Aula 09/2012 – OS MARGINALIZADOS E O PERDÃO DOS PECADOS


09 – OS MARGINALIZADOS E O PERDÃO DOS PECADOS

14/05/2012

O encontro com o marginalizado -: Em algum lugar, cujo nome Marcos não diz, Jesus se encontra com um leproso. Este se ajoelha perante Jesus e lhe pede: “Se queres, tu tens o poder de me purificar” (Mc 1, 40). Ser leproso, na época, significava ser afastado do convívio de todos e ser proibido de morar nas cidades. Os leprosos não podiam manter contato com os sadios e eram considerados “impuros”. Quem tocasse num leproso também ficaria impuro. Por isso, viviam afastados, morando no deserto e passando por sérias necessidades.
Este leproso pede a Jesus que o cure. Aqui, algumas versões do Evangelho de Marcos dizem que Jesus teve um comportamento estranho: “Jesus ficou cheio de ira, estendeu a mão e tocou nele…” (Mc 1, 41). Por que Jesus ficou irado? Estaria com raiva do pobre leproso? Seria possível este comportamento em Jesus? Outras versões do Evangelho de Marcos dizem que “Jesus se compadeceu…”. (Consulte a sua Bíblia e veja como está). O texto mais antigo, porém, diz que Jesus ficou cheio de ira! O texto diz que Jesus “tocou nele…”. Por que tocar no leproso se assim ele também ficaria impuro? No entanto, o que Jesus diz a seguir é aquilo que esperamos que Ele diga: “Eu quero, fique purificado”. Notem que Jesus faz certas coisas que nos deixam espantados: ficar bravo com um leproso e depois tocar nele? Por que?

Mais coisas esquisitas -: depois de tocar no leproso e curá-lo, Jesus “… o mandou logo embora, ameaçando-o severamente: `não conte nada a ninguém´”. Afinal, porque guardar segredo? Não seria bom para a missão de Jesus que os seus milagres fossem conhecidos por todos? E porque ser severo com o pobre homem? O leproso curado, apesar da proibição de Jesus, espalha a notícia de sua cura e se torna um testemunho vivo da ação de Jesus. Mas exatamente por isso, Jesus o havia proibido de contar aos outros… Por que seria? (No decorrer das reuniões de grupo, debateremos as respostas a tudo isso).

Jesus começa a ficar famoso -: “E de toda a parte, as pessoas iam procurar Jesus”. O povo começa a perceber que Jesus oferece vida e liberdade, fora da sociedade injusta criada pelos sacerdotes e poderosos da época. E isso começa também a incomodá-los. Não tardarão a reagir contra Jesus, pois percebem estar começando a perder o controle. A lei da pureza, que consideram intocável, foi violada por Jesus e o povo soube disso. Acompanhando Jesus, o povo vê que Ele não está preocupado em observar leis hipócritas, mas em curar as pessoas necessitadas e produzir para o povo a liberdade dessa escravidão moral e religiosa. Assim termina o capítulo primeiro do Evangelho de Marcos.

A comunidade de Jesus -: o trecho do Evangelho de Marcos que vai do capítulo 2, 1 até o capítulo 3, 6, forma um conjunto, mostrando que, com Jesus, inicia-se um tempo novo que exige uma vida e uma conduta nova. Estamos, então, em Cafarnaum, à beira do mar da Galiléia, a cidade escolhida por Jesus como seu refúgio. Ali moram seus discípulos e amigos e também o povo necessitado, que o protege. Esse pessoal é a sua comunidade, que não se importa se Ele é considerado impuro pelas autoridades. Essa gente sabe que Jesus traz vida, e isso é o importante.

O perdão dos pecados -: Marcos narra uma nova cura, das mais importantes do Evangelho. Quatro homens descem do telhado uma maca com um paralítico. Esse esforço é compreendido por Jesus como um ato de verdadeira fé. Todo o mundo espera que Jesus o cure. No entanto, Jesus surpreende a todos, dizendo ao doente: “Filho, os teus pecados te são perdoados”. Os doutores da Lei, também presentes, não se manifestam, mas no íntimo acusam Jesus de blasfemar, pois não admitem que um homem possa perdoar pecados. Jesus reage aos pensamentos dos doutores da Lei. Cura o paralítico, “… para que vocês saibam que o Filho do Homem tem o poder de perdoar pecados” (Mc 2, 10). A expressão “Filho do Homem”, advinda das profecias do Antigo Testamento, revela a plena humanidade de Jesus, através da qual se realiza a ação divina. Percebemos então que Jesus cura o paralítico não só da sua enfermidade, mas também dos seus pecados. É uma cura completa.
Mais uma vez, podemos ver que Jesus traz a notícia alegre do Reino de Deus: basta olhar para o paralítico carregando a sua maca na frente de todos e a admiração do povo que louva a Deus dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim” (Mc 2, 12).

Resumindo:
1- Jesus não se preocupa em ficar “impuro”, mas está indignado com uma sociedade que produz leis, mas não se incomoda em reabilitar os necessitados;
2- Jesus desafia aqueles que mantém esse estado de coisas e vai contra eles;
3- Assim, Jesus prefere os marginalizados de sua comunidade aos poderosos;
4- Nessa comunidade está presente uma profunda fé;
5- A ação de Jesus provoca alegria entre os marginalizados, indicando a presença do Reino de Deus entre eles.


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