Aula 05/08/19 – Vocação Batismal


ESCOLA VIVENCIAL DO GED DE PIRACICABA – 2019 

                                               VOCAÇÃO BATISMAL

                                                       05/Agosto/2019

 

A realidade do batismo -: Há muitos séculos tornou-se quase uma obrigação realizar-se o batismo em crianças, na maioria das vezes, com menos de um ano de idade. Nos tempos primitivos, o batismo era feito em adultos convertidos, que tinham plena consciência do que estavam fazendo. As crianças não têm. Então, qual seria a melhor alternativa? Optou-se por batizar as crianças, garantindo a elas o ingresso na comunidade cristã, e livrando-as do perigo de falecerem pagãs. No entanto, essa alternativa inclui a obrigação dos pais e padrinhos de, durante o crescimento da criança, ensinar o real significado do batismo. Mas, muitas e muitas vezes, nem mesmo os pais e padrinhos conhecem esse significado. Como resultado, o batismo tornou-se, quase totalmente, uma tradição social e não o sacramento de iniciação cristã.

Nesse sentido, falar-se de vocação batismal, do batismo como vocação primeira de todos os cristãos é, para grande parte dos católicos, uma verdadeira novidade. Isso levou a outra deformação do sentido do batismo: os católicos, na sua grande maioria, acreditam que toda a missão cristã e todos os ministérios cabem somente ao padre. Nada mais errado, pois, nessa ótica, o batismo não significa absolutamente nada.

 

A vocação batismal -: é necessário que o cristão batizado tenha a consciência de que “a vocação batismal, comum a todos os fiéis, é a convocação divina para sermos filhos de Jesus Cristo, chamados a formar a Igreja, com a missão de servir à humanidade”. Isso leva à conclusão de que todos os batizados, revestidos em Jesus, não podem ser tratados como desiguais. São Paulo Apóstolo tinha disso plena consciência, dizendo que “Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3, 28).

No entanto, torna-se necessário compreender que os batizados, sendo um só em Jesus Cristo, tem igual dignidade, mas ao mesmo tempo, tem diferentes dons, segundo os carismas doados pelo Espírito Santo (Ef 4, 11).

 

Desdobramentos do batismo -: a vocação batismal vista através dessa perspectiva, permite perceber que as vocações específicas dos cristãos (vocações dos leigos, dos religiosos e dos sacerdotes) são apenas simples desdobramentos da vocação batismal e não novas vocações.

A vocação específica é aquela em que os cristãos, dentro da mesma dignidade, possuem diferentes funções dentro da Igreja. A isso se chama também “diversidade”.

Portanto, a única e verdadeira consagração é aquela que acontece no batismo, o que leva o cristão consciente a perceber que todo cristão, independente de sua condição dentro da Igreja, tem os mesmos direitos, mas também os mesmos deveres perante a comunidade. Essa visão coincide plenamente com a visão do Concílio Vaticano II, que fala da única vocação à santidade, que deve ser vivida na diversidade das vocações específicas.

 

Compreendendo a vocação batismal -: essa nova perspectiva deixa bem claro que não existe distinção entre os cristãos. Nenhum batizado, seja qual for à função específica que tenha dentro da Igreja, é diferente dos demais. Todos, pelo batismo, são chamados a viver a santidade sem nenhum tipo de limites. O que temos, desde os tempos iniciados por Jesus, são formas distintas de viver o seguimento de Cristo.

Tudo isso demonstra que as vocações específicas são, de uma forma bastante clara, a realização da vocação batismal mediante uma resposta pessoal. Como somos batizados ainda crianças, o ato de assumir um compromisso público (crisma, matrimônio, profissão religiosa ou ordenação) significa o desdobramento daquela vocação batismal recebida ainda na infância.

Assim, a vocação batismal acaba, de uma vez por todas, com qualquer posição de superioridade de alguém e elimina as diferenças. O batismo gera a unidade da dignidade e estimula as legítimas diversidades.


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