Aula 07/2013 – CRISTOLOGIA


7ª. AULA – CRISTOLOGIA

A PROCLAMAÇÃO DA MENSAGEM

A mensagem de Jesus -: a causa pela qual Jesus sempre se bateu foi aquilo que Ele chamava de “Reino de Deus”. Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galiléia e ali pregava a mensagem, dizendo: “Completou-se o tempo, chegou o Reino de Deus: convertei-vos e crede no Evangelho”. (Mc 1, 14). Jesus sabia muito bem que a sua missão estava centrada em fazer o Reino de Deus ser conhecido e aceito por todos. Esta era a sua mensagem. A introdução da maioria de suas parábolas são muito claras a esse respeito.

A expressão “Reino de Deus” era uma noção corrente entre os judeus daquele tempo. Para eles, “Reino” (ou seja, “soberania”, “domínio” de Deus) era a soma das esperanças de Israel, a garantia de que Deus, um dia, estabeleceria seu domínio sobre Israel e toda a Terra. “Reino de Deus” significava, portanto, o estado final da salvação, que Deus mesmo inauguraria no fim dos tempos.

É dessa convicção judaica que a mensagem de Jesus sobre o Reino de Deus baseia sua força. Também para Jesus o Reino de Deus significava transformação, mudança do mundo e consequentemente a salvação dos homens.

Quando chegará o Reino de Deus? -: Jesus proclamava a salvação de Deus, antes de tudo, como uma realidade vindoura, a chegar no fim dos tempos. No Pai Nosso, Jesus ensina os discípulos a pedir “venha a nós o vosso Reino”. Isso pode ser verificado também por aquelas palavras de Jesus que falam em “buscar” ou “entrar” no Reino. Muitas parábolas mostram que há uma diferença básica entre o “agora” e o “um dia” vindouro.

No entanto, é possível que o próprio Jesus, pelo menos durante um certo período de sua atividade, tenha achado que a vinda do Reino de Deus seria para breve. Esta suposição parece tornar necessária uma correção da imagem de Cristo, na qual Ele é considerado onisciente (= aquele que sabe tudo). Essa imagem não é correta acerca da encarnação de Jesus como homem. Ele mesmo afirmou que certas coisas, só Deus Pai podia saber. Assim, Jesus afirma que a vinda do Reino de Deus é certa, mas não indica quando chegará.

A interpretação da chegada do Reino de Deus -: modernamente, a Teologia tende a considerar que Jesus, quando afirmava a proximidade do Reino de Deus, não falava no sentido temporal, mas queria significar que o Reino de Deus, inaugurado para os homens com a sua chegada, abrangia todas as eras, até o final dos tempos.

A presença do Reino de Deus em Jesus -: que o Reino se dá a conhecer nas atividades de Jesus, podemos ver pelos seguintes aspectos:

Na sua pregação: é na pregação de Jesus, principalmente nas suas parábolas, que se faz sentir o quanto era forte a sua advertência sobre a necessidade de se observar as exigências do Reino de Deus;

Nos seus milagres: principalmente as expulsões de demônios e as curas realizadas por Jesus mostram o poder do Reino de Deus por Ele pregado. Alguns fariseus tentaram atribuir ao demônio os poderes que Jesus mostrava ao realizar esses milagres. Jesus retrucou fortemente, dizendo que o demônio não iria agir contra ele próprio, pois se tornaria mais fraco. E acrescentou: “Mas se é pela virtude do Espírito de Deus que expulso os demônios,chegou para vós o Reino de Deus” (Mt 12, 28).

Na salvação para os homens: um dos traços mais comprovados da vida de Jesus é o de ter se interessado particularmente pelos rejeitados e marginalizados do seu tempo. Os fariseus e escribas murmuravam: “Este homem acolhe bem pessoas de má vida, e come com elas!” (Lc 15, 2). No entanto, mesmo para quem não se encaixa nessas categorias, a salvação que procede do Reino de Deus é possível. Deus não exclui ninguém do seu amor.

O perigo que correm os auto-suficientes -: Jesus não aceita simplesmente a idéia de que aqueles que se tem, a si mesmos, na conta de piedosos e justos não necessitem da conversão e do perdão de Deus, que vem com a aceitação do Reino. Pelo contrário, para Jesus esses se acham mais desesperadamente enredados na perdição do que os pecadores, os rejeitados e os marginalizados. Estas duras palavras de Jesus exemplificam muito bem o que Ele pensava dos auto-suficientes que se julgam salvos: “Em verdade vos digo, os publicanos e as meretrizes vos precederão no Reino de Deus!” (Mt 21, 31).


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