Aula 12/2012 – BOA OU MÁ NOTÍCIA?


12- BOA OU MÁ NOTÍCIA?

04/Junho/2012

Quem é mais forte? -: Jesus entra agora em território pagão, na Decápole, e logo é desafiado por um homem possuído por um espírito mau (Mc 5, 1 – 2). Diz Marcos que “Esse homem morava no meio de túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo…e ninguém era capaz de dominá-lo” (Mc 5, 3 – 4). Para libertar esse homem do poder escravizador do demônio, Jesus terá de enfrentar a resistência do espírito mau. Quem será mais forte? Aquele que escraviza ou aquele que liberta?

“Meu nome é Legião” -: a tática do demônio, quando se encontra diante de Jesus, é já nossa conhecida: “O endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele e gritou bem alto: Que há entre mim e ti, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Eu te peço, por Deus, não me atormentes!” (Mc 5, 6). Reconhece que Jesus é mais forte e, por isso, tenta negociar até mesmo em nome de Deus. Mas não consegue esconder o seu cinismo: pede que não seja atormentado, quando, na verdade, é ele que atormenta o pobre homem.
Jesus domina a situação e obriga o demônio a revelar o seu nome. E esse nome assusta a todos: “Meu nome é Legião, porque somos muitos” (Mc 5, 10). E esses demônios, ainda tentando preservar a sua existência, pedem a Jesus: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles” (Mc 5, 12). Ao saírem de um corpo, os espíritos maus necessitam de outro corpo, para poderem continuar agindo. Jesus, sabendo o que iria acontecer, consente, mas o truque dos demônios não funciona: “E a manada…atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou” (Mc 5, 13). Quando há luta entre as forças da morte e da vida, não existe possibilidade de conciliação. Sem corpos para agir, o poder do demônio se evapora. Jesus vence.

Boa ou má notícia? -: a prática de Jesus provoca dois efeitos diferentes: O primeiro é a libertação dos escravizados e marginalizados: “…viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, ele que antes estava possuído pela Legião” (Mc 5, 15). É a notícia boa (significando o Evangelho) que restitui a vida e a dignidade para todos que estavam sob o poder do demônio. Mas o segundo efeito é indesejável: “Os que tinham presenciado o fato explicaram para as pessoas o que tinha acontecido com o endemoninhado e com os porcos. Então, começaram a suplicar que Jesus fosse embora da região deles” (Mc 5, 16 – 17). Para quem e porque a prática de Jesus é indesejável? Para aqueles que estão mais preocupados com os bens materiais (os porcos) e não com a vida e a liberdade das pessoas. Colocar qualquer coisa acima da vida humana é rejeitar Jesus. Aquelas pessoas estavam preocupadas porque perderam seus porcos. O homem curado não interessou a eles. Jesus usou seus bens para curar o homem possuído pelo demônio. No entanto, eles consideraram isso como um mal.

Boa notícia -: o homem libertado, no entanto, quer ficar com Jesus.A Boa Nova, contudo, precisa ser anunciada naquele território da maneira a mais concreta possível, isto é, na própria pessoa do homem libertado. Então, Jesus lhe diz: “Vá para casa, para junto dos seus, e anuncie para eles tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por você. Então o homem foi embora e começou a pregar pela Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele” (Mc 5, 19 – 20).
Uma questão foi levantada durante muito tempo pelos estudiosos dos Evangelhos, e continua ainda hoje: Jesus precisava destruir os porcos, provocando medo nos habitantes da região? Não teria sido melhor deixar os demônios habitando os porcos e assim evitando a reação contrária daquele povo à prática de Jesus?
Essa pergunta se transfere para nós, no dia de hoje. Estamos mais alegres com a cura do homem, ou mais preocupados pela reação dos habitantes da Decápole?


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