Aula 16/2011 – O QUARTO MANDAMENTO
16 – O QUARTO MANDAMENTO
(Itens 2197 a 2246 do Catecismo da Igreja Católica – Aula 49)
“Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Ex 20, 12).
“Era-lhes submisso” (Lc 2, 51).
O 4º. Mandamento encabeça a segunda tábua da Lei -: Deus quis que, depois dele mesmo, fossem honrados nossos pais, a quem devemos a vida e nos transmitiram o conhecimento de Deus. Devemos honrar e respeitar aqueles que Deus, para o nosso bem, revestiu de sua autoridade. O 4º. Mandamento, que inicia a segunda tábua da Lei de Deus, dirige-se aos filhos, em suas relações com seus pais e suas mães. Diz também respeito às relações com os demais membros da família, mandando prestar honra e respeito aos avós e até mesmo aos antepassados. Estende-se, por fim, aos deveres dos alunos para com os professores, dos empregados para com os patrões, dos subordinados para com os chefes e dos cidadãos para com os seus governantes. Compreenda-se que, vice-versa, os mesmos deveres são devidos pelos professores, patrões, chefes e governantes.
A observância do 4º. Mandamento produz sua recompensa: alcança os frutos espirituais e os frutos temporais de paz e prosperidade. Ao contrário, a não observância deste Mandamento acarreta grandes danos para as pessoas e para as comunidades.
A família cristã no Plano de Deus -: um homem e uma mulher unidos pelo casamento formam com seus filhos uma família particular, que é completada pelas relações de parentesco com os demais familiares. A família cristã é uma comunidade de fé, de esperança e de caridade; na Igreja, ela tem uma importância fundamental, pelo que a chamamos de Igreja doméstica. As relações dentro da família produzem uma afinidade de sentimentos, de interesses e de afetos, afinidade essa que provém principalmente do respeito mútuo entre seus membros. A família cristã é uma comunidade privilegiada, chamada por Deus a realizar uma comunhão de amor, nas decisões comuns dos esposos, na educação dos filhos e no respeito e obediência dos filhos para com os pais. Esse é o papel da família dentro do Plano de Deus.
A família e a sociedade -: a família é a célula que dá origem à vida social. É na família que, desde a infância, se pode aprender os valores morais, os valores cristãos e a usar corretamente a liberdade. A vida em família é a iniciação para a vida em sociedade. Por isso, quando uma família, por pobreza ou ignorância, não tem condições para fornecer a seus membros a correta forma de viver em sociedade, o governo, através de seus organismos sociais, tem o dever de ajudá-las e de apoiar a instituição familiar. A comunidade política tem o dever de garantir às famílias os direitos de se constituir, de ter filhos e de educá-los, de professar a sua fé, de possuir propriedade privada, de usufruir de assistência médica e de segurança e de liberdade de opiniões e de ações, dentro da lei.
Deveres dos membros da família -: os deveres dos pais não se reduzem somente à procriação dos filhos, mas também e principalmente à sua educação moral e formação espiritual. O papel dos pais na educação dos filhos é tão importante que é quase impossível substituí-los. E os pais cristãos não devem somente transmitir aos filhos o conhecimento daquilo que é correto, mas demonstrar a eles um testemunho de vida que possa e deva ser imitado. É necessário também que os pais proporcionem a seus filhos a educação para a fé, que deve começar desde a mais tenra infância. A evangelização começa em casa.
Os deveres dos filhos, menores ou adultos, começam com o respeito devido àqueles que, pelo dom da vida, pelo seu amor e por seus trabalhos e sacrifícios, os puseram no mundo e permitiram que crescessem em estatura, em sabedoria e em graça. O respeito e a obediência devidos aos pais não cessam com a vida adulta. Os filhos devem se lembrar, principalmente, de que quando os pais se tornarem velhos ou incapacitados, devem prestar a eles toda a assistência moral e material. Todos estes deveres devem também estender-se às relações entre irmãos e irmãs.
Deveres das autoridades civis e dos cidadãos -: a autoridade civil deve ser exercida como um serviço, pois “aquele que é grande entre vós, seja aquele que serve” (Mt 20, 26). Ninguém pode mandar ou instituir aquilo que é contrário à dignidade das pessoas e à lei natural. Os poderes políticos devem respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana. Por outro lado, os cidadãos devem respeitar as autoridades legítimas como se fossem representantes da vontade de Deus. “Sujeitai-vos à toda instituição humana por causa do Senhor” (1Pd 2, 13). É dever dos cidadãos colaborar com as autoridades civis para o bem da sociedade num espírito de verdade, de justiça, de solidariedade e de liberdade. A submissão à autoridade exige moralmente o correto pagamento de impostos, o exercício do direito do voto e a defesa do país.
A Igreja e a política -: faz parte da missão da Igreja emitir o seu juízo moral sobre o que diz respeito à ordem política, quando assim o exijam o direito fundamental das pessoas ou a salvação de suas almas, empregando todos os recursos (e somente estes) que estão de acordo com o Evangelho e com o bem de todos, conforme a diversidade dos tempos e das situações” (GS 47, 1).