Aula 15/10/18 – Os Fiéis Leigos
OS FIÉIS LEIGOS
15/Outubro/2018
Quem são os leigos? -: sob o nome de leigos entendem-se todos os cristãos, exceto os membros da Ordem Sagrada, ou do estado religioso reconhecido pela Igreja. Os leigos são, portanto, todos os fiéis que, incorporados a Cristo pelo Batismo, agem nos seus ambientes, exercendo as funções sacerdotal, profética e régia de Jesus Cristo.
A vocação dos leigos -: é função dos leigos, pela sua própria vocação, procurar o Reino de Deus, exercendo funções temporais segundo os ensinamentos de Cristo. Aos leigos cabe, portanto, iluminar e transformar de tal modo o mundo, que este mundo se torne aquilo que Jesus pediu que se tornasse.
A ação dos cristãos leigos é particularmente necessária quando se trata de descobrir e criar meios para impregnar as realidades sociais, políticas e econômicas de acordo com as exigências da doutrina cristã. Esta ação é a mais importante na missão dos leigos neste mundo.
“Os fiéis leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja: por eles a Igreja é o princípio vital da sociedade humana. Por isso, eles devem ter uma consciência mais clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de serem Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na terra, sob a direção do Chefe comum, o Papa, e dos bispos em comunhão com ele. Eles são a Igreja” (Papa Pio XII).
Uma vez que os leigos são encarregados por Deus da sua missão por meio do Batismo e da Confirmação (Crisma), eles têm a obrigação e o direito, individualmente ou agrupados em associações e movimentos, de trabalhar para que a mensagem da salvação revelada por Jesus Cristo seja conhecida e recebida por todos os seres humanos e por toda a terra. Esta missão é ainda mais presente levando-se em conta que é através dos leigos que o mundo pode ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades sociais, a ação dos leigos é tão necessária que, sem ela, a missão dos pastores não pode, na maioria das vezes, obter o seu pleno efeito.
Os leigos e o sacerdócio de Cristo -: consagrados a Cristo e ungidos pelo Espírito Santo, os leigos são chamados e instruídos para que neles se produzam os frutos do Espírito. Assim, todas as suas obras, vida conjugal e familiar, trabalho diário, descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito Santo, e mesmo as provações da vida, se tornam “hóstias espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1Pd 2, 5). Desta forma, também os leigos, como fiéis agindo cristãmente em toda a parte, consagram a Deus o próprio mundo, como fez Jesus Cristo. De maneira especial, os pais participam da missão de santificação e do sacerdócio de Cristo quando levam a vida familiar com espírito cristão e velando pela educação cristã dos filhos.
Se tiverem as qualidades exigidas, os leigos podem ser admitidos a alguns ministérios de serviço dentro da Igreja. Onde a necessidade da Igreja o aconselhar, os leigos, podem na falta de ministros, suprir alguns de seus ofícios: exercer o ministério da palavra, presidir às orações litúrgicas, administrar o Batismo e distribuir a sagrada comunhão.
Os leigos e a missão profética de Cristo -: Jesus exerce o seu múnus profético não somente através da hierarquia, mas também através dos leigos, fazendo deles testemunhas e dotando-os da fé e da graça da palavra: “Ensinar alguém para levá-lo à fé é a tarefa de cada pregador e também de cada crente” (São Tomás de Aquino). A missão profética dos leigos é exercida também pela evangelização, isto é, “o anúncio de Cristo feito pelo testemunho de vida e pela palavra”.
Os leigos e o múnus régio de Cristo -: pela sua obediência até à morte, Jesus passou aos seus discípulos o dom da liberdade régia, “para que vençam em si mesmos o reino do pecado, através de sua abnegação e vida santa” (Santo Ambrósio). Aquele que submete seu próprio corpo e governa sua alma, sem deixar-se submeter pelas paixões, é seu próprio senhor: pode ser chamado rei porque é capaz de reger a sua própria pessoa: é livre e independente e não se deixa aprisionar pelas culpas.
Os leigos podem também ser chamados para colaborar com os pastores no serviço das comunidades eclesiais, para o crescimento e a vida das mesmas, exercendo ministérios bem diversificados segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser neles depositar. Exemplos dessa colaboração podem ser encontrados na participação dos leigos em diversos conselhos pastorais e econômicos, nos sínodos diocesanos, nos tribunais eclesiásticos, etc.
“Assim todo leigo, em virtude dos próprios dons que lhe foram conferidos, é, ao mesmo tempo, testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja” “na medida do dom de Cristo” (Ef 4, 7).