Aula 06/10/2014 – O QUE É A BÍBLIA?


O QUE É A BÍBLIA?

06/Outubro/2014

Introdução ao estudo da Bíblia -: a Bíblia é um conjunto de 73 livros (46 livros do Antigo e 27 livros do Novo Testamento) que se entrelaçam para contar a história das alianças que Deus fez com a humanidade e realçar o seu Plano de Salvação para nós. Alguns dos livros têm muito poucas ou até mesmo uma única página, mas mesmo assim são considerados livros.

A palavra Bíblia é o plural de “biblos” (biblos), que vem do grego e significa “livros”. A Bíblia também é chamada de “Sagradas Escrituras” ou somente “Escrituras” e trata especificamente de vários assuntos: orações, rituais, história, sabedoria, exortações e até mesmo poesia… tudo em grande harmonia, relacionando o homem com o único e verdadeiro Deus, e vice-versa.

A redação da Bíblia é extremamente antiga, e começou por volta de 1.500 anos antes de Cristo, encerrando-se no final do século I depois de Cristo. Por isso mesmo, muita passagens da Bíblia são difíceis de serem compreendidas e não devem ser tomadas ao pé da letra, sob o risco de interpretações completamente erradas, como iremos ver posteriormente.

A Bíblia Sagrada, por tudo o que contém pela forma como foi escrita, e da maneira como foi preservada, só pode ser definida numa palavra: é única. Isto significa que ela é uma só, de cuja espécie não existe outra, excepcional, superior a todos os demais escritos de outras religiões, ocidentais ou orientais.

O alcance da Bíblia -: a Bíblia tem sido lida por mais pessoas e publicada em mais línguas do que qualquer outro livro. Não existe qualquer livro que alcance, ou mesmo que comece a se igualar à Bíblia, em termos de publicação. A primeira Bíblia a ser impressa foi a Vulgata (versão da Bíblia em latim), realizada por Guttemberg, no século XV. A primeira tradução da Bíblia foi chamada Septuaguinta, e tratou da tradução do Antigo Testamento do original hebraico para o grego, por volta de 250 a.C. Segundo a Enciclopédia Britânica, até 1966, a Bíblia completa havia sido impressa em 240 idiomas, e um ou mais livros da Bíblia haviam aparecido em 739 línguas e/ou dialetos.

Única em sobrevivência -: ser escrita em material perecível, tendo que ser copiada e recopiada durante centenas e centenas de anos, muito antes da invenção da imprensa, não prejudicou o seu estilo, exatidão ou existência. Como nenhum outro livro, a Bíblia tem suportado os ataques de seus inimigos. Muitos procuraram queimá-la, proibi-la e torná-la ilegal, desde os imperadores romanos até os dias de hoje, nos países dominados pelo comunismo, islamismo ou pagãos radicais. Durante 18 séculos os incrédulos têm atacado, difamado e refutado esse livro, e, no entanto, ele está, ainda hoje, firme como uma rocha. A que se deve isso?

A linguagem bíblica -: a forma como a Bíblia, especialmente o Antigo Testamento, foi escrita, pode nos parecer estranha e às vezes, absurda ou incompreensível. Por exemplo, no Salmo 62, versículo 6, lemos: “Minha alma será saciada de gordura e de tutano, de meus lábios alegres ressoará o teu louvor”. O que é isso? A alma não come! Mas, para o bom judeu, um bom almoço era aquele com muita carne gorda, o que muito os alegrava. Então, em vez de dizer: “Minha alma estará feliz junto de Deus”, ele se expressava como acima. Pode não parecer piedoso, mas era assim que rezavam. No salmo 118, 109, encontramos: “Minha vida está sempre em minhas mãos”. Isto significa estar pronto a entregar, a perder, estar sempre com a vida em grande perigo.

A língua hebraica não tinha os mesmos recursos das línguas modernas.Nós temos palavras que indicam claramente o que queremos dizer. Os judeus antigos não. Vejamos, por exemplo, esta frase de Jesus em Lc 14, 26: “Se alguém vem a Mim sem desamar pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo”. A interpretação ao pé da letra diria que Jesus manda desprezar os parentes, quando na verdade Ele queria dizer que Deus deve ser amado sobre todas as coisas. O mesmo se aplica na famosa passagem dos “irmãos e irmãs” de Jesus, que eram seus primos e parentes próximos (Mt 13, 54 – 56). Por este motivo, deve-se ter muito cuidado e muita atenção ao se ler a Bíblia, e não tirar conclusões apressadas sobre aquilo que se lê. Infelizmente, muitas seitas ditas “evangélicas”, sem preparo e sem estudo, mergulham no erro por falta de cuidado. Vejamos mais exemplos a seguir.

A Bíblia mal utilizada -: Joseph Smith, fundador dos Mórmons, baseando-se na ordem divina do Gênesis “Crescei e multiplicai-vos” (Gen 1, 22; 35 11), aprovou e praticou a poligamia. Joseph F. Rutherford, 2º. Líder mundial das Testemunhas de Jeová, aprovou a proibição das transfusões de sangue, que tantas mortes provocou entre eles, a partir de uma má interpretação de At 15, 20, onde se proíbe a ingestão do sangue de animais. Os Adventistas do 7º. Dia, recordando Ex 20, 8 (“lembrem-se do dia de sábado para santificá-lo”) obrigam seus adeptos a observar o sábado, como os judeus, e não o domingo, dia do Senhor.

A grande maioria das seitas evangélicas, citando Rom 3, 28 (“Concluímos que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei”), proclamam que basta a fé, sem obras, para a salvação, contrariando o que diz Tg 2, 26.

As práticas mais absurdas são apoiadas na Bíblia mal interpretada; citar todas seria quase interminável. Para evitarmos sermos vítimas destes erros, a Sagrada Escritura deve ser sempre estudada seguindo-se a interpretação do Magistério da Igreja Católica, a quem Jesus conferiu esse ministério: “Quem vos ouve é a Mim que ouve, e quem vos rejeitam é a Mim que rejeita; quem rejeita a Mim rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10, 16).


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