Aula 08/2013 – CRISTOLOGIA
8ª. AULA – CRISTOLOGIA
MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO
Morte -: Os Evangelhos narram, com riqueza de detalhes, os acontecimentos que precederam a crucificação e a morte de Jesus, sobre a qual não há dúvidas. Jesus morreu e foi sepultado no túmulo cedido por José de Arimatéia. Ali permaneceu durante a 6ª. feira e todo o sábado. No domingo, bem cedo, Maria Madalena e outras mulheres foram ao túmulo para completar os procedimentos do sepultamento, que haviam sido feitos às pressas, na 6ª. feira. Não encontraram ninguém. O restante desta história todos sabem. Então, não há dúvidas de que Jesus realmente morreu. E a partir de sua morte, os problemas começaram para os discípulos, embora Maria Madalena afirmasse que Jesus havia ressuscitado.
A Ressurreição de Cristo: de que se trata? -: É extremamente difícil, para um não-cristão, acreditar na Ressurreição de Jesus. Não foram poucos os que se recusaram a crer, inclusive Tomé, até que ele viu o Senhor Ressuscitado. “Se Cristo não ressuscitou, então é vã a nossa fé. E nós aparecemos ainda como falsas testemunhas de Deus, porque contra Deus afirmamos que Ele ressuscitou a Cristo” (1Cor 15, 14-15). Com essas palavras, São Paulo põe basicamente em relevo a importância que a fé na Ressurreição de Cristo tem para a mensagem cristã: é o seu fundamento.
Testemunhos -: Sem a manifestação de Jesus ressuscitado, jamais se teria reunido, após sua morte na cruz, uma comunidade que, contra tudo e contra todos, professou a sua fé e não desanimou. Os testemunhos do Novo Testamento foram escritos e reunidos exatamente com o objetivo de assegurar para os tempos futuros a fé neste Jesus que havia ressuscitado e que era anunciado pela Igreja Primitiva.
O fato de não se encontrar o testemunho da Ressurreição nos escritos não-cristãos deve-se ao fato que Jesus se manifestou apenas aos que nele creram. Assim, aqueles que não tinham fé nem ao menos tocaram no assunto, para eles absurdo.
A antiga fórmula da confissão de fé -: em 1Cor 15, 1-5, Paulo cita uma antiga fórmula de confissão de fé que ele mesmo recebera de outros. Ele a apresenta numa introdução com as seguintes palavras: “Chamo a vossa atenção, irmãos, para o evangelho que vos preguei… eu vos transmiti, pois, principalmente o que eu mesmo recebi…”. Essa fórmula apresenta a seguinte estrutura:
a) Que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
b) que foi sepultado;
c) e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras;
d) que apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos Doze”.
As expressões “Cristo morreu por nossos pecados” e “segundo as Escrituras”
dizem que esta morte não pode ser admitida como um acaso ou um acidente. Ela possui a força de apagar pecados e corresponde ao plano de Salvação de Deus. O que é dito sobre o sepultamento de Cristo significa, em primeiro lugar, que Jesus realmente morreu. Em seguida, fala-se da ação de Deus em Jesus Cristo: a Ressurreição é, pois, ação de Deus, que não abandonou na morte aquele que morrera, mas o ressuscitou. Finalmente, os pormenores “ao terceiro dia” designa o prazo real de sua morte, segundo a forma de contar dos judeus e “segundo as Escrituras” mostra que a Ressurreição se deu de acordo com o Plano de Deus atestado no Antigo Testamento. A primeira aparição a Pedro é mencionada em algumas passagens do Novo Testamento, mas em nenhuma encontramos um relato pormenorizado. A fórmula pretende simplesmente dizer que “o Ressuscitado apareceu aos discípulos e transmitiu-lhes a missão de anunciarem o Evangelho”. A fórmula menciona ainda “aos Doze”, isto é, ao círculo dos discípulos que fora formado e instruído por Jesus.
O real sentido da Ressurreição de Jesus -: o Novo Testamento não dá a Jesus a exclusividade de ressuscitar. Por exemplo, temos a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7, 11-17), da filha de Jairo (Mc 5, 22-24) ou de Lázaro (Jo 11, 1-44). Todos eles voltaram à vida, para depois, num certo momento, morrerem definitivamente.Os cépticos podem argumentar que hoje em dia, os médicos conseguem “ressuscitar” pessoas aparentemente ou realmente mortas, dependendo das condições. Mas o quadro é totalmente diferente, e as condições mais ainda. Entretanto, a Ressurreição de Jesus foi a entrada para um tipo de vida totalmente diferente, já não sujeita a morrer de novo.
Na verdade, a Ressurreição de Jesus abre a possibilidade de também nós, um dia, ressuscitarmos para a vida eterna para a qual Deus nos destinou, pois “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15, 16-20).