Aula 12/2011 – OS DEZ MANDAMENTOS


12 – OS DEZ MANDAMENTOS

(Itens 2052 a 2074 do Catecismo da Igreja Católica – Aula 45)

“Mestre, que devo fazer para ter a vida eterna?” -: ao jovem que lhe fez esta pergunta, Jesus respondeu inicialmente mostrando a necessidade de, primeiramente, reconhecer a Deus Pai como fonte de todo o bem. Em seguida, acrescentou: “Se queres entrar para a Vida, guarda os Mandamentos”. E citou ao jovem os preceitos que se referem ao amor ao próximo: “Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honrarás pai e mãe”. Finalmente, Jesus resumiu estes mandamentos de maneira definitiva: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19, 16 – 19).

A esta primeira resposta, foi acrescentada uma segunda: “Se queres ser perfeito,vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me”. Esta segunda resposta não anula a primeira. O seguimento de Jesus inclui o cumprimento dos Mandamentos, e o ser humano é convidado a reencontrá-los na pessoa de seu Mestre, que é o perfeito cumprimento deles.

Jesus, pois, retomou os Dez Mandamentos, mas manifestou a força do Espírito Santo em ação sobre eles. Desenvolveu todas as exigências dos Mandamentos: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: `não matarás…´ Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal” (Mt 5, 21 – 22). Quando a Jesus foi feita a pergunta “qual é o maior Mandamento da Lei?”, Ele respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. Esse é o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mt 22, 37 – 40).

O preceito: não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não cobiçarás e todos os outros, se resumem nesta sentença: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. A caridade (o amor a Deus) não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é a plenitude da Lei (Rm 13, 9 – 10).

O Decálogo na Sagrada Escritura -: a palavra “Decálogo” significa literalmente “dez palavras”. Deus revelou essas “dez palavras” a seu povo, através de Moisés, no monte Sinai. Foram transmitidas no livro do Êxodo e no livro do Deuteronômio. Mas é em Jesus Cristo que essas “dez palavras” se revelam em seu sentido pleno.

O Decálogo deve ser entendido primeiramente no contexto do Êxodo, que é o grande acontecimento libertador de Deus na Antiga Aliança. Ele foi formulado tanto em sentido negativo (as proibições) quanto no positivo (“Honrarás pai e mãe”, etc.). As “dez palavras” resumem e proclamam a lei de Deus.

As “dez palavras” são pronunciadas por Deus numa teofania (teofania é uma manifestação do próprio Deus). Pertencem a uma revelação que Deus faz de si mesmo e da sua glória. Ao dar a conhecer os seus mandamentos, Deus se revela a seu povo.

Os mandamentos recebem seu pleno significado no contexto da Aliança. Segundo a Bíblia, o agir moral do homem adquire todo o seu sentido na Aliança e por ela. A primeira das “dez palavras” lembra o amor primeiro de Deus por seu povo:

“Tendo o homem, por castigo do pecado, decaído do Paraíso da liberdade

para a escravidão deste mundo, as primeiras palavras do Decálogo, voz pri

meira dos divinos mandamentos, aludem à liberdade: “Eu sou o senhor teu

Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão” (Ex 20, 2).

Os mandamentos propriamente ditos vem em segundo lugar, e exprimem as condições da observância a Deus, instituídas pela Aliança. É reconhecimento, submissão a Deus e culto de ação de graças. É cooperação com o Plano de Deus.

Todas as obrigações do Decálogo são enunciadas na primeira pessoa (“Eu sou o Senhor”) edirigidas a um outro sujeito (“tu”). Assim, Deus dá a conhecer sua vontade a cada um em particular ao mesmo tempo que o faz ao povo inteiro.

O Decálogo na Tradição da Igreja -: desde Santo Agostinho, os dez mandamentos tem um lugar preponderante na catequese. Os catecismos da Igreja, com freqüência, tem exposto a moral cristã segundo a ordem dos dez mandamentos. A divisão e a numeração dos mandamentos variaram no decorrer da história. Este Catecismo segue a divisão dos mandamentos estabelecida por Santo Agostinho, que se tornou tradicional na Igreja Católica e também na Igreja Luterana. A Igreja Grega Ortodoxa faz uma divisão um tanto diferente, que se encontra nas demais Igrejas Ortodoxas e também nas confissões protestantes. Mas, de qualquer modo, para nós, os três primeiros mandamentos se referem ao amor a Deus (a primeira tábua da lei), e os outros sete ao amor ao próximo (a segunda tábua da lei).

A unidade do Decálogo -: o Decálogo forma um todo inseparável. Cada mandamento remete a cada um dos outros e a todos; eles se condicionam reciprocamente. Transgredir um mandamento é infringir todos os outros, de uma certa maneira. Não se pode amar ao próximo sem bendizer a Deus, seu Criador; do mesmo modo, não se adora a Deus sem amar a todos os homens, suas criaturas.

O Decálogo e a lei natural -: embora plenamente compreensíveis pelos homens, os mandamentos foram revelados por Deus. Para chegar a um conhecimento completo da lei natural, a humanidade pecadora tinha necessidade desta revelação. Uma explicação completa do Decálogo se tornou necessária por causa do estado de pecado, que obscureceu a luz da razão e levou a um desvio da vontade dos homens.

A obrigatoriedade do Decálogo -: os dez mandamentos revelam, em seu conteúdo, obrigações graves. Essas obrigações são imutáveis, valendo sempre e em todas as situações. Ninguém pode dispensar-se delas. A obediência aos mandamentos implica ainda em outras obrigações cuja essência é leve, não grave. Por exemplo, a injúria pela palavra está proibida pelo quinto mandamento, mas só seria falta grave em função das conseqüências ou das intenções daquele que a profere.

“Sem Mim, nada podeis fazer” -: Jesus disse: “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em Mim e Eu nele produz muito fruto, porque sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Quando cremos em Jesus Cristo, o Salvador em pessoa vem amar em nós a seu Pai e seus irmãos, nosso Pai e nossos irmãos. Sua pessoa se torna, graças ao Espírito Santo, a regra viva de nossa vida de cristãos.


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