Aula 15/05/17 – Judite E Ester


JUDITE E ESTER

15/Maio/2017

O papel da mulher no A.T. -: O Antigo Testamento conta que o povo judeu dava pouco valor às mulheres na Antiguidade, assim como os demais povos daquelas épocas. A mulher sempre foi vista como feita por Deus para atender às necessidades da casa e criar os filhos. Guerras, negócios e política sempre foram encarados como temas estritamente masculinos. No entanto, não foram poucas as vezes em que o povo de Israel, ou partes dele, foram salvos por ações femininas, nestes casos atribuídas pelos escritores sagrados como sendo intervenção de Deus por meio de mulheres. Dois dos mais importantes são os casos de Judite e Ester.

Judite, salvadora de Betúlia -: Judite era uma mulher judia viúva, belíssima, que vivia na cidade de Betúlia sem se preocupar com as coisas do lado de fora de sua casa, como convinha a uma viúva judia. Só saía para cumprir suas obrigações religiosas e nada mais. No entanto, um fato acontecido na distante Assíria iria obrigar Judite a se transformar numa heroína de Israel.

O rei da Assíria entrou em guerra contra os medos, seus inimigos poderosos, e pediu ajuda aos povos vizinhos da Assíria, entre eles Israel. Todos os vizinhos recusaram ajuda, crendo que os medos venceriam. No entanto, o rei da Assíria venceu a guerra e então se voltou contra os vizinhos para vingar-se deles. Foi encarregado de arrasar as terras de Israel um general assírio chamado Holofernes. Na fronteira, Holofernes exige dos judeus a adoração de seus deuses. Os judeus, é claro, não obedecem e preparam-se para defender-se. Holofernes ataca e os judeus resistem bravamente. Surpreso pela resistência até então não encontrada em outros locais, Holofernes vem, a saber, por um amonita chamado Aquior que os judeus são protegidos por seu Deus Javé, e que convém não guerrear com eles. Irritado, Holofernes manda amarrar Aquior e atirá-lo nas muralhas da cidade de Betúlia. Recolhido pelos judeus, Aquior conta os planos de Holofernes, mas não a tempo de evitar que os assírios cortem o fornecimento de água da cidade.

Com o passar do tempo, a população começa a desanimar e a passar necessidades. É então que Judite, vendo que os chefes judeus estão prestes a se render, sai de sua casa e reúne o povo e os soldados e lhes diz: “Se confiarmos em Javé, temos o direito de esperar que Ele nos auxilie. Tenham confiança Nele e Ele vencerá os nossos inimigos”.

Javé deu a ela a inspiração para elaborar um plano para derrotar o inimigo. Sem contar a ninguém qual é o seu plano, Judite enfeita-se de maneira esplêndida e sai da cidade, fingindo para os soldados inimigos que ela estava presa em Betúlia e que desejava juntar-se aos assírios. Levada diante de Holofernes, este fica fascinado por Judite e a convida a morar no seu acampamento. Convidando-a para um banquete, Holofernes se embriaga e quer ficar a sós com Judite. Judite aproveita-se então da embriaguez de Holofernes e corta-lhe a cabeça com a espada, embrulhando-a em um pano e fugindo depois para Betúlia. Reunindo os hebreus, Judite mostra-lhes a cabeça do general inimigo e exige dos soldados um ataque de surpresa contra os assírios.

Sem chefe, os assírios são derrotados pelos judeus e fogem. Depois da vitória, o povo começa a exaltar Judite, mas ela os interrompe e exorta a todos a se ajoelharem e cantarem um hino de agradecimento a Deus.

Ester e a festa dos Purim -: A palavra “purim” em hebraico significa “sortes”. A festa dos Purim é celebrada entre os dias 14 e 15 do mês de Adar (entre fevereiro e março). O livro de Ester narra a origem desta festa judaica que Jesus também festejava, como bom judeu.

A história de Ester se passa no exílio da Babilônia. Um judeu chamado Mardoqueu, por acaso, consegue descobrir uma conspiração de alguns habitantes da cidade contra o rei Xerxes e conta aos cortesãos do palácio, que conseguem prender os conspiradores. Como recompensa, Mardoqueu recebe licença para viver na corte do rei. Mas o primeiro ministro do rei, chamado Amã, que não gostava dos hebreus, começou a ficar com ciúmes das honrarias que Mardoqueu recebia dos palacianos.

Eram costume todos os subalternos do primeiro ministro inclinarem-se à sua passagem. Mardoqueu recusou-se a venerar um ser humano e isso enfureceu ainda mais a Amã. Furioso, decide mandar matar Mardoqueu e convencer o rei Xerxes a exterminar por completo os hebreus do reino. Enquanto isso, o rei Xerxes repudiou a sua favorita Vaste e procurava por outra favorita. Mardoqueu, temendo por si e pelo seu povo, aconselha sua sobrinha Ester a apresentar-se ao rei sem dizer que era judia e concorrer ao lugar de favorita, que equivalia ao título de rainha. Ester apresenta-se e por sua beleza é imediatamente amada pelo rei, que a eleva à condição de favorita, ou rainha.

Amã, sem saber que Ester é judia, consegue obter do rei Xerxes poderes ilimitados para os negócios do reino e decide acabar com o povo hebreu. Lança então as sortes (Purim) para ver o dia em que os deuses indicarão o extermínio dos judeus. Sai o dia 14 de Adar. A ordem é mandada para todas as províncias e Mardoqueu fica sabendo. Chama então Ester e pede-lhe que conte ao rei que ela é judia e ao mesmo tempo em que poupe seu povo.

Ester prepara-se para a difícil missão, que poderia custar-lhe a vida. Fez suas orações a Javé durante um dia, jejuou no outro e depois convidou o rei Xerxes e Amã para um jantar. Entrementes, Amã já havia mandado erguer uma forca para enforcar Mardoqueu no dia seguinte. Naquela noite, o rei não conseguiu dormir e chamou os seus leitores para entretê-lo com histórias, nas quais foi contada a história de Mardoqueu, que o rei esquecera completamente. Lembrado, perguntou que recompensa Mardoqueu havia recebido. Sabendo que Mardoqueu nada havia recebido além de poder viver na corte, chamou Amã e perguntou-lhe que honras deveria receber uma pessoa que o rei queria homenagear. Pensando tratar-se dele próprio, Amã propõe honrarias extraordinárias: dinheiro, cavalos, terras, etc. Quando fica sabendo que o homenageado é Mardoqueu e não ele, quase morre de raiva, mas é obrigado a se conter.

O rei e Amã vão então para o jantar com Ester, que revela ao rei toda a trama urdida pelo ministro contra os judeus. Xerxes então suspende o decreto de extermínio dos judeus e condena Amã à morte na mesma forca que ele erguera para Mardoqueu.

O rei concede aos judeus, no dia do Purim, vingar-se de todos aqueles que haviam ajudado Amã nos seus planos, e a data passou a ser comemorada por Israel como data nacional.


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