Aula 14/2011 – O SEGUNDO MANDAMENTO


14 – O SEGUNDO MANDAMENTO

(Itens 2142 a 2159 do Catecismo da Igreja Católica – Aula 47)

“Não pronunciarás em vão o nome do Senhor teu Deus” -: o segundo mandamento manda respeitar o nome de Deus. Ele regula o uso que fazemos da palavra nas coisas santas. O nome do Senhor é santo; eis porque o homem não pode abusar dele. Não fará uso dele a não ser para louvar, bendizer e glorificar.

O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus, ou seja, todo uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo e, por extensão, dos nomes da Virgem Maria e dos santos.

As promessas feitas a outrem em nome de Deus empenham a honra, a fidelidade, a veracidade e a autoridade divinas. Devem, pois, serem respeitadas. Não honrar essas promessas é abusar do nome de Deus, e de certo modo, fazer de Deus um mentiroso. Por isso mesmo, deve-se evitar ao máximo possível “prometer em nome de Deus”.

A blasfêmia opõe-se diretamente ao segundo mandamento. Consiste em proferir contra Deus (interior ou exteriormente) palavras de ofensa, de ódio, de desafio, etc. São Tiago reprova firmemente “aqueles que blasfemam contra o nome sublime de Jesus, que foi invocado sobre eles” (Tg 2, 7). A proibição da blasfêmia se estende às palavras contra a Igreja de Cristo, os santos e as coisas sagradas. É também blasfêmia recorrer ao nome de Deus para encobrir más práticas, reduzir pessoas à servidão, torturar ou infligir males a quem quer que seja. A blasfêmia, sendo contrária ao respeito devido a Deus, é um pecado gravíssimo.

As pragas que envolvem o nome de Deus, mesmo sem intenção de blasfemar, são também uma falta de respeito para com o Senhor. O segundo mandamento proíbe também o uso mágico (adivinhações, “benzimentos”, magia negra), em nome de Deus.

O nome do Senhor pronunciado em vão -: o segundo mandamento proíbe o juramento falso. Fazer juramento é invocar a Deus como testemunha. É colocar a veracidade de Deus ao nível da nossa própria veracidade. O juramento empenha o nome do Senhor. Logo, não jurar falsamente por Deus é um dever de todos os cristãos. O juramento falso invoca a Deus para ser testemunha de uma mentira. Porém, quando é verídico e legítimo, o juramento por Deus revela a palavra humana com a verdade de Deus.

É perjuro aquele que, sob juramento, faz uma promessa que não tem intenção de manter ou que, depois de ter prometido algo sob juramento, não o cumpre. O perjúrio constitui uma grave falta de respeito para com o Senhor. Ainda se pode lembrar que comprometer-se por juramento a praticar uma obra má é contrário à santidade do nome divino.

Jesus referiu-se ao segundo mandamento no sermão da montanha: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor. Eu, porém, vos digo: não jureis em hipótese nenhuma…seja o vosso sim, sim e o vosso não, não. O que passa disso vem do maligno” (Mt 5, 33 – 34.37). Jesus ensina que todo juramento implica uma referência a Deus e que a presença de Deus e de sua verdade deve ser honrada em toda palavra. A discrição em recorrer ao nome de Deus na nossa linguagem do dia a dia caminha estreitamente ligada com a atenção respeitosa à sua Presença constante junto a nós.

A Tradição da Igreja entende que essas palavras de Jesus não se opõem ao juramento quando este é feito por uma causa grave e justa (por exemplo, perante um tribunal). O juramento, isto é, a invocação do nome de Deus como testemunha da verdade, só se pode fazer nessa verdade, no discernimento e na justiça.

A santidade do nome de Deus exige que não se recorra a ele para coisas fúteis, e que não se preste juramento em circunstâncias passíveis de interpretar esse nome do Senhor como uma aprovação de qualquer coisa injusta. Quando um juramento por Deus é exigido por um poder civil ou militar ilegítimo, pode-se recusá-lo. Deve-se também recusá-lo quando é pedido para fins contrários à dignidade das pessoas ou da Igreja.

O nome cristão -: no Batismo, o nome do Senhor santifica aquele que o recebe, e o cristão recebe o próprio nome na Igreja. Este nome pode ser o de um santo, de um mistério cristão ou de uma virtude cristã. “Cuidem os pais, os padrinhos e o pároco que não se imponham nomes alheios ao senso cristão” (Código de Direito Canônico (CIC) cân. 855). Entretanto, cada vez mais nos deparamos com nomes estranhos, inventados ou até mesmo estrangeiros, que nada significam para nós, não tem nenhum sentido. Isso é contrário ao senso cristão.

Deus chama a cada um por seu nome, logo, o nome de todo homem é sagrado e exige respeito, em sinal da dignidade de quem o tem. Se o nosso nome é sagrado e respeitado por Deus, que dizer do nome de Deus? Como deve esse Nome ser tratado por nós?


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