Aula 18/2009 – APROFUNDAMENTO NA FÉ


18- PRIMEIRA CARTA A TIMÓTEO: APROFUNDAMENTO NA FÉ (1, 12 – 17; 3, 14 – 16)

Necessidade do aprofundamento na fé-: esta primeira carta a Timóteo, além dos conselhos sobre a organização das comunidades, traz também reflexões do Apóstolo sobre a necessidade de aprofundamento na fé em Jesus Cristo. Vimos que muitas comunidades cristãs sofriam com a influência indesejada de “cristãos judaizantes”, ou seja, pessoas que, embora aparentemente convertidas ao cristianismo, procuravam convencer a comunidade sobre a prática de rituais e exigências que pertenciam ao judaísmo e que foram abolidas pela doutrina de Jesus (por exemplo, queriam manter a circuncisão, a observância do sábado, as leis sobre os alimentos, etc. Todas essas coisas eram típicas do judaísmo e nada tinham a ver com o cristianismo).
Paulo, atento a esses acontecimentos, esclarece a Timóteo como a comunidade deve proceder para evitar esses transtornos. E uma das principais armas para a luta contra a infiltração dessas pessoas judaizantes que se diziam “mestres” e procuravam ensinar errado é o aprofundamento na doutrina de Jesus Cristo.

Primeiro aprofundamento (1, 12 – 17)-: “Agradeço àquele que me deu força, a Jesus Cristo Nosso Senhor, que me considerou digno de confiança, tomando-me para o seu serviço, apesar de eu ter sido um blasfemo, perseguidor e insolente. Mas eu obtive misericórdia porque eu agia sem saber, longe da fé. Sim, Ele me concedeu com maior abundância a sua Graça, junto com a fé e o amor que estão em Jesus Cristo. Esta palavra é segura e digna de ser acolhida por todos: Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Mas exatamente por causa disto eu obtive misericórdia: Jesus Cristo quis demonstrar toda a sua generosidade primeiramente a mim, como um exemplo para os que depois iriam acreditar nele, a fim de terem a vida eterna. Ao rei dos séculos, ao Deus incorruptível, invisível e único, honra e glória para sempre. Amém”.
Este primeiro aprofundamento é feito em termos de ação de graças (“agradeço”) a Jesus Cristo. Paulo procura demonstrar aqui que ele é “digno de confiança”, e que Jesus o “tomou ao seu serviço”. Logo, são os seus ensinamentos que a comunidade deve seguir, e não os ensinamentos de pessoas que não tiveram nenhum contato com Jesus Cristo, nem foram escolhidas por Ele.
Mas é importante destacar que Paulo procura demonstrar que o cristão deve reconhecer, antes de tudo, que é pecador, e volta a acusar-se de seus pecados anteriores (“… blasfemo, perseguidor e insolente”). Diz ainda que é, entre os pecadores, “o primeiro”. Ainda assim, Jesus o escolheu para ser o seu servidor, mostrando que a misericórdia de Deus é maior que qualquer pecado, desde que haja reconhecimento e arrependimento. É um dos fundamentos da pregação de Jesus: humildade e arrependimento.
Paulo mostra também que a maioria dos pecados que cometemos é por ignorância da fé (“… eu agia sem saber, longe da fé”). Quantos pecados são cometidos por ignorância? Por isso, o aprofundamento na fé através do estudo é tão necessário.
Vemos ainda que Paulo aponta que, apesar de ser o primeiro dos pecadores, obteve de Deus o perdão de seus pecados. Isso quer dizer que Deus está sempre pronto a perdoar, e que ninguém deve achar-se já condenado de antemão.
Assim, a ação principal de Jesus Cristo nesse primeiro aprofundamento é uma ação de salvação dos pecadores, e Paulo procura mostrar isso dizendo à comunidade que “essa palavra é segura” e é parte essencial do ensinamento cristão.

Segundo aprofundamento (3, 14 – 16)-: “Escrevo-lhe essas coisas esperando encontrá-lo em breve. Se eu me atrasar, você saberá como proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade. De fato, como é grande o mistério da piedade: ele se manifestou na carne, foi justificado no espírito, apareceu aos anjos, foi anunciado aos pagãos, foi acreditado no mundo e exaltado na glória”.
Paulo esperava visitar Teófilo e a comunidade dos efésios logo. No entanto, ele não tinha a expectativa de chegar brevemente, pois naquele tempo as viagens eram cheias de imprevistos e perigos, tanto por terra quanto por mar. Nunca se podia ter certeza de nada.
É interessante ver como Paulo julgava as comunidades: elas eram “casas de Deus”. Isso mostra também que não havia, para Paulo e seus discípulos, nenhum “dono” das igrejas: elas eram a casa de Deus, e só de Deus, depositárias (“colunas”) e sustentáculos da verdade.
O aprofundamento continua com um hino de louvor a Jesus, chamado de “mistério da piedade”. Aqui, “mistério” significa a fé e “piedade” quer dizer religião.
Em outras palavras, trata-se de Jesus, centro da fé e da religião. O hino apresenta 3 duplas de elementos opostos: carne e espírito, anjos e pagãos, mundo e glória. Resume a vida de Jesus, da encarnação à glorificação, sua humanidade movida pelo Espírito e o anúncio do seu Evangelho pelo mundo todo.


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