Aula 17/08/20 – Os Anjos e a Queda


ESCOLA VIVENCIAL DO GED DE PIRACICABA – 2020 

OS ANJOS E A QUEDA

17/08/2020

 

Os Anjos, uma verdade de fé -: a existência de seres espirituais, não materiais, que a Bíblia chama de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro quanto as afirmações da Tradição da Igreja. Logo, descartadas as fantasias sobre os anjos, construídas pela inocência popular, a sua existência é real e afirmada inclusive pelas palavras de Jesus Cristo em diversas passagens dos Evangelhos, das quais citamos Lc 20, 36: “Porque já não podem morrer, pois são como anjos…”, e também Mt 18, 10: “Porque lhes digo que no céu os anjos deles contemplam continuamente o rosto de meu Pai que está nos céus”. Essas citações são suficientes para que saibamos que os anjos realmente fazem parte do Reino celeste, e Jesus sabia muito bem disso.

Mas quem são os anjos? -: a palavra “anjo” significa “mensageiro”. Essa é a verdadeira missão dos anjos: ser mensageiros da vontade de Deus Pai. Os evangelhos tem muitas passagens onde os anjos descem à terra para comunicar aquilo que deve ser conhecido e feito pelos homens. Basta recordar a Anunciação a Maria, a libertação de Pedro da prisão, o anúncio da Ressurreição a Maria Madalena, etc. No episódio da Ascenção de Jesus aos céus, dois anjos chamam a atenção das testemunhas, para que deixem de olhar para cima e partam para anunciar o evangelho (At 1, 10 – 11).

            Jesus Cristo é o centro do mundo dos anjos. São os seus anjos: “Quando o Filho do Homem vier na sua glória com todos os seus anjos…” (Mt 25, 31). São de Cristo porque foram criados por e para Ele, Jesus os fez mensageiros do seu Plano de Salvação. Essa afirmação é feita por Paulo Apóstolo em sua Carta aos Hebreus: “Pois não são eles (os anjos) espíritos servidores, enviados a serviço daqueles que vão receber a salvação como herança?” (Hb 1, 14).

            Desde a Encarnação até à Ascenção, a vida de Jesus é cercada de adoração e de serviço de seus anjos. E, como o próprio Jesus afirmou, a Parusia, a segunda vinda de Cristo, será acompanhada por eles.

Triste acontecimento -: por trás da desobediência de nossos primeiros pais há uma voz sedutora que se opõe a Deus (Gn 3, 1 – 5) e que, por inveja, os faz cair na morte. As Escrituras e a Tradição da Igreja veem nesta tentação a voz de um anjo destronado, chamado Satanás ou Diabo. A Igreja ensina que ele tinha sido anteriormente um anjo bom, criado por Deus e reluzente em sua aparência, daí ser conhecido também como Lúcifer (Luminoso). Realmente, ele e seus companheiros desviados se tornaram maus por sua própria iniciativa e vontade. A Escritura fala de um pecado desses anjos maus. Esta “queda” consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radicalmente a Deus e a seu Reino. Como um exemplo desta rebelião, temos as palavras do Tentador ditas aos nossos primeiros pais: “E vós sereis como deuses” (Gn 3, 5). Como diz o Evangelho de João, o diabo é “pecador desde o princípio” (1Jo 3, 8) e “o pai da mentira” (Jo 8, 44).

 

É o caráter irrevogável da sua opção e não uma falta da infinita misericórdia de Deus que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. São João Damasceno dizia que para os anjos caídos “Não existe arrependimento depois da queda, como não existe arrependimento para os homens depois da morte”. A Bíblia atesta a influência maldosa daquele que Jesus chama de “o homicida desde o princípio” (Jo 8, 44) e que, como sabemos, tentou desviar Jesus de sua missão recebida de Deus Pai (Mt 4, 1-11). A mais grave das ações do diabo, devido às suas consequências, é a sedução mentirosa que levou o ser humano a desobedecer a Deus. E isto continua até hoje.

Poderoso, mas não infalível -: contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura. Ele não é capaz de impedir a construção do Reino de Deus. Embora ele atue no mundo pelo seu ódio contra Deus e seu Reino por Jesus Cristo, e embora sua ação crie graves danos de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física, esta ação só se torna presente quando o ser humano permite. É bem conhecida a figura de linguagem que diz que “o diabo é um cão feroz acorrentado. O seu poder só vai até onde a corrente alcança”. Para o homem, basta manter-se além do raio de ação desta corrente. Entretanto, o poder de sedução do diabo é bem conhecido, e esta é a causa dos desvios dos ensinamentos que Jesus nos mostra. A permissão de Deus para que a atividade diabólica persista é um grande mistério, mas, como aponta São Paulo, “nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam” (Rm 8, 28).

O Pecado, ação de Satanás -: a liberdade do ser humano é posta à prova através das tentações que o diabo coloca à sua frente. Como sabemos, até Jesus foi tentado pelo demônio, mas nada conseguiu. Imagine-se, porém, a tentação colocada à frente do homem. Estamos longe de possuir a santidade de Jesus, e por isso, caímos muito facilmente na tentação de pecar, e pecar de muitas maneiras.

Mas, o que é o pecado? Uma desobediência contra Deus, fruto da liberdade que o Senhor nos concedeu. Pecamos porque queremos. Dessa forma, podemos definir a natureza do pecado como sendo mais ou menos grave, de acordo com a ação cometida. No entanto, para que haja pecado grave, são necessárias três condições: pleno conhecimento, pleno consentimento e matéria grave. Essas condições são as que definem se o pecado cometido é mortal para a alma, ou somente venial (ou menos grave). Podemos resistir ao pecado fortalecendo a nossa fé em tudo aquilo que Jesus nos ensinou e com muita oração.


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