Aula 21/07/2014 – PONTOS BÁSICOS DA MORAL CATÓLICA – 1
PONTOS BÁSICOS DA MORAL CATÓLICA – 1
21/JULHO/2014
A Teologia moral da Igreja -: de acordo com a Igreja Católica, a teologia moral é a parte da Teologia “que se ocupa do estudo dos princípios éticos da doutrina revelada”. Esses princípios éticos devem, portanto, ser aplicados à vida cotidiana do cristão católico. O Evangelho ensinado por Jesus Cristo não se resume apenas à crença em Deus, mas também em todas as normas de vida que ele contém, no relacionamento dos homens entre si e para com Deus. Essa moral pode ser resumida, de uma forma simples, no mandamento maior que Jesus deixou: “Amar a Deus e ao próximo”.
Essas normas devem, então, ser praticado no dia a dia do cristão católico, significando a plena aceitação do Evangelho aplicado, como Jesus queria, na vida de cada um. A prática desta moral católica, cuja parte fundamental e obrigatória são os Dez Mandamentos, leva o homem a se libertar do pecado e, por conseguinte, a viver plenamente o Evangelho.
A moralidade dos atos -: segundo a doutrina da Igreja, a moralidade dos atos humanos depende de três fatores: a natureza do ato, a intenção com a qual se pratica o ato e as consequências deste ato. Estes três fatores definem se o ato praticado é ou não contra a
Por outro lado, é preciso assinalar que os fins não justificam os meios, ou seja, não se pode praticar um ato mau para se conseguir um bem. Assim, quebrar uma norma moral, mesmo com boas intenções, implica numa escolha do mal, e por isso mesmo implica no pecado.
Dignidade, liberdade e consciência moral -: o ser humano possui dignidade, um dom de Deus que implica necessariamente no fato que esta dignidade compreende a liberdade e a consciência moral. A liberdade engloba a capacidade do der humano em agir ou não agir, fazer ou não fazer, em suma, de escolher entre o bem e o mal. A escolha do mal é um abuso da liberdade, que conduz ao pecado, isso porque o ser humano tem a consciência moral. Esta consciência moral, quando é escutada, leva o homem a escolher o bem, ouvindo, portanto a voz de Deus.
Mas, se o ser humano possui liberdade, esta não lhe dá o direito de escolher o mal, se esta for a vontade de sua consciência moral? Em princípio, a resposta é sim.
Mas isto é sinal de que a sua consciência moral está prejudicada pela ignorância da oral cristã, por falta de conhecimento ou por desprezo pelo que ela indica. Para que isto não aconteça, é preciso retificá-la através da educação, do conhecimento da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja. Além disso, ajuda em muito na formação moral as orações e o exame de consciência.
As leis morais -: a Lei de Deus, sendo uma obra divina, ensina “os caminhos e normas de conduta que levam o ser humano ao Paraíso prometido, proibindo os caminhos que levam aos desvios de Deus”. Esta Lei de Deus é formada por três outras leis que são:
A Lei Natural, que está escrita por Deus no coração de cada ser humano, é universal e imutável. A Igreja interpreta a Lei Natural no sentido de que tudo o que não é natural fere a Moral católica e deve ser evitado, especialmente quando a dignidade da pessoa humana está em jogo. Como todos os seres humanos, fiéis ou não, a carregam no coração, ela é de cumprimento obrigatório. Infelizmente, essa lei nem sempre é bem compreendida, devido ao pecado. Por isso, conforme disse Santo Agostinho, “Deus escreveu nas tábuas da Lei aquilo que os homens não conseguiam ler nos seus corações”.
A Lei Antiga, escrita por Deus nas tábuas da Lei e levada aos homens por Moisés, ainda imperfeita, prepara a conversão e o acolhimento da Palavra de Deus. Essa Lei Antiga está exposta no Velho Testamento, e a sua observância iluminou os homens no caminho da Nova Lei, que seria a exposição final e perfeita da Vontade de Deus. Esta Vontade de Deus está expressa nos Dez Mandamentos. É necessário lembrar que a quebra de um só dos Dez Mandamentos abrange todos os outros nove, porque o Decálogo é um conjunto único e indissociável.
A Nova Lei, cujo cumprimento é a perfeição que Deus quer dos seres humanos, foi trazida à Terra por Jesus Cristo. Ela não exclui a Lei Natural e a Antiga Lei, mas as aperfeiçoa de tal modo que já não há mais necessidade de outras leis. Tudo aquilo que a moral católica exige dos cristãos encontra-se na vida e na pregação de Jesus Cristo, e na catequese moral dos Apóstolos, sendo o Sermão da Montanha e suas bem-aventuranças à sua principal expressão. Esta Nova Lei, já perfeita e plenamente revelada no Evangelho resume-se no mandamento de amor a Deus e ao próximo, e é considerada por São Tomás de Aquino como sendo “a própria graça do Espírito Santo, que foi dada aos crentes em Cristo”.
É pela observância à Moral Católica, baseada nestas três leis, que a Igreja tem opiniões formadas e imutáveis sobre muitos aspectos da vida, independente do que pense a sociedade atual, cujas normas nem sempre coincidem com a Vontade de Deus. Veremos isto nas palestras que se seguirão.