, na plenitude dos tempos, o Plano de Salvação de seu Pai; este é o motivo de sua missão. Jesus iniciou a sua Igreja pregando o Evangelho, ou seja, o advento do Reino de Deus prometido nas Escrituras. Este Reino manifesta-se a todos os homens na palavra, nas obras e na presença de Cristo. O Senhor Jesus dotou a sua Igreja de uma estrutura que permanecerá a mesma até à consumação dos séculos: antes de tudo, a escolha dos Doze, com Pedro como seu chefe. Os Doze representam as doze tribos de Israel. Os outros discípulos participam também da missão de Cristo, mostrando que todos os povos são chamados.
A Igreja, manifestada pelo Espírito Santo -: terminada a missão de Cristo, foi enviado o Espírito Santo, no dia de Pentecostes, para santificar a Igreja permanentemente. Foi então que a Igreja se manifestou publicamente e iniciou a pregação do Evangelho.
Para realizar sua missão, o Espírito Santo dirige a Igreja dotando-a de seus dons e carismas. Essa missão, sabemos todos, é anunciar o Reino de Deus e de estabelecer esse Reino “até os confins da terra”, como pediu Jesus.
A Igreja, sacramento universal de salvação -: “a Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou o sinal da íntima união dos homens com Deus”. Este é o primeiro objetivo da Igreja. Como a comunhão entre os homens passa pela união dos homens com Deus, a Igreja é também o sacramento da união do gênero humano. Na Igreja, esta união já começou, pois ela congrega homens de todas as nações, raças e línguas.
A Igreja, consumada na glória -: até o dia da Parusia, o retorno glorioso de Cristo, a Igreja continuará sua missão através das perseguições do mundo, sofrendo junto com o mundo, à espera da hora em que ela será, na glória, reunida a Deus Pai. A consumação da Igreja e do mundo não será feita sem grandes provações e sofrimentos, mas no final, seremos todos os justos reunidos junto ao Pai, na única Igreja universal.