Aula 13/2012 – JESUS TRAZ A VIDA / O ESCÂNDALO DA ENCARNAÇÃO
13 – JESUS TRAZ A VIDA / O ESCÂNDALO DA ENCARNAÇÃO
25/Junho/2012
Uma presença inesperada -: em Cafarnaum, Jesus ensinava à multidão, quando Jairo, um dos chefes da sinagoga local, e Marcos assim descreve o encontro: “Quando viu Jesus, caiu a seus pés e pediu com insistência: ‘Minha filha está morrendo. Vem e põe as mãos sobre ela, para que sare e viva” (Mc 5, 22 – 23). Jesus compadece-se e acompanha Jairo, no meio da multidão ansiosa por ver o que iria acontecer.
Uma força escondida -: caminhando com Jairo, Jesus repentinamente parou e perguntou: “Quem tocou em minha roupa?” (Mc 5, 30). A pergunta parecia ridícula, e os discípulos responderam: “Estás vendo a multidão que te aperta, e ainda perguntas ‘Quem me tocou?’” (Mc 5, 31). Jesus, sem ligar para eles, continuou procurando alguém. De repente, uma mulher, cheia de medo, caiu aos pés de Jesus e contou que fora ela, na esperança de que, tocando em Jesus, fosse curada de seu fluxo interminável. Como sabemos, a Lei judaica considerava a menstruação como impureza. Mas Jesus não procurava a mulher por causa disso, mas sim porque “percebeu imediatamente que uma força tinha saído dele”. E a mulher conta o desfecho: “A hemorragia parou imediatamente … sentiu no corpo que estava curada da doença” (Mc 5, 29). Jesus mostra assim que as leis de higiene judaicas eram, na sua maioria, hipócritas.
Uma vida que continua -: chega, porém, uma notícia de morte. Algumas pessoas aproximam-se de Jairo e lhe dizem: “Sua filha morreu. Por que você ainda incomoda o Mestre?” (Mc 5, 35). Jesus, entretanto, evita a multidão e entra na casa, onde muitas pessoas choram e se lamentam. Ao verem Jesus, “começaram a zombar dele” (Mc 5, 40), isso porque a menina morrera. Jesus, porém, ignora os insultos e entra no quarto da jovenzinha, acompanhado de três discípulos. A menina ressurge da morte pela mão e pelas palavras de Jesus. Os que antes zombavam, agora estão sem palavras. Jesus manda que alimentem a menina, mostrando que para Deus, a vida material também é importante.
Jesus na sua terra -: Jesus está agora em sua terra, Nazaré. Pregando na sinagoga, Jesus ensina e muitos ficam admirados com sua sabedoria e com a sua prática. Todos em Nazaré sabem que Jesus viveu muito tempo entre eles e que não freqüentou nenhuma escola superior de religião. Naquele tempo, qualquer homem adulto podia ir à frente e expressar sua interpretação das Escrituras, mas ninguém fazia isso porque os fariseus ou escribas presentes é que assumiam essa tarefa, pois haviam estudado. Todos, portanto, admiram-se ao ver que Jesus, um homem simples como eles, interpreta as Escrituras de forma tão perfeita. O povo percebe que as palavras de Jesus não são apenas belas teorias, mas são seguidas das suas ações milagrosas. Tudo leva a crer que as pessoas passariam da admiração ao contentamento, percebendo que Deus está entre eles. Mas não é o que acontece.
Jesus é causa de escândalo -: a descoberta que os conterrâneos de Jesus fazem a seguir desfaz a admiração que os tinha tomado: “Esse homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?” (Mc 6, 3). Por descobrir que Jesus era um homem comum, ficam escandalizados. Por que? Simplesmente porque todos achavam que o Messias seria nobre, estudado e uma pessoa superior, da descendência de Davi. E Jesus é de origem conhecida e não é estudado e nem tão nobre assim. Não querem admitir que alguém igual a eles possa ser tão sábio e milagroso. Como poderia Jesus ser o Messias, e portanto, o próprio Javé?
Jesus fica admirado -: Jesus sabia muito bem que os profetas enviados por Deus foram desacreditados, expulsos e até mesmo mortos. E dizia para o povo que “um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família” (Mc 6,4).
Isso provoca uma paralisia nas ações de Jesus: “Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré” (Mc 6, 5). Por que? Porque para que Deus possa agir, é necessário que acreditemos que Ele age através do ser humano. Esperar que Deus venha direto do céu e
Faça as coisas sem o concurso humano é negar a própria encarnação do Filho de Deus. Não é à toa que Jesus “ficou admirado com a falta de fé deles” (Mc 6, 6).
No Evangelho de Marcos, é a última vez que Jesus vai a Nazaré e entra numa sinagoga.