Aula 10/10/16 – O Inferno


O INFERNO

10/Outubro/2016

O que é o inferno? -: A finalidade suprema do ser humano é, depois da morte, estar unido a Deus Pai para sempre. Porém, não podemos estar unidos a Deus se não fizermos, livremente, a opção de amá-lo. Esta condição é essencial. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos. São João, em sua primeira carta, adverte sobre isso: “Aquele que não ama, permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida, e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele” (1Jo 3, 15). Jesus nos adverte que seremos separados dele se deixarmos de atender às necessidades graves dos pobres e dos indefesos que são seus irmãos, conforme aponta o Evangelho de Mateus (Mt 25, 31-46).

Morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado dele para sempre, pela nossa própria opção livre. Pois bem, é este estado de exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os eleitos que se chama inferno.

As figuras do inferno -: desde crianças, o conceito de inferno nos é passado como um lugar onde se pagam os pecados no fogo eterno, entre mil sofrimentos, todos eles materiais. Jesus fala muitas vezes da Geena, do “fogo que não se apaga”, (Mt 5, 22.29), reservado para aqueles que recusam até o fim de sua vida converter-se e crer, perdendo então seu corpo e sua alma.

Mas, assim como usava de parábolas para explicar melhor o que ensinava, Jesus referiu-se ao inferno como sendo um lugar de “fogo” para que possamos imaginar um sofrimento terrível. Que ideia pior para o ser humano imaginar ser queimado vivo eternamente, num castigo sem fim? Pois Jesus queria dizer que a alma sem a presença de Deus sofre um castigo indizível.

Jesus, sempre tão bondoso e amoroso para com os homens, anuncia, entretanto, em palavras muito graves, que “enviará seus anjos, e eles apanharão do seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente” (Mt 13, 41-42). Diz ainda que aqueles que, por opção própria, renegaram a Deus e não ouviram a sua Palavra, ouvirão de sua boca a condenação: “Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno” (Mt 25, 41).

O ensinamento da Igreja -: a Igreja Católica afirma a existência e a eternidade do inferno. Aqueles que morrem em estado de pecado grave experimentarão, após o Juízo Final, o sofrimento do “fogo eterno”, para o qual são condenados, desde o Juízo Particular.

Como se vê, a pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único Ser em que o homem pode ter a vida e as felicidades eternas para as quais foi criado.

Um chamado importante -: as afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o ser humano deve usar de sua liberdade, tendo em vista o seu destino eterno. Essas afirmações e esses ensinamentos constituem também um apelo insistente à conversão para Deus: “Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram” (Mt 7, 13-14).

Como podemos assumir, o nosso destino final depende exclusivamente de nós. A Igreja nos chama continuamente a observar o caminho que estamos percorrendo nesta vida. Dele depende o que irá nos acontecer. A propósito disso, a constituição dogmática Lumen Gentium diz o seguinte: “Como desconhecemos o dia e a hora, conforme a advertência do Senhor, vigiemos constantemente para que, terminado o único curso de nossa vida terrestre, possamos entrar com Ele para as bodas, e mereçamos ser contados com os benditos, e não sejamos mandados, como servos maus e preguiçosos, apartar-nos para o fogo eterno, para as trevas exteriores onde haverá choro e ranger de dentes” (LG 48).

Conclusão -: Deus Pai não predestina ninguém ao inferno. Para ser condenado, o ser humano necessita assumir uma aversão, uma negação voluntária a Deus e à sua Palavra. E persistir nessa condição até o fim. Na Liturgia Eucarística e nas orações diárias dos fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que quer “que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se” (2Pd 3, 9).

Concluindo, o Cânon Romano pede a Deus por todos nós: “Recebei, ó Pai, com bondade, a oferenda de vossos servos e de toda a vossa família, dai-nos sempre a vossa paz, livrai-nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos”. Amém.


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