Aula 19/09/16 – O Céu
O CÉU
19/Setembro/2016
O Juízo Particular -: a morte põe fim à vida do ser humano. O período de vida pode ser olhado como um tempo em que acolhe ou se recusa a Graça de Deus revelada por Jesus Cristo a todos os homens. O Novo Testamento fala de dois juízos que iremos sofrer um final, na época da Parusia (segunda vinda de Cristo ao mundo), e outro particular, que ocorre logo após a morte. A parábola do pobre Lázaro e as palavras de Cristo a Dimas, o “bom ladrão”, assim como outros textos do Novo Testamento, falam de um destino último da alma que pode ser diferente para uns e outros.
Cada ser humano recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Jesus Cristo. Essa retribuição é feita através de uma purificação, de uma entrada imediata no céu ou de uma condenação para sempre. Como escreveu São João da Cruz, “No ocaso da vida, seremos julgados quanto ao amor”.
O Céu -: os que morrem na Graça de Deus e que estão totalmente purificados, viverão para sempre com Cristo. Serão para sempre semelhantes a Deus, porque o verão “tal como Ele é” (1Jo 3, 2). Essa vida perfeita com a Santíssima Trindade, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados, é denominada “o Céu”. Este é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do ser humano, o estado de felicidade suprema e definitiva. Viver no céu é viver por Cristo, com Cristo e em Cristo. Os eleitos vivem nele, mas é aí que encontram a sua verdadeira essência e identidade.
Pela sua morte e Ressurreição, Jesus nos abriu o céu. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da Redenção realizada por Cristo, que prometeu a glorificação celeste aos que creram nele e que lhe foram fiéis em vida. O céu é, portanto, “a comunidade bem-aventurada de todos aqueles que estão perfeitamente incorporados a Jesus Cristo”.
Um Mistério de Fé -: o céu é um mistério que só podemos esperar, mas nãopodemos realmente compreender. Como assinala o Catecismo da Igreja Católica, “Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação”. A Sagrada Escritura fala dele somente em imagens que nós podemos compreender: vida, luz, paz, casa do Pai, Jerusalém celeste, paraíso. E São Paulo Apóstolo, compreendendo a enormidade deste mistério, definiu-o do seguinte modo: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que O amam” (1Cor 2, 9).
Visão Beatífica -: pelos motivos acima referidos, e por ser Deus Pai totalmente inacessível ao ser humano enquanto nesta vida, só será por nós visto como Ele é quando pudermos, por sua Graça, chegar ao Céu. Só então seremos capazes de contemplar a Deus em sua glória. Esta contemplação de Deus é chamada pela Igreja de “visão beatífica”.
A Felicidade dos Bem-Aventurados -: como não podemos imaginar como será a existência eterna em Deus, a nossa imaginação procura referir-se a ela com aquilo que achamos que é a felicidade perfeita dentro desta existência material. Nesse particular, São Cipriano (ep. 56, 10,1) assim escreveu: “Qual não será a tua glória e a tua felicidade: ser admitido a ver a Deus, ter a honra de participar das alegrias da salvação e da luz eterna na companhia de Cristo, o Senhor teu Deus (…) desfrutar no Reino dos Céus, na companhia dos justos e dos amigos de Deus, das alegrias da imortalidade adquirida”.
Na glória do Céu, os bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus em relação aos outros homens e à criação inteira. Já reinam com Cristo, e com Ele “reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22, 5).