Aula 12/2010 – PORQUE O VERBO SE FEZ CARNE


12- PORQUE O VERBO SE FEZ CARNE

(Itens 456 a 478 do Catecismo da Igreja Católica)

O Filho de Deus se fez homem -: Com o Credo Niceno-Constantinopolitano confessamos : “E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem”. Assim, o Verbo se fez carne para fazer a nossa reconciliação com Deus.

A condição humana estava mergulhada no pecado. Doente, a nossa natureza precisava ser curada; decaída, precisava ser reerguida; morta, necessitava ser ressuscitada.

Portanto, podemos afirmar que o Verbo se fez carne para que assim pudéssemos conhecer o amor que Deus tem por nós. O Verbo se fez carne para ser nosso modelo de santidade. Mais ainda, o Verbo se encarnou para tornar o homem participante da natureza divina.

A Encarnação -: A Igreja chama “Encarnação”o fato de o Filho de Deus ter assumido a natureza humana para realizar, como homem, a nossa salvação. Uma das melhores descrições deste fato foi feita por S. Paulo Apóstolo em sua Epístola aos Filipenses: “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus: Ele tinha a condição divina, mas não considerou o ser igual a Deus como algo a se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Fl 2, 5 – 8).

O fato de Deus ter se encarnado na figura de seu Filho é o sinal característico da nossa fé cristã: “Todo aquele que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus” (1Jo 4, 2).

Verdadeiro Deus e verdadeiro homem -: o conhecimento da Encarnação não significa que Jesus Cristo seja em parte Deus e em parte homem. Ele não é o resultado de uma mistura confusa do divino com o humano. Pelo contrário, Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

As primeiras heresias (doutrinas contrárias aos ensinamentos da Igreja) negavam que Jesus fosse verdadeiro homem, dizendo que Ele apenas tinha a figura de um ser humano. Outras diziam que Jesus, ao contrário, era um homem que foi escolhido por Deus para realizar a sua missão. Os monofisistas afirmavam que a natureza humana tinha cessado de existir quando Deus o tornou divino. Por isso, a Igreja ensina que Jesus foi “gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Muitas outras heresias sobre a natureza de Cristo a Igreja teve de combater ao longo dos séculos, para preservar os ensinamentos dos Evangelhos e da Tradição.

A Igreja confessa assim que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, ou seja, Ele é Deus sem deixar de ser homem. Esta é a verdade.

De que maneira o Filho de Deus é homem? -: Como na união misteriosa da Encarnação a natureza humana foi assumida (mas não aniquilada), a Igreja ensina que tudo aquilo que Jesus é e tudo aquilo que Jesus fez como ser humano depende da sua natureza divina. Em outras palavras, Jesus comunica à sua humanidade o seu modo próprio como uma das Pessoas da Santíssima Trindade. Desta maneira, suas ações eram tais que todos aqueles que com Ele tiveram contato reconheceram que, embora homem, Ele era de fato o Filho de Deus. Assim, na sua alma e no seu corpo, Jesus nos mostra como é o modo de agir da Trindade.

A alma e o conhecimento humano de Cristo -: A alma humana que Jesus possuía era dotada de um verdadeiro conhecimento humano. Portanto, este conhecimento humano não poderia ser ilimitado. Por isso, os Evangelhos afirmam que Jesus “crescia em sabedoria, em estatura e em graça” (Lc 2, 52). Por isso, como ser humano, desde jovem procurava aprender, como no episódio do Templo, aos doze anos.

Mas, como Jesus também era verdadeiramente uma das Pessoas da Trindade, o seu conhecimento humano exibia, nos seus ensinamentos, tudo aquilo que Deus queria que os homens soubessem. As coisas que Jesus reconhece não saber são por Ele mesmo descritas como não fazendo parte de sua missão.

A vontade humana de Cristo -: A Igreja reconhece que Jesus Cristo possuía duas vontades independentes, a humana e a divina. Essas duas vontades não são contrárias, mas cooperantes, de sorte que a vontade humana quis aceitar, na obediência a Deus Pai, tudo aquilo que era necessário para a nossa salvação. Isso está claramente demonstrado no episódio da Paixão: “Pai, não seja feita a minha vontade, mas a sua”.

O verdadeiro corpo de Cristo -: uma vez que o Cristo era verdadeiro homem, a Igreja decidiu que Ele podia ser representado no seu corpo humano. No VII Concílio Ecumênico, foi reconhecido que Jesus podia ser representado em imagens sagradas, ao contrário do que afirmam as seitas protestantes. Já que Ele quis ser verdadeiro homem, não existe nenhum obstáculo à sua representação humana.

O Coração de Jesus -: Jesus conheceu e amou a todos durante a sua vida; na sua agonia e paixão, entregou-se por cada um de nós. Por esta razão, o Sagrado Coração de Jesus é considerado o principal símbolo do amor pelo qual o nosso Redentor ama a Deus Pai e a todos nós.


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