Aula 07/03/16 – Vida De São Francisco De Assis


VIDA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

07/Março/2016

Biografia-: Francisco nasceu em Assis, na região da Úmbria, Itália, em 1182. Era filho de uma família rica, sendo seu pai o comerciante Pietro Bernardone e sua mãe a senhora Picchia Bernardone. Ao nascer, a família iria chama-lo Giovanni (João), mas o pai mudou de idéia e colocou-lhe o nome de Francisco.

Cresceu em meio à opulência, tendo uma infância muito feliz, para aqueles tempos. Na juventude, como os jovens ricos da época, viveu uma vida despreocupada e mundana, podendo realizar quase tudo o que queria. No entanto, Francisco, muito provavelmente, não se sentia plenamente realizado. Buscando respostas para sua vida, alistou-se no exército como cavaleiro, entrando em batalhas diversas. Ferido e doente, ao sair da prisão, Francisco converte-se e, aos 24 anos, renunciou a toda a riqueza de sua família e, como ele mesmo disse, “desposou a senhora pobreza”. Viveu então o resto de sua vida dedicando-se aos pobres e à castidade, atraindo seguidores e formando aquilo que seria o inicio da Ordem dos Franciscanos. Pregou a vida inteira o Cristo, pobre, casto e obediente. Enfraquecido pela vida rústica e penitente, morreu em 3 de outubro de 1226, um sábado à tarde. No domingo, 4 de outubro, foi sepultado na Igreja de São Jorge, em Assis.

O início da conversão-: Durante a estadia no exército, foi ferido e preso, Francisco foi chamado por Deus, conforme dito acima. Ao sair da prisão, ele não era mais o mesmo. A humilhação e o sofrimento na prisão, somados ao enfraquecimento pela doença, provocaram profundas mudanças no jovem Francisco. Foi o caminho que Deus escolheu para entrar mais profundamente em sua vida. Já não sentia prazer nas festas em companhia dos amigos ricos. Começou a perceber a leviandade dos prazeres puramente terrenos, embora ainda não buscasse a Deus. Na verdade, Francisco não nasceu santo, mas lutou muito para tornar-se santo.

Tendo perdido o gosto pelos prazeres mundanos, Francisco conservava ainda a ambição da fama. Isso era conquistado nos campos de batalha, por isso, aderiu ao exército que o conde Gentile de Assis organizava para ajudar o Papa Inocêncio III na defesa dos interesses da Igreja. O pai de Francisco aprovou entusiasmado o gesto do filho, pensando que a guerra poderia transformar Francisco em um nobre. Deus, porém, não pensava assim.

Francisco, junto com a tropa, partiu de Assis, mas não foi longe. Na cidade de Espoleto, a tropa parou para pernoitar. Na hora da retomada, Francisco, com febre, não pode partir. Delirante, pensou ter ouvido (ou realmente ouviu) a voz do Senhor, que lhe perguntou: “Francisco, o que é mais importante, servir ao Senhor ou servir ao servo?”. Francisco respondeu: “Servir ao Senhor, é claro”. Ao que o Senhor replicou: “Então, por que te alistas nas fileiras do servo?”. Aturdido, Francisco perguntou: “Senhor, o que quereis que eu faça?”. A voz, então, lhe disse: “Volta a Assis, e ali lhe será dito”.

Desafiando os sorrisos de desprezo e a fúria de seu pai, contrariado em seus projetos de nobreza, Francisco voltou a Assis e iniciou a longa busca e espera. “O que Deus quer de mim?”. Era esse o constante questionamento de Francisco. Em vão os amigos quiseram atrai-lo outra vez para suas diversões. Chegaram a coroá-lo, durante uma festa, como o “Rei da Juventude”. Nada disso o comoveu, sua busca era outra. Para tentar descobrir a vontade de Deus, passou a se dedicar à oração. Percorria campos e florestas da região, e ali meditava e orava mais tranquilamente. Passou então a enxergar as coisas com outros olhos e outro coração.

Viagem a Roma-: Francisco viajou a Roma no ano de 1205. Visitou a tumba de São Pedro e, indignado pelo que viu, ofertou um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as esmolas dos outros fiéis menos generosos. A seguir, trocou seus trajes ricos com os de um mendigo, experimentando como era a pobreza. Voltou a Assis, cada vez mais quieto e diferente. A família e os amigos começaram a julgar que talvez ele estivesse perdendo a razão. Seu pai, muito irritado, forçou-o a trabalhar cada vez mais em seu estabelecimento comercial. Quando podia, ia até a pequena Capela de São Damião para ali rezar em paz.

Abandonada e semidestruída. Estava ajoelhado em oração, quando ouviu uma voz, saída do crucifixo, que lhe dizia: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja, que, como vês, está em ruínas”. Pensando Tratar-se da capelinha, Francisco vendeu mercadorias da loja do pai e entregou o dinheiro ao sacerdote de São Damião. Furioso, o pai prendeu-o num quartinho debaixo da escada da casa. Compadecida, a mãe abriu a porta as escondidas e deixou-o partir para seu destino.

A difícil decisão-: Pedro Bernardone, ao final de 1206, recorreu ao Bispo da cidade , pedindo que o filho devolvesse tudo quanto recebera dele. O ato se deu em plena praça da cidade, à vista de todos. Francisco então se despojou de tudo até ficar nu, e exclamou: “Até agora chamei de pai a Pedro Bernardone. Doravante, não terei outro pai, a não ser o Pai Celeste.” O Bispo então o acolheu, envolvendo-o com seu manto. A partir daí, entregou-se ao serviço dos leprosos e à reconstrução das capelas e oratórios da cidade. A cada dia, percorria as ruas, mendigando o pão e pedindo às pessoas que ajudassem no seu trabalho de reconstrução das casas de Deus. De alguns, recebia apoio. A maioria, entretando, julgava que Francisco estava louco e ria-se dele.

Muitos começaram, enfim, a compreender Francisco e começaram a segui-lo em seu tipo de vida. O primeiro foi um rico homem de Assis, Bernardo de Quintaval. Depois, seguiu-se um doutor em direito, Pedro de Catânia. Indo à missa, abriram o Evangelho e encontraram as três frases seguintes: “Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá aos pobres. Depois, vem e segue-me” (Mt 19,21). E outra: “Não leveis nada pelo caminho, nem bastão, nem alforge, nem uma segunda túnica…” (Lc 9,3). E a última: “Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz de cada dia e siga-Me” (Mt 16,24).

Francisco exclamou: “Isto é o que devemos fazer, e é o que farão todos quantos quiserem nos seguir”. Isto aconteceu a 24 de fevereiro de 1208, dando inicio a fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores. Prontamente, muitos outros aderiram, entre eles cidadãos comuns, ricos (que doavam tudo o que possuíam aos necessitados) e até mesmo sacerdotes ordenados. Os seguidores de Francisco se espalharam pela Itália.

A aprovação da Igreja-: Em 1209, Francisco e seus seguidores viajaram a Roma, para pedir a aprovação do Papa para seu modo de vida. Mas um bando de mendigos e maltrapilhos desconhecidos seriam recebidos pelo Papa? Francisco confiava que Jesus os ajudaria. E, por uma coincidência incrível (ou por ação divina?), o Bispo de Assis, que admirava Francisco, estava com o Papa e convenceu-o a recebê-los. Inocêncio III ficou maravilhado com aquele grupo e principalmente com Francisco, no qual o Papa reconheceu o novo reconstrutor da Igreja. Deu-lhes a aprovação oficial, autorizando-os a pregarem nas Igrejas e fora delas.

Santa Clara-: Em 18 de março de 1212, domingo de Ramos, a nobre Clara Di Favarone foge de sua casa e é recebida pela Ordem. Dedicou-se então à vida franciscana e foi fiel seguidora de Francisco até sua morte.

O descanso final-: Em setembro de 1224, Francisco recebe os estigmas de Cristo e seu estado de saúde piora muito. Em 1226, volta à planície de Porciúncula, nos arredores de Assis, e quase agonizante, dita seu Testamento, um autotestemunho de incalculável valor. Em 3 de outubro de 1226, morre nos braços de Deus um dos maiores santos que o mundo conheceu.


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