Aula 20/04/15 – Vida de São João Evangelista


VIDA DE SÃO JOÃO EVANGELISTA

20/Abril/2015

Quem foi João -: São João Evangelista nasceu, ao que se presume, por volta do primeiro decênio (ano 6?) da era cristã, na aldeia de Betsaida, na Galiléia. Era filho do pescador Zebedeu e de Maria Salomé, uma das mulheres chamadas Maria, que acompanharam Jesus e seus discípulos durante a sua missão. Ele e seu irmão Tiago foram dois dos discípulos mais ativos de Jesus, que os apelidou “Boanerges”, que significa “Filhos do trovão”, por causa de seus temperamentos impulsivos.

João foi o mais jovem dos apóstolos de Jesus, e é o autor do quarto e último Evangelho canônico pertencente ao Novo Testamento. Segundo ele próprio narra em seu Evangelho, João era o “discípulo amado” de Jesus, provavelmente por sua juventude, dedicação e amor intenso que tinha pelo Mestre. João foi o único apóstolo de Cristo que o acompanhou durante todo o episódio de sua morte, permanecendo aos pés da cruz com Maria e as demais mulheres que seguiam Jesus. Não teve nenhum medo de ser preso pelos romanos e judeus, como sucedeu com os demais apóstolos. Diz-se que isso sucedeu também por causa de sua juventude e que por isso mesmo não foi considerado perigoso.

Uma prova que não admite dúvida -: Jesus, ao morrer, confiou sua mãe aos cuidados do jovem João, dizendo a Maria, ajoelhada aos pés da cruz: “Mulher, eis aí teu filho”, e a João: “Filho, eis aí tua Mãe” (Jo 19, 26 – 27). A Tradição confirma que João desempenhou fielmente esse papel, até a Assunção de Maria aos céus, levando-a, conforme ele mesmo confirma em seu Evangelho, para sua casa.

No entanto, isso confirma também que Jesus era o único filho de Maria, e não teve irmãos, como afirmam os protestantes. Se Jesus tivesse outros irmãos, por que confiaria a João a sua Mãe? Por que João teve de levá-la para sua casa, se outros filhos de Maria existissem? Fica bem claro que não havia outros “irmãos” de Jesus.

Os discípulos privilegiados -: João, Tiago, Pedro e André foram os quatro privilegiados que participaram do círculo mais íntimo de Jesus. Presenciaram a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração e a angústia de Jesus no jardim do Getsêmani, aos pés do monte das Oliveiras. Jesus sempre escolhia os quatro, ou alguns deles, quando alguma coisa importante iria acontecer.

Na Ressurreição de Cristo -: a narrativa que João faz do episódio da Ressurreição de Cristo em seu Evangelho (Jo 20, 1 – 10) mostra muito claramente o amor do discípulo pelo seu Mestre. Maria Madalena, ao descobrir o sepulcro vazio, foi às pressas avisar a Simão Pedro do acontecido. João estava com ele. Ao ouvirem a narrativa da Madalena, saíram correndo para o sepulcro. Conta João que correu muito mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao local. No entanto, demonstrando respeito para com Pedro, não entrou e esperou que ele chegasse. Foi, portanto, o primeiro discípulo a ver o túmulo vazio, e acreditou na Ressurreição, conforme ele mesmo afirma.

As peregrinações de João -: São João Evangelista esteve em Antioquia, por ocasião do Concílio dos Apóstolos, quando Paulo apresentou os resultados de sua missão de evangelizar, judeus e gentios. Após as perseguições sofridas pelos cristãos em Jerusalém, João acompanhou Simão Pedro para a Samaria, onde desenvolveram uma intensa evangelização, e onde, de acordo com os Atos dos Apóstolos, foi convencido por São Paulo a abandonar a imposição de práticas judaicas àqueles que, não sendo judeus, se convertiam ao cristianismo.

Nessa missão de evangelização, João transferiu-se para Éfeso, no sudoeste da Turquia (naquele tempo uma região de domínio grego), onde orientou muitas igrejas. Foi em Éfeso que João escreveu o seu Evangelho. Escreveu também três epístolas, as cartas com mensagens sobre a vida eterna e sobre a comunhão com Deus através da fé em Jesus Cristo. Aliás, a espiritualidade baseada em Jesus é a tônica principal de seu Evangelho e demais escritos por ele realizados.

Em Éfeso existe, ainda hoje, uma pequena casa num local retirado, que os turcos chamam de Merie Mana (casa de Maria) e onde, segundo a tradição local, João morou com Maria durante um tempo não estabelecido. O local é um sítio de peregrinação tanto de cristãos como de muçulmanos, desde que Nossa Senhora também é venerada por eles.

Ainda a perseguição aos cristãos -: na segunda metade do primeiro século, subiu ao trono do Império Romano o imperador Domiciano, que intensificou a perseguição aos cristãos. João foi então preso e exilado na ilha grega de Patmos, no mar Egeu, onde se refugiou numa gruta que ainda hoje está acessível à visitação. Nessa gruta, João teve visões que o levaram a escrever o livro do Apocalipse, o último livro do Novo Testamento, que prediz as tribulações da Igreja e o seu triunfo final.

Fragmentos antiqüíssimos de papiros contendo os primeiros trechos conhecidos do Evangelho de João foram encontrados no Egito, o que sugere, segundo alguns estudiosos, que João possa ter estado por lá, em suas missões de evangelização.

São João Apóstolo morreu em Éfeso, no ano 103 d.C., com cerca de 100 anos de idade, e lá está sepultado.


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