Aula 06/2013 – CRISTOLOGIA
6ª. AULA – CRISTOLOGIA
O JESUS CRISTO HISTÓRICO
A história -: se pensarmos um pouco sobre os fatos históricos, observamos que eles não podem ser comprovados da mesma forma que dados matemáticos. Os fatos históricos somente dependem de relatos de testemunhas que os presenciaram. Por exemplo, sabemos que o Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500 por relatos escritos deixados por aqueles que estiveram lá, e que já se foram há muito tempo. No entanto, todos acreditamos nisso, sem colocar dúvidas.
Pois bem, com os acontecimentos relacionados à vida e obra de Jesus Cristo, o mesmo acontece. Não sabemos como era o rosto de Jesus, nada existe de material sobre sua pessoa e sobre sua família. Não deixou nenhum rastro de sua figura humana. Dispomos dos testemunhos daqueles que presenciaram os fatos, passaram aos outros e deixaram também relatos escritos. Porém, neste caso, os testemunhos são contestados e a figura e as obras de Jesus são motivo de discussão por aqueles que não acreditam no Cristo. Muitos duvidam até mesmo que Jesus tenha existido.
Testemunhos não-cristãos -: no entanto, não há duvida nenhuma sobre a real existência de Cristo. Isso fica provado em inúmeros depoimentos de pessoas não cristãs, que viveram na época de Cristo ou pouco depois e que, não sendo cristãos, não podem ser acusados de “inventar histórias” sobre os reais acontecimentos daquela época. Eis alguns exemplos:
Talo: historiador samaritano da época de Jesus. Mencionou, em um escrito feito entre os anos 50 – 55, as trevas que cobriram a terra na data da crucificação. Mesmo indiretamente, confirma a narrativa dos Evangelhos;
Flegão: no ano de 137, escreveu que no 4º. Ano das Olimpíadas antigas (+ ou – ano 33) houve um grande eclipse solar e que “anoiteceu” na 6ª. hora de um determinado dia (3 horas da tarde). Seria apenas uma coincidência?
Mara Bar Serapião -: no ano de 73, escreveu uma carta a um seu filho, onde diz: “Que vantagens os judeus obtiveram com a execução do seu sábio rei? Mas o sábio rei não está morto, ele sobrevive nos ensinamentos que deixou”.
Flávio Josefo -: era judeu, cidadão romano e historiador. Mais ou menos pelo ano 90, escreveu um livro chamado “Antiguidade dos judeus” onde cita um certo Tiago, parente de Jesus chamado “Cristo”. Diz ainda que “nesse mesmo tempo, apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia devemos considerá-lo como simplesmente um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Os mais ilustres de nossa nação acusaram-no de desviar Israel de sua fé e entregaram-no a Poncio Pilatos, que o fez ser crucificado. Ele apareceu ressuscitado e vivo no 3º. dia, dizem os cristãos”.
Cornélio Tácito -: foi governador da província romana da Ásia e historiador famoso. Escreveu entre os anos 69 e 96 cerca de 20 escritos reunidos num só volume, chamado “Histórias”. Existem alguns exemplares originais desse livro ainda hoje. Em um dos escritos, diz que “Cristo”, palavra que deu origem ao nome “cristãos”, foi condenado à extrema punição (a crucificação) por Poncio Pilatos durante o reinado do imperador Tibério.
Existem muitos outros escritos e depoimentos de pessoas pagãs sobre a existência real de Jesus. Colocamos apenas alguns deles para que se veja que Jesus Cristo não foi, como dizem alguns, uma invenção de cristãos para justificar sua crença. Pelo contrário, esses escritos confirmam muito daquilo que a Bíblia narra sobre Ele.
O problema do Jesus histórico -: pelo acima exposto, torna-se claro que a figura humana de Jesus, embora não possa ser diretamente comprovada, é real e concreta. O testemunho que a Igreja apresenta de Cristo nos dias de hoje baseia-se no testemunho da Igreja primitiva, inspirada pelo Espírito Santo. Trata-se, portanto, de uma questão de fé e não de certeza. Aliás, se houvesse provas concretas da vida e obra de Jesus, não seria necessária a fé. E Jesus sabia disso muito bem. São dele as palavras “bem aventurados os que não viram e creram”.
A curiosidade humana -: entretanto, não queremos dizer com isso que não interessa descobrir como era de fato a figura histórica de Jesus e o teor original de sua pregação. Por este motivo, vamos apresentar aquilo que nos foi transmitido sobre o Jesus Cristo humano.
1. Em primeiro lugar, Jesus era judeu, nascido na cidadezinha de Belém, que fica a 8 quilômetros de Jerusalém. Existem registros oficiais disso? Não.
2. Viveu, com sua família, no Egito durante alguns anos de sua infância. Também não temos provas concretas sobre isso.
3. Reuniu discípulos e pregou na Galiléia e em todo Israel, ensinando sobre o Reino de Deus e fazendo milagres. Não há evidências reais sobre isso.
4. Foi preso e condenado pelas autoridades judaicas e crucificado. Somente temos testemunhos de quem viveu naqueles tempos.
5. Ressuscitou após 3 dias e subiu aos céus, deixando os discípulos encarregados de ensinar o Evangelho a todos os povos.
Seria tudo isso verdade ou não? Depende de acreditar ou não. Para nós, cristãos, não existem dúvidas, pois convivemos com o Cristo real e presente todos os dias em nossa vida. Mais uma vez, “bem aventurados os que não viram e creram”.