Aula 02/2011 – O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS


02- O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS

(Itens 1499 a 1525 do Catecismo da Igreja Católica)

A enfermidade na vida humana -: a enfermidade e os sofrimentos sempre estiveram entre os problemas mais graves da vida humana. Na doença, o homem experimenta sua impotência, seus limites e sua finitude. Toda doença pode fazer-nos entrever a morte.

A enfermidade, além de provocar sofrimento e dor, pode também alterar a parte psicológica da pessoa, levando-a a fechar-se sobre si mesma, e às vezes até ao desespero e à revolta contra Deus. Mas também pode tornar a pessoa mais madura, mais humilde e levá-la a encarar aquilo que é essencial. Muitas vezes a doença provoca uma busca de Deus, um retorno a Ele.

O doente diante de Deus -: os homens do Antigo Testamento viviam a doença diante de Deus, e é para Ele que se dirigem as queixas e os pedidos de cura. Israel acreditava que a doença, de alguma forma, estava ligada ao pecado e ao mal, e que a fidelidade a Deus, segundo a Lei, levava à cura, conforme o livro do Êxodo: “Eu sou Javé, aquele que te restaura” (Ex 15, 26). Isaías anuncia que Deus fará chegar um tempo em que toda falta será perdoada e toda doença será curada (Is 33, 24).

Cristo médico -: a compaixão de Cristo pelos doentes e as suas curas de enfermidades de todo o tipo são sinais evidentes de que o Reino de Deus havia chegado. Jesus não só tem o poder de curar, mas também de perdoar os pecados. Ele veio para curar o homem todo, corpo e alma, e é o médico de que necessitam os doentes de todos os males. Muitas vezes Jesus pede aos doentes para que creiam, que tenham fé. Serve-se de sinais para curar: saliva, imposição das mãos, lama, etc. Os doentes procuram tocá-lo, “porque dele saía uma força que a todos curava” (Lc 6, 19).

Comovido com tantos sofrimentos, Jesus não apenas se deixa tocar pelos doentes, mas assume suas misérias. As suas curas anunciam uma cura mais radical: a vitória sobre o pecado e a morte por sua Páscoa.

“Curai os enfermos…” -: Cristo convida seus discípulos a segui-lo, tomando cada um a sua cruz. Faz com que participem de seu ministério de compaixão e de cura: “Partindo, eles pregavam a todos que se arrependessem. E expulsavam muitos demônios e curavam muitos enfermos” (Mc 6, 12 – 13).

Jesus ressuscitado renova este envio e diz: “Em meu Nome… eles imporão as mãos sobre os enfermos e estes ficarão curados” (Mc 16, 17 – 18). Mas é necessário recordar que a morte faz parte da vida humana. Por isso, mesmo as orações mais intensas não conseguem obter a cura para todas as doenças, quando é chegada a hora que Deus estipulou para cada um.

Um Sacramento para os enfermos -: a Igreja professa que existe, entre os sete Sacramentos, um especialmente dedicado a confortar aqueles que são provados pela enfermidade: a Unção dos enfermos. Na tradição litúrgica constam, desde a antiguidade, testemunhos de curas pela unção praticada com óleo bento. No correr dos séculos, a unção foi sendo cada vez mais praticada aos agonizantes. Por causa disso, ficou mais conhecida como “Extrema Unção”. Em 1972, seguindo o Concílio Vaticano II, foi estabelecido que a Unção dos Enfermos seja concedida também àqueles portadores de doenças perigosas, ungindo-as na fronte e nas mãos com óleo devidamente consagrado.

Quem administra este Sacramento? -: somente os sacerdotes são autorizados a ministrar a Unção dos Enfermos. É dever dos pastores instruir os fiéis sobre os benefícios deste sacramento, que pode ser aplicado mais de uma vez. Como todos os Sacramentos, a Unção dos Enfermos é uma ação litúrgica e comunitária, quer tenha lugar em casa, no hospital ou na igreja, para um só fiel ou para um grupo. Após a unção, o enfermo pode e deve receber a Eucaristia.

Os efeitos deste Sacramento -: a principal graça deste Sacramento é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para enfrentar as dificuldades próprias da enfermidade ou da fragilidade da velhice. Esta graça é um dom do Espírito Santo que renova a confiança e a fé em Deus e fortalece contra o desespero e o medo da morte. A Unção dos Enfermos pode também levar, além da cura da alma, à cura do corpo, se esta for a vontade de Deus. Além disso, todos os pecados são perdoados.

Outro efeito deste Sacramento é unir o doente à Paixão de Cristo, pelo sofrimento do Senhor na cruz. O sofrimento do doente recebe, pois, um sentido novo de união com Cristo e participação na sua obra salvífica. O sofrimento do doente é também unido ao sofrimento da Igreja e contribui para o bem do povo de Deus.

Finalmente, se todos os enfermos graves podem receber este Sacramento, com maior razão ele deve ser conferido àqueles que estão às portas da morte. A Unção dos Enfermos completa nossa conformação com a Morte e com a Ressurreição de Cristo, como o Batismo iniciou a fazê-lo.

O Viático, último Sacramento do cristão -: aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece, além da Unção dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem para Deus Pai, a Eucaristia tem um significado e uma importância excepcionais. É a semente da vida eterna e poder de Ressurreição, segundo as palavras do Senhor: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54).

Assim, como o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia constituem os sacramentos de iniciação cristã, a Penitência, a Unção dos Enfermos e a Eucaristia (como viático) constituem a preparação para a chegada à vida eterna.


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