Aula 15/09/2014 – A IGREJA CATÓLICA: A INFALIBILIDADE DA IGREJA
A IGREJA CATÓLICA: A INFALIBILIDADE DA IGREJA
15/Setembro/2014
A lógica da infalibilidade -: para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação na sua própria infalibilidade, Ele que é a Verdade. Dessa forma, o Povo de Deus se mantém nessa fé, desde que a Igreja Católica é assistida, desde a sua origem, pelo Espírito Santo. Sabemos que a Igreja Católica se baseia, para o ensino da fé, em três pilares que só ela possui: os Evangelhos, a Tradição e o seu Magistério (Ensinamentos da Igreja). Como se pode ver, nenhum desses três pilares pode falhar desde que se sustentam sob a orientação do Espírito Santo.
Jesus Cristo muito se manifestou a esse respeito, em diversas passagens pelo Evangelho, mas basta uma delas para que possamos compreender de uma vez por todas porque a Igreja não pode errar em seus ensinamentos: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 18-20). Dessa forma, como o Espírito Santo não erra a Igreja também não pode errar no seu Magistério.
O Magistério da Igreja -: o Magistério da Igreja Católica compreende todos os ensinamentos que dela se originam, em questões de fé e doutrina. Desde os primeiros tempos, a Igreja, através de seus Papas e bispos, produziu uma série de ensinamentos e orientações, para a correta prática da doutrina cristã pelo seu povo. Uma das primeiras manifestações nesse sentido se deu através da elaboração do Didaqué, o primeiro catecismo da Igreja, que era ensinado a todos aqueles que desejavam fazer parte do Povo de Deus, e que a Igreja conserva até hoje, em toda a sua pureza. É claro que, sob a inspiração do Espírito Santo, o catecismo foi sendo modificado em sua forma de apresentação e em sua linguagem. Porém, nada foi modificado na essência da doutrina e da fé.
Pertencem também ao Magistério da Igreja todos os documentos produzidos pelos Papas e bispos através dos tempos, sejam eles Dogmas papais, Encíclicas papais, orientações apostólicas, cartas e livros, conservadas fielmente pela Igreja. Isso se manterá constante durante toda a vida da Igreja, até o fim dos tempos, conforme a vontade de Jesus Cristo.
Condições necessárias da infalibilidade -: uma definição do Papa deve conter algumas condições para que seja considerada infalível. São elas as seguintes:
1. É necessário que ele fale ex-cathedra, isto é, de modo decisivo como Pastor e Mestre dos cristãos, e para todos, não apenas de modo particular para alguns. O Papa não é obrigado a consultar ninguém, embora possa fazer isso, e quase sempre o faz;
2. A matéria a ser definida deve se referir apenas à fé e à doutrina (inclusive a moral), ou seja, se relacione com a crença e o comportamento dos cristãos;
3. Que a matéria em questão seja uma sentença definitória e definitiva, irrevogável e imutável, sobre o assunto tratado.
Como se vê, a infalibilidade do Papa se refere apenas a questões de fé e doutrina e não, como pensam alguns (ou muitos?) desavisados, como pessoa humana. Como tal, tanto o Papa quanto qualquer ser humano, estão sujeitos a erros, pois somos todos santos e pecadores. O próprio Papa se confessa regularmente.
A questão dos dogmas -: entre os ensinamentos da Igreja Católica através dos tempos, alguns, produzidos pelos Papas, são conhecidos como dogmas. Um dogma é uma manifestação de um Papa sobre uma determinada questão de fé ou doutrina que é considerada um ponto obrigatório na crença do Povo de Deus.
O Magistério da Igreja coloca plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define os dogmas, isto é, quando utilizando uma forma obrigatória, orienta os seus fiéis a uma aceitação irrevogável da fé. Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé, que iluminam e torna seguro esse caminho.
Dessa forma, apenas o Papa pode propor um dogma e, conforme se viu nessa questão ele é infalível (e jamais poderia ser diferente). Seria desnecessário, mas talvez conveniente frisar mais uma vez, que não somente os dogmas, mas todo ensinamento que se encaixe nas três condições assinaladas acima, são considerados verdades de fé.