Aula 04/07/16 – Vida De Santa Maria Madalena
VIDA DE SANTA MARIA MADALENA
04/Julho/2016
Corrigindo um grande equívoco -: desde há muitos séculos comete-se uma clamorosa injustiça contra Santa Maria Madalena, atribuindo-lhe uma conduta de vida libertina, pouco recomendável e que ela teria sido a pecadora arrependida que, na casa de Simão, o fariseu, teria lavado os pés de Jesus com suas lágrimas e os secado com seus cabelos (Lc 7, 36-39). O Evangelho de Lucas nãodiz o nome dessa mulher, e não se sabe porque muitos a confundiram com a Madalena. Também houve quem acreditasse ser Maria Madalena a mulher apanhada em adultério e que iria ser apedrejada, quando Jesus a salvou, dizendo aos apedrejadores “Aquele que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra” (Jo 8, 1-11). Ainda desta vez, o Evangelho de João não cita o nome da adúltera. Ora, Santa Maria Madalena nada tinha a ver com estas duas mulheres, e com nenhuma outra pecadora bíblica.
Os sete demônios -: se, nas duas passagens acima referidas, os nomes das mulheres pecadoras não é citado, a primeira referência à Maria Madalena a nomeia claramente. Em Lc 8, 1-2, pode-se ler: “… e andavam com ele os doze e também algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, que era chamada Madalena e de quem tinham sido expulsos sete demônios …”. Uma antiga tradição conta que Maria Madalena era viúva e possuía muitos bens, e com eles servia a Jesus e aos apóstolos, demonstrando assim sua gratidão e sua fé.
A verdadeira Madalena -: ainda hoje, uma grande maioria do povo acredita ser a Madalena alguma das pecadoras que aparecem na vida de Jesus. Até mesmo em alguns sites da Internet ela é citada como uma pecadora convertida. Nada mais falso, como se pode ver pelo simples estudo dos Evangelhos. Ao contrário, Maria Madalena é uma das mais santas daquelas mulheres que acompanhavam Jesus, e desempenhou um papel importante no desenrolar dos acontecimentos da Paixão de Cristo.
Maria Madalena realmente acreditava que Jesus era o Messias, e esteve presente na crucificação e nos funerais de Cristo, juntamente com Maria de Nazaré e outras mulheres.
Após o por do sol do dia sagrado judaico, o sábado, quando este findava, segundo o costume bíblico, Madalena comprou ervas e perfumes, a fim de preparar o corpo de Cristo da forma prescrita pelos rituais judeus, já que não tinha havido tempo de prepará-lo na sexta feira. Ela havia permanecido em Jerusalém durante todo o sábado, e no dia seguinte, de manhã muito cedo, quando ainda estava escuro, foi ao sepulcro. Viu a pedra retirada da entrada do túmulo, e correu a avisar Pedro e João e lhes diz: “Tiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram” (Jo 20, 2). Enquanto os dois apóstolos, verificado o fato, voltavam para casa, Maria Madalena permaneceu na entrada do sepulcro, chorando. Olhando para dentro do túmulo, viu “dois anjos em brancas vestes” (Jo 20, 12) que lhe perguntaram porque chorava. Respondendo que o corpo do Senhor havia desaparecido, ouviu um rumor atrás de si e voltou-se. Viu um vulto em pé, mas não sabia quem era. Ouviu dele então a mesma pergunta: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” (Jo 20, 15). Madalena, supondo que fosse o jardineiro que cuidava do local, e que havia retirado o corpo de Jesus dali, perguntou-lhe onde o pusera. Jesus chamou-a então pelo nome, e ela o reconheceu. Obedecendo à recomendação de Jesus, Madalena foi anunciar aos discípulos que tinha visto o Senhor.
Estudando-se este trecho inteiro do Evangelho de João (Jo 20, 1-18), pode-se ver que Maria Madalena foi a primeira pessoa a ver o Senhor Jesus após a sua Ressurreição, fato este que demonstra o amor de Jesus para com essa devotada discípula.
Poucos dados evangélicos sobre Maria Madalena -: os quatro evangelhos revelam pouca coisa sobre a santa, a não ser estas passagens acima citadas. “Madalena” não fazia parte de seu nome, e sim do seu local de origem (provavelmente do nascimento) que era a aldeia de Migdal Nunayah, transcrita para as línguas ocidentais como Magdala, daí o gentílico “Madalena”. Magdala ficava às margens do mar da Galiléia, não muito distante de Cafarnaum. Hoje, pouco resta desse local.
Maria Madalena é considerada santa por quase todas as denominações cristãs, e seu dia é celebrado em 22 de julho.
Falsas teorias -: nos tempos modernos, verifica-se a tendência de transformar o divino amor de Jesus para com Maria Madalena em um amor humano, material. São, principalmente, escritores que cometem o sacrilégio de considerar a Madalena como esposa de Jesus, com o qual teria tido vários filhos. Os autores do livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, de Margareth George e outros, e o livro O Código da Vinci, de Dan Brown, assim afirmam. Nesses livros, os autores dizem que esses fatos da vida de Jesus e Maria Madalena teriam sido escondidos pelos revisores cristãos dos Evangelhos. Como se vê, a ambição do dinheiro leva estas pessoas a cometerem um pecado contra tudo aquilo que o Senhor Jesus veio nos deixar como a revelação de Deus, e contra a sua própria Pessoa.
Segundo os evangelhos canônicos, Jesus Cristo não veio à terra para se casar e muito menos ter filhos. Para os preceitos da Igreja, Maria Madalena foi e sempre será a santa e fiel discípula do Senhor.
Praticamente todos os teólogos e historiadores sérios consideram inaceitável e totalmente destituída de qualquer credibilidade as histórias narradas nos livros acima citados.