Aula 04/2011 – O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO


04- O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

(Itens 1601 a 1658 do Catecismo da Igreja Católica)

O matrimônio no desígnio de Deus -: de um extremo a outro, a Bíblia fala do casamento, da sua instituição e do sentido que lhe foi dado por Deus. A vocação para o matrimônio pertence à natureza do ser humano; ele não é uma instituição simplesmente humana, apesar de inúmeras variações que sofreu durante o curso dos séculos. Embora de maneiras às vezes diferentes, o casamento existe em todas as culturas. Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental de todo ser humano.

A Sagrada Escritura afirma: “Não é bom que o homem esteja só”. Por isso, o homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher e se tornam os dois uma só carne, como diz o Gênesis (Gn 2, 18 – 25).

O casamento sob o regime do pecado -: Todo ser humano sofre a experiência do mal e esta experiência se faz sentir também nas relações entre os esposos. Sua união sempre foi ameaçada pela discórdia, pelo espírito de dominação, pela infidelidade, pela violência e por conflitos outros que podem chegar até mesmo ao ódio e à ruptura. A fé católica proclama que esta desordem não se origina da natureza do ser humano, mas sim do pecado. Quando se rompe com Deus, a primeira conseqüência do pecado é a ruptura da união original entre o homem e a mulher, e o matrimônio se torna gravemente ameaçado.

O casamento sob a pedagogia da Lei -: Porém, Deus não abandonou o ser humano pecador. As penas devidas ao pecado, “as dores da gravidez e do parto” (Gn 3, 16), o “trabalho com o suor do teu rosto” (Gn 3, 19) constituem também remédios que atenuam os prejuízos do pecado. Neste sentido, o casamento ajuda a vencer o egoísmo e estimula a ajuda mútua entre o homem e a mulher. A consciência moral que se refere à unidade e à indissolubilidade do casamento desenvolveu-se sob a pedagogia (os ensinamentos) da Lei antiga. Após as tábuas da Lei serem dadas a Moisés, a poligamia dos patriarcas e dos reis acabou sendo rejeitada. A Lei visava proteger a mulher contra a dominação do homem. Os livros de Tobias e de Rute dão testemunhos valorosos do sentido elevado do casamento, da ternura e da fidelidade dos esposos. O amor humano, na sua mais elevada pureza pode ser encontrado, como Deus o desejou, no Cântico dos Cânticos.

O casamento no Senhor -: no início de sua vida pública, Jesus realiza seu primeiro milagre – a pedido de sua Mãe – numa festa de casamento em Caná da Galiléia. Isso é uma confirmação de que o casamento é uma realidade necessária e aprovada pelo Senhor. Note-se também que a permissão de repudiar a própria mulher, concedida por Moisés ao homem, foi contestada por Jesus, quando ensinou que “o que Deus uniu, não separe o homem” (Mt 19, 6). Como Jesus tinha por missão restabelecer a ordem inicial da Criação estabelecida por Deus, Ele mesmo dá a força e a graça para se viver o casamento como deve ser vivido. É seguindo a Cristo, renunciando a si mesmos e tomando cada um a sua cruz que os esposos poderão compreender o sentido original do casamento e vivê-lo como quis Deus. É exatamente isto que o Apóstolo Paulo quis ensinar quando escreveu: “… e vós, maridos, amai a vossas mulheres como Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la” (Ef 5, 25 – 26).

O consentimento matrimonial -: o homem e a mulher, batizados, são livres para contrair o matrimônio. Ser livre quer dizer: não sofrer constrangimento, não ser impedido por uma lei natural ou eclesiástica, haver mútuo consentimento. Sem consentimento mútuo, não é válido o casamento. Se alguma dessas exigências (ou algumas outras, como engano de pessoa, falsidade de qualquer espécie, etc.) for comprovada, a Igreja pode anular um casamento.

Os casamentos “mistos” -: é cada vez mais freqüente o casamento entre católicos e não católicos. Isso não é um obstáculo insuperável, desde que os esposos consigam viver em harmonia e cada um respeitando a crença do outro. Não obstante, é uma barreira considerável e pode provocar conflitos entre os esposos e até entre familiares. É necessária uma grande dose de amor e compreensão nestes casos.

Os efeitos do Sacramento do Matrimônio -: do casamento origina-se um vínculo matrimonial estabelecido pelo próprio Deus, de modo que esse casamento jamais pode ser dissolvido. Além disso, o Sacramento do Matrimônio concede aos esposos uma Graça especial, que se destina a aperfeiçoar o amor dos cônjuges e a fortificar sua unidade indissolúvel, bem como auxiliar na educação dos filhos. Cristo é a fonte desta Graça, pois o matrimônio foi por Ele santificado. Para que esta Graça perdure sempre, é necessário que a vida matrimonial seja aberta à fidelidade conjugal, à procriação e à educação dos filhos. Os esposos a quem Deus não concedeu filhos podem ter um matrimônio digno e santo, principalmente voltado à caridade e ao acolhimento dos irmãos.

A Igreja doméstica -: como Cristo quis nascer e crescer no seio de uma família, é preciso que os esposos se lembrem que a família é uma Igreja doméstica. O lar deve ser a primeira escola da vida cristã. É na família que se aprende a fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e o culto e o respeito a Deus, pela oração e pelo exemplo cristão. Finalmente, não nos esqueçamos que há muitas pessoas realmente cristãs que não tiveram a felicidade de contrair matrimônio, por diversos motivos. A todas elas é preciso abrir as portas dos lares e da Igreja, pois a Igreja é a família que a todos acolhe.


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