Aula 19/06/17 – A Matança Dos Inocentes


A MATANÇA DOS INOCENTES

19/Junho/2017

Os “magos” -: Os chamados “reis” magos são considerados, de acordo com os estudos mais recentes, como seguidores de um líder religioso persa chamado Zaratustra. Na língua persa, os líderes religiosos são chamados de “magu”, de onde veio a pronúncia “mago”. No entanto, eles nada tinham de mágicos, mas sim de estudiosos da religião persa.

Desde a época em que os judeus estiveram exilados na Babilônia, de onde saíram por ordem do rei Ciro, os elementos da religião judaica influíram grandemente sobre a religião persa, pois os persas admiravam bastante a religiosidade do povo judeu que, embora escravo, não desanimava na sua crença em Javé.

Dessa forma, algumas crenças judias passaram a fazer parte da religião persa, entre as quais a vinda de um Messias (que os persas chamavam de “Socorredor”) que viria para ser o Guia dos povos e seu Rei.

Dessa forma, os magos (= sacerdotes persas) sabiam dos detalhes que antecipariam a vinda do Messias, entre os quais o aparecimento de uma “estrela” diferente nos céus. Como se sabe, até hoje não existe uma concordância entre os estudiosos sobre o que seria essa estrela. As hipóteses são muitas, mas não cabe discuti-las hoje. O que vale é que essa “estrela”, no tempo previsto, realmente apareceu nos céus.

Era o sinal que os sacerdotes persas esperavam havia muito tempo. Assim, alguns deles, provavelmente preparados para isso, partiram imediatamente para Israel, mais especificamente para Jerusalém.

Não se sabe, na verdade, quantos eram eles, nem como se chamavam. A tradição considera um mínimo de dois e um máximos de doze. É comum pensar-se em três porque três foram os presentes. Os nomes de Gaspar, Baltazar e Melchior não constam da Bíblia e apareceram somente a partir dos anos 800. Também não eram reis, como se acredita, pois se o fossem, o evangelista Mateus não deixaria de notar. Ele fala em “magos”, mas não diz quantos eram nem como se chamavam.

Em Belém -: José e Maria, com o Menino, haviam se alojado em uma casa, pois o recenseamento já havia terminado e os forasteiros haviam partido, na sua grande maioria. Provavelmente, os magos chegaram quando alguns meses já haviam se passado desde o nascimento de Jesus.

Chegando a Jerusalém, os magos, que não conheciam a terra, perguntaram sobre o nascimento do Messias. Encaminhados ao rei Herodes, este os interrogou sobre os detalhes. Ao ouvir falar no Messias que seria o novo “rei” dos judeus, assustou-se e enxergou nele um rival que poderia tentar tirar-lhe o trono. Consultou então os doutores da Lei e estes o colocaram a par da profecia do profeta Miquéias sobre a cidade de Belém, onde nasceria o Messias.

Escondendo suas intenções de matar o novo “Rei”, Herodes mandou chamar os magos e os enviou para Belém, não sem antes pedir-lhes que, quando encontrassem o Messias, o avisassem para que também ele fosse lhe render homenagens.

Os magos, sempre com a estrela à sua frente, chegaram a Belém, onde encontraram Jesus e seus pais. Ofereceram então ouro, incenso e mirra como presentes. Era costume dos persas, ao homenagear alguém importante, oferecer-lhe perfumes próprios da sua região. Por isso, muitos estudiosos acreditam que não foi oferecido ouro, mas sim outro tipo de perfume, cujo nome não se conhecia e foi mal traduzido como “ouro”. Avisados por um “anjo” (provavelmente algumas pessoas que acreditavam que Jesus era realmente o Messias e que conheciam bem o rei Herodes e suas maldades), eles não voltaram a Jerusalém e nem se encontraram de novo com Herodes. Cumprida a sua missão, voltaram para a Pérsia por outro caminho e não mais se ouviu falar deles nos Evangelhos.

A fera -: Herodes (chamado de “a fera” por seus biógrafos) esperou algum tempo e, percebendo que os magos o haviam enganado e não voltariam, enfureceu-se. E quando se enfurecia, fazia coisas terríveis. Por exemplo, havia mandado matar sua esposa predileta, Mariamne, por estrangulamento. Mandou matar também, pelo ano 7 a. C., os dois filhos que tivera dela e os soldados da guarda, que ousaram pedir-lhe que tivesse compaixão dos filhos. Isso provocou uma revolta entre aqueles que presenciaram essa matança e, como resultado, mais 300 pessoas morreram executadas por suas ordens. Três anos depois, mandou matar outro filho seu chamado Antípatro, que ele mesmo já havia designado como seu sucessor.

Emitiu então uma ordem para que se exterminassem todas as crianças de dois anos para baixo que houvessem nascido em Belém. Nos seus cálculos, levando em conta o que os magos lhe haviam contado, o Messias não escaparia da morte. Não lhe importava saber que inocentes morreriam também sem culpa nenhuma e assim aumentou a margem de segurança para estar certo da morte do menino. A execução dessa ordem cruel recebeu o nome de “matança dos inocentes”.

Sabemos que José, avisado em sonhos para que fugisse dali com Jesus e Maria, foi para o Egito e ali ficou até que soube da morte de Herodes, quando então voltou (e foi morar em Nazaré, longe de Belém e de Jerusalém). Tão logo a Família se foi, chegaram os soldados de Herodes para cumprir a ordem. Muitos estudos foram feitos para que se chegasse a uma conclusão de quantos foram os inocentes mortos naqueles dias.

Quantos foram? -: É costume pensar-se que muitíssimas crianças morreram, mas na verdade não foi bem assim. Os estudiosos modernos estimam o número de crianças mortas baseando-se na provável população de Belém naquela época, entre 1.000 e 3.000 pessoas, e o índice de mortalidade infantil por ano, que oscila entre 40 por mil e 50 por mil. Se a população fosse 1.000 pessoas, os cálculos indicam umas dez (10) crianças mortas, que é o número mínimo. Com uma população máxima de 3.000 pessoas, o número sobe para 70 crianças. A maioria dos estudiosos prefere fixar o número em 25 crianças mortas.


Cursilho Piracicaba
Desenvolvimento e Hospedagem:eCliente Tecnologia