Aula 17/2010 – A MORTE REDENTORA DE CRISTO


17 – A MORTE REDENTORA DE CRISTO

(Itens 599 a 618 do Catecismo da Igreja Católica)

Jesus entregue segundo a vontade de Deus -: a morte violenta de Jesus não foi o resultado do acaso em um conjunto infeliz de circunstâncias. Essa morte fez parte do plano de Deus, conforme Pedro explicou aos judeus de Jerusalém no dia de Pentecostes: “Ele foi entregue segundo o desígnio determinado por Deus” (At 2, 23). Isso significa que aqueles que levaram Jesus à morte foram apenas instrumentos passivos de um roteiro já preparado por Deus.

Jesus morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras -: o projeto divino de salvação mediante a morte do Messias, havia sido antecipadamente anunciado nas Escrituras como um mistério de redenção universal. A morte redentora de Jesus cumpre, em particular, a profecia do Servo Sofredor (Is 53, 7 – 8).

Por isso, Pedro diz em sua primeira carta: “Fostes resgatados da vida fútil que herdastes dos vossos antepassados pelo sangue precioso de Cristo” (1Pd 1, 18). Paulo completa dizendo: “Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós” (Rm 8, 32).

O amor redentor de Deus -: ao entregar seu Filho Jesus por nós, Deus manifestou a sua benevolência em relação a nós, pecadores. “Nisto consiste o amor: não fomos nós que O amamos, mas foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4, 10). A Igreja, pois, ensina que Cristo morreu por todos os homens, sem exceção: “Não há, não houve nem haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido”(Concílio de Quiercy, 853).

Toda a vida de Cristo é uma oferenda ao Pai -: desde o primeiro instante de sua vida, Jesus assumiu a vontade de Deus em redimir a humanidade: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra” (Jo 4, 34). Isso anima toda a vida de Jesus, pois a sua Paixão redentora é a razão de ser de sua Encarnação.

O Cordeiro que tira o pecado do mundo -: após batizá-lo juntamente com os pecadores, João Batista apontou Jesus como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). Ao abraçar o amor de Deus pelos homens, Jesus “amou-os até o fim” (Jo 13, 11). Assim, no sofrimento e na morte, Jesus se tornou o instrumento livre e perfeito do amor do Pai que quer salvar seus filhos: “Ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente” (Jo 10, 18).

A Ceia e a oferta da vida de Jesus -: na noite em que foi entregue, Jesus expressou a livre oferta de sua vida, enquanto ceava com seus apóstolos: “Isto é o meu corpo que é dado por vós” (Lc 22, 19). E mais: “Isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados” (Mt 26, 28). A Eucaristia que instituiu naquele momento é o memorial do sacrifício de Jesus.

A agonia no Getsêmani -: no Getsêmani, Jesus orou ao Pai, dizendo: “Pai, se possível, afasta de Mim este cálice …” (Mt 26, 39). Este pedido expressa todo o horror que a morte representa para a sua natureza humana. Mas logo após, completa dizendo que se faça a vontade de Deus. E assim foi feito.

O sacrifício único e definitivo -: a morte de Cristo é ao mesmo tempo o sacrifício pascal que realiza a redenção definitiva da humanidade e o sacrifício da Nova Aliança que recoloca os homens em união com Deus. A morte de Cristo é um dom de Deus Pai que entrega seu Filho para a nossa redenção e, ao mesmo tempo, uma oferenda de Jesus que, livremente e por amor, oferece sua vida, também por nós.

Na cruz, Jesus consuma seu sacrifício -: Cristo nos conheceu e amou, oferecendo sua vida. Um só homem morreu pelos pecados de todos os homens. Nenhum homem, ainda que muito santo, não teria condições de tomar sobre si os pecados de todos e oferecer-se em sacrifício. Somente a condição sem pecado de Jesus poderia realizar essa missão. Pela sua santíssima Paixão na Cruz, Jesus mereceu-nos a justificação, é o que ensina o Concílio de Trento.

Nossa participação no sacrifício de Cristo -: o fato de que Jesus, na sua Pessoa Divina encarnada, de certo modo uniu a si mesmo todos a humanidade, oferece-nos a possibilidade de estarmos associados ao mistério pascal. Jesus sempre chamou seus discípulos a tomar sua Cruz e seguí-lo, e nós também somos seus discípulos. Tomando a cruz de nossas vidas com o mesmo espírito de obediência de Jesus, nós, de alguma forma, estamos participando de seu sacrifício.


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