Aula 11/04/16 – As Virtudes Teologais


AS VIRTUDES TEOLOGAIS

11/Abril/2016

Características das virtudes teologais -: as virtudes humanas vistas anteriormente têm suas bases nas virtudes teologais, que possibilitam ao ser humano participar da natureza divina. É que as virtudes teologais se referem diretamente a Deus. Elas facilitam, pois, ao ser humano, viver em relação estreita com a Santíssima Trindade e tem a Deus como origem, motivo e objetivo.

As virtudes teologais são a base do agir moral do cristão, informando e dirigindo todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis, para que estes sejam capazes de agir como seus filhos e merecerem a vida eterna. São também a garantia da presença e da ação do Espírito Santo na vida do ser humano.

As três virtudes teologais são a fé, a esperança e a caridade.

A fé -: a fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos leva a crer, porque Ele é a própria Verdade. Pela fé, o homem se entrega livremente a Deus, razão pela qual o fiel procura conhecer e fazer a Sua vontade. São Paulo Apóstolo diz que “o justo viverá da fé” (Rm 1, 17).

O dom da fé permanece naquele que não pecou contra ela. Mas o apóstolo Tiago nos adverte que “a fé sem obras é morta” (Tg 2, 26). Sem a companhia da esperança e do amor a Deus (caridade), a fé não une plenamente o fiel a Cristo Jesus, e não faz dele um membro do Seu Corpo.

O fiel cristão não deve apenas guardar a fé e nela viver, como se escondido numa concha particular. Ele deve testemunhar sua fé com firmeza e difundí-la. A constituição dogmática Lumen Gentium (a luz dos homens) diz o seguinte: “Todos devem estar prontos a confessar Cristo perante os homens, seguí-lo no caminho da cruz, entre perseguições que nunca faltam à Igreja” (LG 42).

Em resumo, não basta ao cristão acreditar. Somente crer não é o suficiente. É preciso, além de crer, aderir aos ensinamentos de Jesus Cristo, e praticar tudo aquilo que Ele mandou.

A esperança -: é a virtude teologal através da qual temos como fim único da nossa existência alcançar o Reino de Deus e a Vida Eterna, colocando nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não somente nas nossas próprias forças, mas também e principalmente na Graça que nos vem através do Espírito Santo. Na carta aos Hebreus, São Paulo Apóstolo diz: “Continuemos a afirmar a nossa esperança, porque quem fez a promessa é fiel” (Hb 10, 23). E na carta a Tito, ele reitera que “Este Espírito que Ele ricamente derramou sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso salvador, a fim de que fòssemos justificados pela sua graça e nos tornássemos herdeiros da esperança da vida eterna” (Tt 3, 6 – 7).

A virtude da esperança responde ao desejo de felicidade colocado por Deus no coração de todos os homens, e purifica esse desejo para ordená-lo em direção a Deus. A esperança protege contra o desânimo, preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade, do amor a Deus.

A esperança cristã se manifesta desde o início da pregação de Jesus, no anúncio das bem-aventuranças. Essas bem-aventuranças elevam nossa esperança ao céu e, ao mesmo tempo, para a nova Terra, mostram o caminho seguro através das provações do dia a dia. Pelos méritos de Jesus Cristo e de sua Paixão, Deus nos guarda na “esperança que não decepciona” (Rm 5, 5). A esperança se exprime e se alimenta pela oração, especialmente quando rezamos o Pai Nosso, que é o resumo de tudo aquilo que a esperança nos faz desejar.

A caridade -: é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus. Jesus fez da caridade o seu novo mandamento (Jo 13, 34). Amando os seus “até o fim”, Ele manifestou o amor que recebeu do Pai. Amando-se uns aos outros, os discípulos imitaram o amor que receberam de Jesus. “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15, 12), ordenou Jesus. Isso resume toda a caridade.

Fruto do Espírito Santo, a caridade guarda os mandamentos de Deus e de seu Cristo, que morreu por nosso amor quando ainda o ser humano vivia nas trevas. Jesus exige que amemos como Ele, mesmo os nossos inimigos (Mt 5, 44), além das crianças e dos pobres (Mc 9, 37).

O Apóstolo São Paulo traçou um quadro incomparável da caridade: “A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13, 4 -7). E ao listar muitas outras virtudes, humanas e teologais, o apóstolo assinala: “… se eu não tivesse a caridade, isso tudo de nada me adiantaria” (1Cor 13, 1 – 4). Isso significa que a caridade é superior a todas as virtudes: “Permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três coisas. A caridade, porém, é a maior delas” (1Cor 13, 13).

O exercício de todas as virtudes é animado e inspirado pela caridade, articulando-as e ordenando-as entre si. A caridade assegura e purifica nossa capacidade de amar, elevando-a à perfeição do amor divino.

A caridade tem como frutos: a alegria, a paz e a misericórdia, exigem a beneficência e a correção fraterna, e é a amizade e a comunhão.


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