Aula 18/2010 – CRISTO DESCEU AOS INFERNOS E RESSUSCITOU AO 3º. DIA
18- CRISTO DESCEU AOS INFERNOS E RESSUSCITOU AO 3º. DIA
(Itens 624 a 655 do Catecismo da Igreja Católica)
Jesus Cristo foi sepultado -: Deus quis que seu Filho não somente morresse pelos nossos pecados, mas também que Ele conhecesse a morte, isto é, provasse o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo entre sua morte e sua Ressurreição. A permanência de Cristo no sepulcro guarda o mistério da passagem de seu corpo humano a seu corpo de ressuscitado.
A morte de Cristo foi uma morte verdadeira, pois pôs fim à sua existência terrestre. Porém, Deus preservou o corpo de Cristo da corrupção. A Ressurreição de Jesus ao terceiro dia foi a prova disto.
Cristo desceu aos “infernos” -: as afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus ressuscitou dentre os mortos pressupõem que, antes da Ressurreição, Ele tenha permanecido na morada dos mortos (referida antigamente como os “infernos”). É bom ressaltar que a palavra “inferno” neste caso não tem o mesmo significado de lugar da condenação eterna. Esta morada dos mortos para a qual Cristo morto desceu é chamada nas Escrituras de “infernos”, pois aqueles que lá se encontram (maus e bons) estão privados da visão de Deus, à espera da Redenção. Porém, isto não significa que a sorte dos maus e dos bons seja igual. São precisamente estas almas boas, que estavam à espera da Redenção, que Jesus libertou ao descer aos “infernos”.
Pedro, em sua primeira epistola (1Pd 4, 6) diz que “A Boa-Nova foi igualmente anunciada aos mortos …”. A descida de Cristo aos infernos foi o cumprimento completo da sua missão redentora, a fim de que “os mortos ouçam a voz do Filho do Homem e os que a ouvirem vivam” (Jo 5, 25).
O túmulo vazio -: “Por que procurais Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui, ressuscitou” (Lc 24, 5 – 6). Nos acontecimentos da Páscoa, o primeiro episódio é o túmulo vazio. Isso por si só poderia não significar que Jesus ressuscitou. Os fariseus, ao saberem do fato, subornaram os guardas para que afirmassem que o corpo de Jesus fora roubado pelos seus discípulos. É no que os judeus até hoje acreditam. Porém, como isto seria possível, se todos os seguidores de Jesus estavam dispersos e escondidos e o túmulo estava guardado por soldados armados?
O túmulo vazio foi o primeiro passo rumo ao reconhecimento da Ressurreição. Este foi o caso das santas mulheres em primeiro lugar, seguidas de Pedro e João.
As aparições do Ressuscitado -: Maria Madalena e as outras mulheres, que vinham terminar de embalsamar o corpo de Jesus, sepultado às pressas devido à chegada do sábado (onde não se poderia trabalhar em nada), foram as primeiras a encontrar Jesus Ressuscitado. Jesus apareceu depois a Pedro e aos outros apóstolos. Como testemunhas do Ressuscitado, Pedro e os demais foram as pedras da fundação da Igreja de Cristo, apoiados por mais de quinhentas pessoas às quais Jesus apareceu (1Cor 15, 4 – 8).
O abalo provocado pela Paixão e Morte de Cristo foi tão grande que alguns dos discípulos não acreditaram de imediato na notícia da Ressurreição. Quando Jesus apareceu aos onze apóstolos na tarde da Páscoa, censurou-lhes a incredulidade. Em acréscimo, todos conhecem o episódio de Tomé.
Finalmente, as aparições posteriores de Jesus eliminaram todas as dúvidas e, a partir daí, a fé dos seguidores de Jesus aumentou de tal forma que todo o medo foi dissipado e eles saíram a pregar o Ressuscitado por todo o mundo conhecido, inspirados pelo Espírito Santo.
O estado da humanidade ressuscitada de Jesus -: Jesus ressuscitado estabelece com seus discípulos relações concretas, onde estes O tocam e com Ele comem. Reconhecem assim que Jesus não é um espírito, pois o seu corpo é o mesmo que foi martirizado, trazendo ainda as marcas das torturas. No entanto, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, características novas de um corpo glorioso: pode aparecer onde o quando quiser, atravessar recintos fechados, assumir a forma de um jardineiro (com Maria Madalena), de um viajante (com os discípulos de Emaús) ou de um pescador (na praia, à espera dos apóstolos).
A Ressurreição de Cristo não constituiu uma volta à vida terrestre, como aconteceu com Lázaro e os outros ressuscitados por Jesus, que voltariam a morrer um dia. Cristo, porém, passa de um estado de morte para uma outra vida, que não é limitada pelo tempo e pelo espaço.
A Ressurreição – obra da Santíssima Trindade -: a Ressurreição de Cristo é uma obra realizada pelas três pessoas divinas, que agem ao mesmo tempo. Ela aconteceu pelo poder de Deus Pai, que ressuscitou Cristo, seu Filho, introduzindo a sua humanidade – com o seu corpo – na Trindade, segundo o Espírito de santidade, que vivificou a humanidade morta de Jesus.
Sentido e alcance da Ressurreição -: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação e vazia também a vossa fé” (1Cor 15, 14). A Ressurreição é, antes de tudo, a confirmação daquilo que Jesus fez e ensinou. É também um cumprimento das promessas do Antigo Testamento e uma confirmação perfeita da divindade de Jesus. Só o Filho de Deus poderia ressuscitar.
Finalmente, a Ressurreição de Cristo – e esta é a nossa garantia – significa a nossa própria ressurreição futura. Como disse São Paulo Apóstolo “Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram … assim como todos morreram em Adão, em Cristo todos receberão a vida” (1Cor 15, 20 – 22). Na expectativa deste futuro, o Cristo Ressuscitado vive no coração de todos nós.