Aula 04/06/18 – O Advento na Glória


O ADVENTO NA GLÓRIA

04/Junho/2018

O significado da Ascenção -: “Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14, 9). A Ascenção de Jesus ao céu significa a sua participação na humanidade, no poder e na autoridade do próprio Deus Pai. Jesus Cristo é o Senhor: possui todo o poder no céu e na terra; “está acima de toda a autoridade, poder, potentado e soberania”, pois Deus “colocou tudo debaixo de seus pés”, como diz São Paulo (Ef 1, 20-22). Portanto, como o Senhor de tudo, Cristo é também a cabeça da Igreja, que é seu Corpo. Tendo cumprido sua missão, Ele foi elevado aos céus, mas permanece na terra, através de sua Igreja.

Desde a Ascenção de Cristo, o Plano de Deus entrou em seus momentos finais. Já estamos no período que São João chama de “última hora” (1Jo 2, 18). Portanto, a era final do mundo já chegou. Se ainda vai durar pouco ou muito, só Deus conhece.

Ainda falta alguma coisa -: já presente na terra através da Igreja, o Reino de Cristo ainda não está consumado. Isso será feito através da segunda volta de Cristo à terra, o seu Advento, chamado também de Parusia. O Reino de Cristo ainda é atacado pelos poderes do mal. Por esse motivo, é preciso orar muito, sobretudo na Eucaristia, para apressar a volta de Cristo. Sabemos que Jesus afirmou, antes da sua Ascenção, que ainda não havia chegado a hora do restabelecimento completo do Reino, que deveria trazer a todos os homens a ordem definitiva da justiça, do amor e da paz. O tempo presente, que estamos vivendo, é o tempo do Espírito Santo, mas é também o tempo ainda marcado pela tristeza e pelas preocupações.

O Advento glorioso de Cristo -: a partir da Ascenção, o Advento de Cristo é iminente, embora não nos caiba “conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou por sua própria autoridade” (At 1, 7). Este acontecimento pode ocorrer a qualquer momento, ainda que aparentemente esteja retido, tanto ele quanto a provação final que vai precedê-lo, conforme 2Tes 2, 3-12.

A vinda do Cristo glorioso depende do seu reconhecimento como o Messias prometido, por “todo Israel” (Rm 11, 26; Mt 23, 39). Como sabemos uma grande parte de Israel se “endureceu” (Rm 11, 25) na “incredulidade” (Rm 11, 20) a respeito da messianidade de Jesus. Isto levou São Pedro a repreender duramente os judeus pela sua atitude, conforme pode ser visto em At 3, 19-21. Por isso, também São Paulo adverte que “se a rejeição dos judeus resultou na reconciliação do mundo, o que será o acolhimento deles senão a vida que vem dos mortos?” (Rm 11, 15).

A última provação da Igreja -: antes do Advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que irá abalar a fé de muitos crentes. A perseguição e a rejeição que acompanha a sua peregrinação na terra se revelará o mal sob a forma de uma impostura, uma falsidade que há de trazer aos homens uma aparente solução de seus problemas. Isso se realizará às custas da apostasia (rejeição e mudança da fé verdadeira). O falso profeta que vai fazer isso acontecer é o chamado Anticristo. Ele será um impostor que glorificará a si mesmo em lugar de Deus Pai e de Jesus Cristo. Serão tempos em que a Igreja será humilhada e uma grande parte da humanidade vai mergulhar na apostasia. O próprio Cristo, antes a Ascenção, já nos alertou sobre isso. O cristão mais atento às realidades do mundo moderno já terá percebido alguns sinais da rejeição que a Igreja de Cristo está sofrendo, desde aqueles que se dizem ateus até mesmo às falsas seitas de todos os tipos, que se dizem “cristãs”, mas cuja principal atividade é combater a Igreja Católica e falar muito mais do demônio do que de Deus.

Entretanto, a verdade irá prevalecer, embora à custa de muito sofrimento. Mas ainda assim, a batalha da Igreja verdadeira não será vencida através de sua continuação neste mundo. Ela só entrará na glória de Deus por meio deste derradeiro acontecimento, uma nova Páscoa, seguindo seu Senhor na sua Morte e na sua Ressurreição (Ap 19, 1-9).

O triunfo de Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final.

Para julgar os vivos e os mortos -: Jesus anunciou na sua pregação o Juízo Final, do último dia. Aí será revelada a “conduta de cada um” e o “segredo dos corações” (Lc 12, 1-3; Jo 3, 20-21). Será também condenada a incredulidade que fez pouco caso da graça oferecida por Deus. A atitude de cada um de nós em relação ao próximo, amigo ou não, revelará o acolhimento ou a recusa da graça e da pregação de Jesus. Para cada um de nós, Jesus dirá nesse último dia: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes” (Mt 25, 40).

Cristo é o Senhor da Vida Eterna. O pleno direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens pertence a Ele como Redentor do mundo. Ele adquiriu esse direito pela sua Cruz.

Para terminar, uma lembrança para todos nós: Deus é infinitamente bom, mas também é infinitamente justo.


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