Aula 15/06/15 – Livro Do Profeta Isaías – Parte 2


LIVRO DO PROFETA ISAÍAS – 2ª PARTE

15/Junho/2015

O segundo Isaías -: com bastante probabilidade, os capítulos 40 a 55 do livro de Isaías foram escritos por um profeta anônimo, e é comumente chamado Segundo Isaías ou Deutero Isaías. A época do conteúdo do Segundo Isaías ocorre após o ano de 550 a.C., no final do tempo do Exílio na Babilônia, quando ocorriam as primeiras vitórias do Imperador Ciro II, da Pérsia. Este conteúdo apresenta uma mensagem de esperança e consolação.

O final do exílio do povo judeu na Babilônia (“sete semanas de anos”, de 587 a.C. a 538 a.C.) é visto como sendo um novo Êxodo e, como no primeiro, Javé será o condutor e a garantia dessa nova libertação. O povo de Deus convertido, mas oprimido, é denominado “Servo de Javé”. O Novo Testamento, a partir de uma interpretação do judaísmo messiânico, atribui esse título a Jesus Cristo, o justo que sofreu e morreu para a libertação da humanidade. O povo de Deus, depois de convertido e libertado, se tornará missionário, luz para que as nações se voltem para o verdadeiro Deus.

O Segundo Isaías pode ser subdividido em duas partes:

1. Capítulos 40 a 48-: Queda da Babilônia e libertação do Povo de Deus por Ciro II;

2. Capítulos 49 a 55-: Restauração de Sião e insistência na universalidade da salvação.

O Segundo Isaías, em sua totalidade (caps. 40 – 55) é também chamado de “O livro da Consolação” por conter profecias sobre o aparecimento de Ciro II e da libertação do Povo de Deus do seu exílio.

Capítulos 40 a 48: estes capítulos, com o aviso da libertação, contém uma profecia inicial onde aparece uma frase bem conhecida nos Evangelhos, referentes a João Batista: “Uma voz clama: abri no deserto um caminho para o Senhor, endireitai na estepe uma reta para o nosso Deus”. Como se sabe, essa profecia é relacionada com a missão de João Batista, ao prenunciar a vinda de Jesus Cristo, em suas pregações pelo deserto. No capítulo 41, o Segundo Isaías prevê a subida ao trono da Pérsia de Ciro II, o imperador que derrotou a Babilônia e, avisado por Deus em sonhos, acabou promovendo a libertação do povo de seu exílio. O capítulo 42, talvez o mais interessante para os cristãos, anuncia profeticamente a vinda do Servo do Senhor (ou o Servo Sofredor), dizendo palavras que parecem retiradas dos Evangelhos, em relação a Jesus: “Eis meu servo que Eu amparo ao qual dou toda a minha afeição; faço repousar sobre Ele o meu Espírito para que leve às nações a verdadeira religião”. Mais adiante, em continuação, a profecia sobre o Servo do Senhor diz textualmente: “Eu te formei para seres a aliança com os povos, a luz das nações. Abrirás os olhos aos cegos, tirarás do cárcere os prisioneiros…e aqueles que vivem nas trevas”.

Como se vê, não é à toa que Jesus, em sua vinda à terra depois de passados cerca de 700 anos desta profecia, tenha sido considerado este Servo do Senhor, já que a maioria das profecias do livro de Isaías se encaixam perfeitamente na vida e obra de Cristo. As profecias prosseguem, falando principalmente sobre a vinda de Ciro II ao mundo, destinado por Deus a libertar o povo judeu do exílio na Babilônia, até o final do capítulo 48.

Capítulos 49 a 55 -: estes capítulos finais do Segundo Isaías começam novamente se referindo ao Servo do Senhor, chamado de “Luz das nações”, mostrando que ele será humilhado (“aos que me feriam, apresentei as costas; e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros”), mas ao final triunfará.

O Segundo Isaías emprega o termo “servo” dezenove vezes no sentido de “Servo de Deus”.

O Terceiro Isaías -: os capítulos 56 a 66 são atribuídos ao Terceiro Isaías (ou Trito-Isaías) e apresentam uma coleção de profecias que procuram estimular o povo que veio do exílio na Babilônia e se reuniu em Jerusalém, juntamente com aqueles que estavam dispersos pelo mundo. As exortações condenam os abusos que começam a aparecer de novo e mostram qual é o verdadeiro “jejum” necessário para que haja novos céus e nova terra. Esta parte do livro de Isaías não é de um autor único.


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